• capitulo 25 •

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Zeca

Levei até em casa, ela foi direto pro banheiro. Eu me joguei na cama e fiquei alisando a pistola.

Dar comida e matar depois seria melhor...

Fiquei pensando nas formas, nem vi quando ela saiu, ela tava de toalha com o cabelo molhado me olhando.

- To falando contigo, me da uma roupa? - Ela disse e eu apontei pro guarda roupa.

Ela procurou e pegou uma roupa qualquer. Eu me levantei e fiquei esperando ela se vestir.

Quando ela veio, eu encarei as pernas dela e logo subi pros olhos.

- Vai na frente! - Exigi.

Ela foi indo e eu encarei as pernas na parte de trás. Eu neguei com a cabeça e ela foi se sentando no sofá. Eu mandei mensagem pra pizzaria, pedi a pizza e deixei o celular de lado.

Ela me olhava séria.

- Perdeu o cu na minha cara? - Perguntei me sentando no outro sofá.

- Não, ele tá colado na minha bunda! - Ela disse e eu neguei acendendo um cigarro.

- Tu é infantil demais, na boa mesmo! - Falei soltando a Fumaça.

Precisava mesmo parar de fumar, daqui uns tempos eu tava ficando igual o Fumaça, a única diferença é que agora o mano não fumava. Gente boassa mesmo.

- Pediu minha pizza e vai me matar depois? - Ela perguntou e eu levantei a sobrancelha.

A mina tem poder pra ler os pensamentos?

- E te interessa? Paro de falar cara, não quero ouvir tua voz, te trouxe aqui pra tomar um banho e comer decentemente! - Falei e ela negou com uma cara debochada.

Se foder, tá tirando já.

- Já pensou que se me soltar eu posso ser sua informante lá de baixo? - Ela disse.

- E eu lá gosto de x9? Não ia dar certo, eu to ligado que se eu te libertar, tu vai tacar uma bomba aqui e foder com tudo. Não sou otário não Viviane! - Falei e ela negou na mesma hora chegando perto de mim e se ajoelhando na minha frente.

- Zeca, por favor, tenta confiar em mim nisso. Eles vão continuar subindo atrás de mim, a Patrícia não engoliu aquela história que eu disse! - Ela dizia e eu nem tchum.

- Tu sabe como é Viviane, tu tá com essas palavras agora, mas na hora que mete o pé lá pra pista é outro procedimento, tu vai tá metendo a língua lá pra aquele pela saco do doutor, e ai fode com a Maré, toda. - Falei.

Ela bufou e se levantou indo até o sofá.

Eu que não ia acreditar nela não, não sou trouxa pô. No primeiro momento que eu abro os braços, a mina pode vir de trairagem e acertar uma bala no meu peito.

Único que eu confio mesmo é Belo, de resto é resto.

Ficamos mo tempo lá um olhando pro outro de cara fechada. Ela ficava bufando toda hora.

Até parecia um dragão.

Quando a porta bateu eu fui lá, atendi e peguei a pizza. Paguei o mano e coloquei a pizza em cima do sofá.

- Pode pegar? - Ela perguntou.

- Não não, é pra tu ficar olhando! - Falei. - Pega porra, eu em, fica moscando não! - Falei pegando um pedaço.

A mina já foi pegando logo três, não demorou nada e ela já foi comendo eles.

Eu em.

- Essa borda tá maravilhosa! - Ela disse de boca cheia.

Comi mais uma e fiquei olhando ela comer.

E se não tivesse execução?

- Tua coroa mora com quem? - Perguntei.

Ela parou de comer na mesma hora.

- Eu to fazendo tudo o que tu tá pedindo, não mexe com ela por favor! - Ela pediu.

- To falando que vou fazer algum bagulho? - Falei revirando os olhos.

- Com meus irmãos. - Ela disse.

- E teu pai? - Perguntei.

Ela parou de comer e deixou a pizza na embalagem.

- Ele morreu... - Ela disse. - Mataram ele em serviço! - Ela disse já enchendo os olhos cheios de lágrimas.

Nunca nem tive pai, meu pai vazou quando soube que eu ia vim pro mundo. Minha coroa me criou sozinha, ralou muito pra me dar tudo o que eu precisava.

- Termina de comer! - Falei me levantando e indo pra cozinha pegando um copo de água.

Fiquei encarando pra fora da janela e logo senti um leve arranhão nas costas.

Eu olhei pra trás com tudo e Viviane tava lá, me olhando com uma cara de sonsa.

- Ih, qual foi? Tá fazendo o que aqui caralho? Vai comer! - Falei me afastando.

- Já comi! - Ela disse e eu deixei o copo na pia. - Mora sozinho aqui? - Ela perguntou.

- Tá vendo mais alguém aqui por acaso? - Perguntei como se fosse óbvio.

Ela foi andando e eu puxei ela com tudo. Ficamos pertinho um do outro, encarei a boca dela e depois os olhos.

- Tu se liga em, qualquer deslize tu roda! - Falei.

- É? - Ela perguntou mordendo a boca.

Eu virei a cara e ela puxou me fazendo olhar pra ela.

- Tu quis comer a porra da pizza, vai! - Falei.

- Antes me da um beijo! - Ela disse e eu levantei a sobrancelha.

Não tava acreditando no que eu estava ouvindo.

- Tu não merece nem teu cu que tu peida, quanto mais a porra da minha boca! - Falei me afastando dela indo pra sala.

Do nada sinto um empurrão. Cai no sofá, encarei a Viviane e ela pulou em cima do meu colo.

Vagabunda.

• aperta na estrelinha •

Continue a nadar... ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora