• capitulo 3 •

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Viviane

2 anos depois...

Dois anos que eu havia vindo morar aqui no Rio. Minha vida tinha mudado, e claro que era pra melhor.

Eu enviava mensalmente dinheiro pra minha mãe e meus irmãos. A minha mãe mudou de casa, reformou a nova casa, começou a trabalhar em casa mesmo fazendo bolos, enquanto meus irmãos faziam cursos técnicos.

Eu tinha virado agente federal. No primeiro concurso eu passei, foi cinco meses de treinamento, e esses cinco meses foi aonde eu vi que era o que eu realmente queria fazer.

*****

Olhei o relógio e fui pegando a minha mochila. Já tava em cima da hora já, justo hoje que o meu plantão é na parte noturna, aonde os casos são mais fodas.

Ajeitei a mochila nas costas e sai do apartamento indo pro estacionamento. Eu entrei dei partida e fui direto pra delegacia. Estacionei lá e desci rapidamente indo até o quartinho aonde ficava os armários. Eu guardei minhas coisas e me troquei rapidamente.

— Achei que já tinha ido. - Ouvi uma voz e me virei vendo Patrícia.

— Boa noite pra você também. - Falei fechando meu armário. - Eu teria ido a onde Patrícia? - Perguntei.

— Operação em Pavuna, artigo 33. - Patrícia disse se arrumando rápido. - Melhor a gente ir, eles mandaram rádio dizendo que precisava de reforço. - Ela disse e eu assenti.

Guiei pra caminhonete e Tarcísio já estava no volante. Eu entrei e ele me olhou.

— Justo na Pavuna, odeio aquela lugar, puta que pariu viu. - Tarcísio reclamou negando.

A última vez que Tarcísio tinha ido lá houve troca de tiro, ele foi atingido, ficou um mês no hospital, o caso era grave, mas por fim deu tudo certo.

— Relaxa Tarcísio, hoje a noite é nossa, antes um deles, do que um dos nossos. - Falei piscando pra ele.

Logo Patrícia veio com um agente e fomos pra Pavuna. Paramos um quarteirão antes, descemos preparados com os coletes e com as armas nas mãos. Tarcísio deu liberação pra mim ir na frente, eu fui indo rápido por aquelas ruas escuras, a única coisa que iluminava era um ou dois carros que passavam por ali.

De longe eu avistei alguns dos agentes, fui em direção deles.

— Agente Cavalcanti, os indivíduos estão praticando estelionato e tráfico. Há muitos homens armados ali dentro. - O agente me disse, na mesma hora eu concordei.

Passei tudo por rádio ao Tarcísio e a única coisa que ele falou foi.

“ Invadem ”

Tá fácil né?

— Não daria pra entrar assim, vamos ter que rodear o barraco, dois no telhado, e os restante em volta, joga a bomba e mete o tiro, sem dó alguma, ou é eles ou é a gente. E você sabe, entre tomar um tiro e deixar a pessoa rival tomar, eles que preparem o caixão! - Falei séria.

O agente concordou e repassou ao restante que estava ali perto. Planejamos e fomos realizar. Eu e Tarcísio subimos no telhado, ele ficou em um canto e eu em cima da porta, me abaixei e logo Tarcísio deu sinal.

O agente jogou a bomba, aquilo explodiu e logo começamos a ouvir tiro da onde eu nem sabia da onde vinha. Eu vi o primeiro indivíduo sair e atirar, eu comecei a atirar sem parar.

A gente tenta amigavelmente, mas ele pedem. Tentamos uma, duas, acabar com isso e eles acabaram com um de nós.

Dois deles conseguiram fugir, quando tudo tava calmo, eu desci, começamos a vasculhar e vimos o óbvio, ali era o ponto de drogas. Tinha vários malotes de dinheiro, não era nota pequena não, só de cem.

*****

Voltei cansada dali, tomei um café com Patrícia que reclamava sobre o casamento que tava de mal a pior.

Ouço nada, não me formei em psicológica pra ouvir o problema de ninguém.

As vezes eu acho que ele tem outra. A gente mal transa, é difícil. - Patricia disse.

Eu dei o último gole e encarei ela.

— Vão fazer terapia de casal juntos se não resolver, vão no cartório e assina a separação. - Falei deixando ela sozinha e indo deitar na cama que tinha ali.

Eu tava morta de cansada, tirei a bota dos pés e me joguei deitando no colchão. Senti aquele alívio bom, fechei meus olhos e só acordei com alguém me balançando.

Eu abri os olhos com tudo e dei um pulo ficando sentada.

— Assalto no banco central! - Tarcísio dizia desesperado.

Eu calcei rapidamente a bota e fui correndo me vestir com outra roupa que protegia mais.

Pelo visto o plantão não vai ser sossegado...

• aperta na estrelinha •

Um ótimo dia pra você. ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora