• capitulo 13 •

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Viviane

Alguns dias depois...

Último dia de trabalho e já tava foda. Um feminicídio, um tráfico e dois estelionatos. Já estava no fim de tarde, eu ajeitava meu armário e tirava as coisas que eu precisava levar pra casa.

- Mas já vai? - Patrícia perguntou.

- Sim, já to indo! - Falei fechando o armário e colocando o cadeado.

Eu me virei pra ela e ela tava me olhando.

- Vai lá pra tua cidade? - Patrícia perguntou.

Eu assenti com a cabeça.

- Provavelmente. - Falei pegando minhas coisas e saindo dali.

Fui caminhando até meu carro e colocando tudo.

- Eu vou ir talvez amanhã ver o Tarcísio, não quer ir não? - Patrícia disse.

- Se der eu te mando mensagem. - Falei e ela concordou.

Eu entrei no carro e dei partida saindo dali.

Eu fui em direção ao hospital aonde Tarcísio estava, ele já estava no quarto. Falei com a recepção, e eles liberaram que eu fosse lá, liberou mesmo por que eu sou agente, por que quando você quer ver alguém é só em horário de visita.

Eu fui em direção ao quarto e entrei vendo Tarcísio olhando a TV.

Eu tinha já visitado ele, mas ele não tava falando, ele tava com os tubos na boca.

- Ei, como você tá? - Perguntei chegando mais perto.

Ele suspirou fundo.

- To melhor, um pouco de dor, mas to legal! - Tarcisio disse. - E vocês? Como estão? Soube que teve xingo do Gilberto. - Ele disse.

Eu revirei os olhos e ri.

- Pois é, mas entrou por um ouvido e saiu pelo outro. - Falei e ele concordou. - Aproveitar agora né, to entrando de férias, ficar sem Gilberto entrar na mente. - Falei colocando as mãos pro alto, em sinal de graças a Deus.

- Que bom, da pra tu descansar, merecido! - Tarcísio disse e eu neguei.

- Tarcísio, eu não vou descansar, vou pegar esse filho da puta da Maré! - Falei e ele negou com a cabeça.

- Viviane, descansa a tua mente, quando tu voltar de férias ai sim você fala com os povo lá e ai vocês invadem, não faça nada sozinha, tu viu como o cara é. - Tarcísio disse.

- Não sei Tarcísio, eu não sei. Eu quero saber cada ponto daquele complexo, a gente tem que entrar mais forte do que eles dessa vez! - Falei.

Tarcísio negou segurando firme minha mão.

- Promete pra mim que tu não vai fazer cagada Viviane, a gente sabe que o negócio não é bom com aquele cara. Volta pra tua terra natal e depois tu pensa nisso cara! - Tarcísio disse.

*****

Eu fui embora do hospital pensando em o que Tarcísio tinha falado. Eu estava perto da Maré, parei um pouco afastada e fiquei olhando de longe. Não dava pra ver muito, já estava de noite, as únicas coisas que iluminava ali era os postes e as casas.

Eu fui passando o olhar vendo cada soldado ali em cima das casas, como também tinha uns parados ali no começo escondido.

- Executando esses com rifle silenciador, é melhor, não tem como repassarem as informações. - Falei pra mim mesma olhando pra eles.

Eu estreitei os olhos e liguei o carro indo pra casa. Eu passei olhando a entrada.

- Na parte da noite seria melhor do que na parte da manhã. - Murmurei.

Guiei pra casa, me joguei no sofá e peguei uma caderneta e uma caneta anotando tudo que eu tava pensando.

******

Zeca

Olhei o relógio e via que já era quase nove da noite. Eu encarava Nem que só sabia reclamar do Pascoal que era o braço direito dele, eu nem ouvindo tava mais.

Pô, se não tá feliz manda vazar.

Ouvi a porta bater e encarei ela abrindo, era Belo.

Eu encarei ele e ele entrou cumprimentando Nem.

- Ê Zeca, tu não ouviu o rádio não? - Belo perguntou.

- Não. Qual é da parada? - Perguntei.

- To vazando, ocupei teu tempo. Boa irmão. - Nem disse fazendo um jóia e eu só balancei a cabeça.

Ele saiu da sala e eu neguei com a cabeça.

- Os moleques da barragem tá dizendo que faz uma semana que tem um carro que fica de olho neles lá. É polícia, só pode! - Belo disse.

Eu arqueei a sobrancelha.

- Eles não viram se é homem ou mulher? - Perguntei e Belo negou. - Tá vindo todo dia? - Perguntei.

- Parece que tá. E ai? - Belo perguntou.

- Amanhã quem vai ficar na barragem vai ser eu. Eu vou descer lá no meninos e mando o papo, quero saber disso direito. Se eles tão tentando me derrubar, eles tão cavando a própria cova! - Falei negando.

Porra, se tivesse que escolher uma profissão, eu escolheria qualquer uma, menos policial.

• aperta na estrelinha •

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Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora