Maratona 3/3
Viviane
1 mês depois...
Eu recitava tudo o que Gilberto tinha falado. O dia de invadir a Maré tinha chego.
Eu fui olhando pra fora e vendo que já estávamos chegando lá.
- Vou entrar com tudo, se preparem! - Tarcísio disse.
Eu me posicionei e não demorou muito ele entrou com tudo pela barragem, os tiros começaram acertar o carro. Tarcísio parou do lado de um beco, eu desci e logo uns três carros da federal parou atrás.
Eu fui saindo correndo pelos becos, os foguetes tinham sido lançados ao céu em sinal que era invasão. Eu corri junto de Patrícia, fui até o final do beco e quando olhei pra cima vi aquele montarel de soldado vindo. Eu carreguei a arma e comecei a atirar, as duas primeiras balas atingiram, depois começou uma chuva de balas em nossa direção, eu me escondi e encarei Patrícia.
- Melhor vazar pra outro canto, tem dez nego ai Cavalcanti! - Patricia disse e eu assenti.
- Vai! - Falei e ela foi indo.
Eu olhei a última vez e os meninos já estavam perto, eu soltei a bala sem dó alguma e comecei a correr pelo beco, aquela chuva de tiro que não parava.
Eu fui passando por trás do carro e vi de longe os meninos tudo na laje.
Eu entrei em mais um beco e dei de cara com um dos vapores, eu comecei a meter bala.
Escolhesse a vida certa!
Eu sai correndo pela rua e ouvia os tiros ao meu redor. Eu encarei de longe Patrícia subir em uma casa e começar a atirar nos vapores que vinham pela rua.
*****
Meia hora metendo o tiro em todo mundo, eu já tinha subido e descido de lajes. Pelo menos uns vinte eu tinha capotado. Eu corria por ali ainda com sede de querer a cabeça dos que tava na missão do roubo.
Por que eu sabia que todos esses caras que estava mandando tiros na gente, não era nenhum deles.
Eu me abaixei em uma viela e suspirei fundo sentindo meu coração bater mais rápido.
O rádio fez barulho e eu peguei ele olhando em todos os lados.
- Me atingi... Ram. Agente Mereiles aqui. - Ouvi a voz do Tarcísio. - Porra. - Ele gritou.
Eu me levantei na mesma hora.
Não.
- Tarcísio tá no final da principal! - Ouvi a voz de um agente.
Eu comecei a correr pra cima, eu não via mais ninguém.
Fui cortando entre os becos e logo dei de cara com Patricia e o restante tudo cima dele.
- Leva pro carro! - Falei alto vendo o pulso dele.
- Não vai pra canto nenhum caralho! - Ouvi uma voz.
Eu levantei meu olhar e saquei apontando pro homem.
- Abaixa essa porra agora, se tu meter bala, todo mundo aqui morre, tá entendendo gatona? - Ele disse olhando ao redor dele.
Eu comecei a girar vendo que tinha gente em volta e em cima da laje tudo apontando arma pra nossa direção.
- Deixa a arma no chão agora. - Um outro apontou.
Eu fiquei encarando aquele cara que me encarava sério, eu olhava aqueles olhos e me lembrava alguma coisa.
Eu larguei a arma.
- Larga! - Falei.
Todos colocaram no chão.
- Bagulho é o seguinte, quero todo mundo vazando daqui, sem a porra da arma, de frente pra mim, sem essa de vacilar. - Ele disse.
- Porra tu acha que manda em alguma coisa caralho? - Ouvi a voz do Ricardo.
Olhei e vi ele de cara fechada.
- Acho não, eu mando nesse caralho todo, e tu? Manda no que? Só no teu cu maluco, fica querendo crescer pra cima de mim não! - Ele disse.
Ele é o dono.
- Levem o Meireles logo caralho! - Falei alto.
Ricardo e outros caras pegaram Tarcisio e foram descendo. Eu fiquei olhando eles descer.
- Guia com eles Belo, qualquer deslize tu mete bala! - Ele disse e um dos caras desceu junto com mais uns cinco.
Eu fiquei encarando ele até a Patrícia me cutucar.
- Precisamos ir! - Ela disse e eu concordei com a cabeça.
Eu olhei de volta pra ele e ele me olhava sério. Eu olhei a minha arma que tava no chão e olhei pra ele.
Eu só precisava de três segundos. Um pra descer e pegar, um pra subir e o outro pra atirar.
Eu suspirei fundo e abaixei rápido indo pegar a arma, eu senti um puxão com tudo, ele segurou firme minha mandíbula, eu encarava ele firme
- Tu mexeu com o bagulho errado lazarenta, tu tá doidona mesmo. Tá pedindo pra morrer! - Ele disse gritando.
Eu fechei os olhos e ouvia a Patricia.
- Calma... Vamos Viviane... - Patrícia disse e eu encarei ela.
Em hora de trabalho a gente não se chamava pelo nome, e sim pelo sobrenome.
- Se eu ver tu aqui de novo com essa tropa, dessa vez tu não sai viva, e eu faço questão de te meter um tiro na cabeça! - Ele disse segurando firme minha mandíbula.
Ele soltou e ficou me fitando, eu virei e fui caminhando junto de Patrícia. Era de frente pra eles, a gente andava pra trás.
- Acompanha Índio! - Ouvi a voz dele falar.
Logo veio mais três homens juntos.
Filhos de uma puta.
• aperta na estrelinha •
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Um amor além da lei
Teen FictionDois mundos diferentes, mas entre eles um amor que não se explica. Um amor proibido que de todos escondemos. E só a gente sente. E por este amor sofremos...