• capitulo 2 •

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Viviane

Desde pequena eu sonhei em mudar a minha realidade, e a realidade da minha família. Meus pais sempre fizeram de tudo por mim e pelo meus irmãos. E isso, era o que eu era mais grata. Eu jurei mudar a vida de todos, e pra melhor.

Vim de uma família humilde, aonde a minha mãe era margarida e meu pai porteiro de um prédio. Quando minha mãe teve que parar de trabalhar por conta de um problema na coluna, meu pai ficou segurando as pontas sozinho em casa.

Pense, cinco filhos pra sustentar, mais ele e minha mãe.

Eu via o desespero dele por mais que ele tentasse esconder da gente. Ele trabalhava dois turnos seguidos, chegava em casa e mal tinha tempo pra dormir. Ganhava nem um salário mínimo e sempre dava um jeito.

Eu cansei de ver isso acontecer, quando eu fiz doze anos comecei a procurar coisas pra mim fazer. No caso, eu passava a roupa de uma mulher ali da rua mesmo, e as vezes cuidava da filha dela que tinha só cinco anos.

E sabe quanto eu ganhava? 10 reais pelas duzentas roupas passadas, e mais 10 reais por as vezes cuidar da menina.

E isso começou a acontecer por muito tempo. Mas ai tudo mudou. Quando eu fiz catorze anos, eu tinha feito uma prova para estudar na etec, uma das melhores escolas da minha cidade na época. Além de estudar, você fazia o seu curso técnico.

Eu escolhi administração, e foquei o máximo. Eu era a aluna número um da sala, sempre estudando e tirando as melhores notas.

Quando faltava mais ou menos um ano pra mim terminar o colegial, eu tive a pior notícia da minha vida.

Meu pai havia sido morto.

Em uma tentativa de roubo, ele acabou reagindo ao assalto no próprio serviço e acabou morrendo com disparos.

Eu me revoltei por um bom tempo, as minhas notas caíram durante uns dois meses, mas ai eu vi que eu deveria fazer diferente e orgulhar meu pai da onde ele tivesse. Eu precisava cumprir de dar o melhor para minha família, por que até então, a minha mãe começou a fazer pão e vender em casa mesmo, isso era a nossa renda.

Aos dezessete anos, era meu último ano escolar, e com isso me deixou muito mais focada em fazer os vestibulares, eu havia me preparado o ano todo para passar em alguma universidade, até por que eu nem sabia o que eu queria realmente fazer.

Por muito tempo eu fiquei em dúvidas, eu amava bichos, amava contas, mas o que acabou preenchendo meu coração mesmo, foi a decisão de ser policial.

Isso por que eu não queria uma família chorando como foi comigo. Queria acabar com isso, queria deter as pessoas más. E isso me tornou um foco, foco pra passar na faculdade de direito.

Dito e feito.

Passei na faculdade, bolsa cem porcento, minha mãe não acreditou naquilo, ela chorava igual uma criança.

Uma filha advogada.

Mal sabia ela...

Eu trabalhava o dia todo, e de noite eu fazia faculdade. Não era fácil, eu andava muito, muito noites viradas sem dormir estudando, mas isso era o que me fortalecida, por que eu sabia que quando eu terminasse ia valer a pena cada noite mal dormida.

Quando eu me formei, foi uma alegria enorme, eu já fazia estágio, meus irmãos já estavam começando a trabalhar em mercadinho e ai sim nossa vida tava começando a andar. A primeira coisa foi fazer minha mãe parar de fazer os pães, que por muito tempo foi da onde vinha o dinheiro pra comer.

Eu me formei aos vinte e dois anos, e logo já comecei a exercer. Fiz uns dez casos durante uns cinco meses, mas quando eu soube que teria um concurso no Rio de Janeiro para polícia federal, eu me animei, era isso o que eu queria e era isso que eu iris fazer. Eu iria sair de Mato grosso e ir pro Rio de janeiro. Não sabia o que me esperava, mas sabia que eu tinha que tentar!

• aperta na estrelinha •

Não se diminua por nada. ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora