Patricia
Eu joguei com tudo meu colete no chão. Ricardo veio pra perto e pegou o colete do chão.
- Como tu tem tanta certeza? - Ricardo perguntou.
Comecei a falar pra ele, mas logo fomos interrompidos pelos gritos do Gilberto.
- Impossível mais dois dos nossos serem baleados e nada de pegarem aquele morfetico! - Gilberto dizia alto.
- Porra Gilberto, você acha que é fácil? Na próxima você vai junto então, quero a ver se vai ter toda essa prepotência! - Falei e fui indo pro quartinho.
Eu tava possessa, tava com uma raiva enorme. Mas não sabia o que fazer, eu comecei a andar de um lado pro outro.
Não tem jeito.
- Tu tá me deixando tonto andando de um lado pro outro! - Ouvi a voz do Ricardo.
Eu virei e bufei.
- Eu vou entrar lá sozinha, eu não sei como, mas eu vou! - Falei apontando pra ele.
- Tá maluca? Não vai caralho, você não dura dois minutos lá Patricia! - Ricardo disse.
- É? E a gente vê a gente perdendo a Viviane? - Falei.
- Não, a gente vai dar um jeito sim, mas antes a gente vai planejar! - Ricardo disse e eu neguei.
- Que porra de planejar o que. Não adianta nada a gente planejar e cada vez que a gente subir lá, ficar uns cinco, seis nossos pra trás! - Falei e ele me segurou firme.
- Para porra, se mantenha com calma! - Ricardo me disse me chaqualhando e eu fui saindo dali.
*******
Viviane
Índio ficou o tempo todo comigo lá naquele quarto depois que eu roubei um selinho no Zeca. Passou o dia fazendo o trabalho dele ali, eu tava entediada, não tava aguentando mais a dor nas juntas.
- Pode me soltar um pouco? - Perguntei.
Índio nem me respondeu, continuou lá no mundinho dele. Eu encostei minha cabeça na madeira da cama e suspirei fundo.
Mais um dia!
Ouvi um barulho lá fora e eu suspirei sabendo que iam trocar de pessoa.
Graças a Deus.
Ouvi barulho da porta e quando olhei era o Binho.
- Cheia de manias, toda dengosa! - Belo cantava sambando. - E ai Vivi do grau? - Ele disse fazendo um jóia.
Índio olhou pro Belo e foi saindo dali.
- Eu posso ir no banheiro? Ele não deixou! - Falei e Belo na mesma hora veio vindo soltando meus punhos.
Ele foi me ajudando a ir até o banheiro.
Eu entrei e fiz minhas necessidades, e quando voltei, ele me levou de volta pra cama, mas ele não me prendeu nem nada.
- É, fiquei sabendo que tá namorando né! - Belo disse e eu levantei a sobrancelha. - Ih, tá apaixonada, tá apaixonada! - Belo dizia cantando e negando.
- Namorando com quem? Eu não namoro! - Falei.
- Fiquei sabendo da bitoca! - Belo dizia rindo. - Eu até esqueci de trazer uns bagulhos pra tu tomar banho e escovar teu dentes, por que na boa? Tu tá com um bafão! - Ele disse tampando o nariz.
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Um amor além da lei
Novela JuvenilDois mundos diferentes, mas entre eles um amor que não se explica. Um amor proibido que de todos escondemos. E só a gente sente. E por este amor sofremos...