Zeca
Ficamos por mo cota andando até achar um carro parado, fiz ele ligar e vazei dali, o Rio de janeiro tinha parado, as polícias passavam toda hora. Fabião reclamava do pé enquanto no rádio falava sobre a fuga...
O dia tava amanhecendo já, o carro acabou parando por falta de gasosa. Fui caminhando com Fabião até a goma da Patricia, não daria não pra ir pra Maré, certeza que tava lotado de repórteres e policias.
Cheguei lá e nada dela atender, o único jeito foi pular o muro e arrombar a porta. Ela nem tava lá, o relógio marcava seis da manhã.
- To aguentando não pô! - Fabião disse e foi ai que fui reparar no pé dele.
Tinha destruído, eu engoli seco levando ele sentar no sofá.
- Aê, vou chamar negada e ai nois da um jeito nisso ai! - Falei procurando a goma dela toda por um celular e nada.
Ficamos lá vendo as reportagens por mo tempo, era quase uma nove da manhã quando ouvi o barulho do portão e logo vi Patricia entrando na porta.
- Batesse na porta antes, deselegância entrar assim na casa dos outros! - Falei e ela fechou a porta na mesma hora.
- Que porra foi aquilo Zeca? Não, eu não to acreditando nisso! - Patricia disse jogando a bolsa com tudo em cima de mim.
- Queria que eu morresse lá? Qual foi Patricia, só quem tá lá sabe o bagulho ruim que é! - Falei e vi ela negar com a cabeça.
- Fodeu tudo, como vou te defender em um tribunal sendo que você é fugitivo Zeca? - Patricia dizia andando de um lado pro outro.
- Sei não, só sei que não quero fica mais lá, to nem ai com essa de que vou ficar fugitivo, mas é o melhor, e tu sabe! - Falei e ela bufou encarando Fabião.
- E quem é esse outro nó cego? - Patricia perguntou olhando o pé dele.
- Fabião, as tuas honras princesa! - Fabião disse e eu neguei indo até Patricia.
- Aê, papo sério, manda rádio pro Belo, quero tá indo agora lá pra Maré! - Falei.
- Tá maluco? A maré tá lotada de polícia e repórter! - Patricia falou o que eu já imaginava. - Eu vou avisar ele, enquanto isso a gente vai ter que dar um jeito nesse pé, assim não da não, capaz que perca o pé! - Patricia disse pegando o celular e saindo da minha vista.
Eu me joguei no sofá e suspirei sentindo o alívio de dentro de mim.
*****
Eu tava dentro do carro, Fabião tava pálido já, Patricia tentou dar um jeito no pé, mas não tava bacana não. Belo dirigia rápido enquanto Patricia ligava ao diretor da penitenciária.
Vi aquela galera toda rodeada em volta da maré.
Belo entrou com tudo pela parte de trás aonde tinha menos movimento. Ele parou de frente da onde era minha casa e foi me puxando com tudo até lá dentro. Encarei aquela casa e via que tava do mesmo jeitão.
- Ai, esquecemos do teu amigo sem pé! - Patricia disse indo pra fora me deixando sozinho com Belo.
- Cacete cara, se eu soubesse, tinha pego tu lá perto. - Belo disse vindo me abraçando.
Ele se afastou e eu me sentei no sofá.
- Foi de última hora, eu não ia não, sabia da merda que daria. Mas eu lembrei da... - Fui falar e a porta foi aberta me dando visão do Neno.
Ele me encarou e veio com tudo me abraçando.
- Filho de uma quenga mal comida, vai se foder seu filho de Jezebel! - Neno dizia enquanto estava abraçado comigo.
Eu me afastei e arqueei a sobrancelha.
- Agradeço ao carinho mais agora é tiro, porrada e bomba! - Falei e eles assentiram.
Patricia entrou com Fabião que tava com um pano amarrado no pé.
- Aê, tu tem que ir agora pro postinho, sei não esse teu pé! - Falei e ouvi Fabião começar a rezar...
Belo saiu da casa chamando um vapor, ele levou Fabião pro postinho. A gente ficou lá, um olhando pra cara do outro.
- Tá, e agora? - Neno perguntou.
- E agora que vocês tem que estar esperto por que qualquer hora vão entrar aqui novamente! - Patricia disse.
- Qual é o corre Zeca? - Belo perguntou.
- Primeiramente executar o antigo advogado... - Fui terminar de falar e Patricia interrompeu.
- E o Márcio... - Patricia disse e eu encarei ela sem entender. - Ele não morreu, ele ficou internado e ficou fora daqui por um ano, mas e voltou... Eu vi... - Ela dizia isso negando com a cabeça.
- Tem que limpar tua ficha! - Neno disse.
- Deixa comigo isso, se preocupem com aqui... E com a Viviane! - Ela disse me olhando.
- Como ela tá? - Perguntei.
Todos passaram as mãos no rosto, parecia até que tava escondendo algum bagulho.
- Querem desligar os aparelhos... Ela já está em com a dois anos, eles acham que não tem volta, e se tiver... Ela teria que ficar vegetal na cama. - Patricia disse e virou de costas.
Eu passei as mãos no rosto sentindo aquela mesma dor de quando soube que ela teria "partido".
• aperta na estrelinha •
Não se prive da sua felicidade! ❤️
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Um amor além da lei
Teen FictionDois mundos diferentes, mas entre eles um amor que não se explica. Um amor proibido que de todos escondemos. E só a gente sente. E por este amor sofremos...