• capitulo 49 •

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Viviane

Me vesti em um vestido preto colado que ia até a cima do joelho, e calcei meu scarpin. Peguei minha bolsa, dei a última olhada no espelho e senti aquele nervoso.

Vai dar tudo certo.

Caminhei pra fora e peguei meu uber que me esperava. Eu fui em direção ao cdp, quando cheguei lá, eu olhei meu relógio de pulso e vi marcar nove da manhã. Fui caminhando até a entrada e logo vi uma agente anotando algumas coisas.

Eu caminhei até ela e parei na frente recebendo o olhar dela.

- Olá, eu vim visitar o meu cliente. - Falei dando a minha carteira profissional a ela.

Ela pegou e olhou, puxou um caderno e começou a procurar meu nome.

- Primeira vez aqui? - Ela perguntou.

- Sim! - Respondi.

- Bom, te cadastraram aqui sim, mas vou precisar dos teus documentos, você vai deixar aqui e ai vai passar por aquele portão! - Ela disse e eu concordei dando o meu rg.

Eu agradeci e fui caminhando até aquele portão aonde estava um guarda.

- O que quer? - Ele perguntou todo grosso.

- Ela é advogada! - A mulher que estava na entrada disse alto.

Ele abriu e eu passei parando vendo ele fechar o portão.

- Tá com metal ai? - O guarda perguntou e eu assenti. - Você vai deixar naquele armário todo tipo de metal. Brinco, pulseira, relógio, anel, qualquer metal retire por favor! - Ele disse e eu concordei.

Eu sabia bem como era, nos cdps lá da minha cidade era a mesma coisa.

Eu caminhei, deixei tudo lá e quando voltei ele abriu mais um portão e me deu passagem para passar. Eu passei e logo tinha uma outra mulher com o detector de metal do lado.

- Bom dia querida! - Ela disse. - A advogada né? - Ela perguntou e eu concordei. - Retire o salto por favor! - Ela disse.

Eu tirei e dei a ela. Ela passou num outro detector e eu passei no outro, suspirei aliviada em ver que não tinha apitado nada.

Eu vesti meu salto novamente.

- Doutora Viviane? - Ouvi uma voz e olhei pro lado vendo um agente vir na minha direção.

- Oi, sou eu mesma! - Falei.

- Vamos, me acompanhe até o parlatório! - O agente disse.

Caminhei calmamente por aqueles corredores. Ele me levou até uma sala branca aonde já tinha um homem ali, provavelmente um advogado, ele estava distante, não dava pra se ouvir nada.

O agente me deu um papel e uma caneta, eu anotei os tópicos mais importantes e dei de volta a caneta.

Infelizmente eles não liberavam nem mesmo o nosso próprio caderno de anotações.

Eu me sentei suspirando e tremendo. Meu coração estava a mil, eu ainda tinha a esperança que não fosse o Zeca ali, e sim outra pessoa, e que tudo isso fosse só uma brincadeira de mal gosto.

Não demorou muito e eu tive a visão do Zeca na minha frente. Eu gelei, engoli seco e na mesma hora peguei o telefone.

Ele tava com a cara emburrada, o cabelos tavam começando a crescer, e olha que ele era totalmente careca. Eu encarei os olhos dele e eu via aqueles olhos que eu vi no mesmo dia do assalto do banco.

Ele pegou o telefone e colocou na orelha me olhando.

- Zeca... - Sussurrei ainda assustada.

- O que tu quer aqui caralho? Na boa, já não fodeu com tudo lá não? - Zeca disse virando a cara.

- Olha pra mim, eu não tava aqui no Rio e você sabe disso! - Falei e ele riu pelo nariz negando.

- Eu não sabia não, aliás, nem preferia saber da tua correria não. Não sei nem por que tu tá aqui! - Zeca disse e eu bufei.

- Eu sai da minha cidade pra vir aqui te ajudar, então cala a merda da boca e me deixa te ajudar. - Falei brava querendo mesmo era quebrar ele ali na porra. - Tu é ingrato isso sim, vim aqui na maior boa vontade, não pensei duas vezes e você vem nessa de se fazer de difícil? Então fica ai na cadeia, seja julgado sem defesa alguma! - Falei colocando o telefone no gancho.

Eu me levantei e ele bateu no vidro que nos separava.

Eu peguei aquele telefone e coloquei na orelha encarando ele sério.

- Veio pra que? Vai ganhar o que com isso? - Zeca perguntou.

- Tua rola? - Falei debochada e ele abaixou a cabeça. - Vim aqui por pedido do Belo, e eu sei que se eu não tentar te tirar daí, ninguém vai! - Falei.

- E qual é tuas idéias? Tu tá vendo que eles tão me acusando de quatro coisas. Na boa mesmo? Acho que nem tem mais jeito, to até me acostumando com aqui! - Zeca disse.

- Nossa que positivo! - Resmunguei. - Eu vim aqui pra ganhar, você vai sair nem que seja regime aberto. - Falei.

- Que dia é mesmo o julgamento? - Ele perguntou.

- Daqui duas semanas. - Falei. - Até lá, eu vou vir mais duas visitas e ai vamos conversando! - Falei.

- Tem como vir na íntima? - Ele disse ainda sério e eu revirei os olhos vendo que ele tava debochando.

- Fica ai com tua mão! - Falei.

*****

O agente avisou que faltava cinco minutos para terminar. Já tinha dado quase uma hora de conversa, eu expliquei tudo pra ele sobre como ia ser e expliquei um pouco da minha defesa, ele ficou calado, o olhar dele parecia estar longe...

- Avisa o Belo que agora é a missão estourar! - Zeca disse.

- Que merda é essa? - Perguntei.

- Acabou! - Ouvi a voz do agente.

Zeca colocou na hora o gancho e eu coloquei também me levantando.

Ele me olhou por inteira e eu me virei. Eu olhei pra ele e ele olhava minha bunda. Ele subiu o olhar até meus olhos e passou a mão no rosto levantando e saindo da minha visão.

• aperta estrelinha •

Boa semana a todos! ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora