Um amor além da lei

•capitulo 88 •

Viviane

Sabia que alguma merda tava rolando, mas não sabia o que era. E pra ajudar, ninguém me falava nada, falavam que tava tudo tranquilo e que estavam trabalhando demais.

Trabalhando na casa do caralho só se for.

O dia todo senti uma dor de cabeça, tomei um remédio na veia e só adiantou um pouco. Tentei dormir mas quem disse que eu conseguia, pedi pra um enfermeira me trazer jornal e revistas e ai sim me distrai a tarde toda com as revistas e jornais...

Eu ainda tava muito perdida, não sabia qual era a música de sucesso da época, não sabia das novelas, filmes e séries que passavam de novo. Eu literalmente estava perdida, parecia que eu havia acordado em um outro país, em um lugar desconhecido.

Perdida.

Acabei cochilando na parte da tarde por alguns minutos, e só acordei com a voz de Patricia no telefone. Vi que ela falava séria no telefone enquanto olhava a parte de fora pela janela. Ela ainda não tinha visto que eu tinha acordado, eu fiquei olhando ele e ouvindo cada palavra que ela falava.

- Ei, eu sei tá? É o plano, esse agora é o que o Zeca quis cara. Vai ou não? - Patricia disse. Ela se virou e me olhou se assustando. - Depois nos falamos, me manda mensagem! - Ela disse na ligação e desligou.

Ela veio pra perto e pegou na minha mão sorrindo sem mostrar os dentes.

- O que tem o Zeca? - Perguntei ainda com a voz falhada.

- Nada não, ele tá na boca, eu vim dar uma passada pra ver como você estava! - Patricia disse.

Sentia o cheiro da mentira de longe.

- Tá mentindo que eu sei Patricia! - Respondi vendo ela rir pelo nariz e negar.

- Fica tranquila, não estou mentindo. - Ela disse. - Bom, eu preciso ir pra casa, mais tarde eu volto, preciso resolver algumas coisas. - Ela disse beijando minha testa e saindo dali.

Eu encarei ela sair e bufei.

O que tão escondendo? Precisa esconder?

*****

Patricia

Cheguei em casa e corri tomar banho, eu sai do banho e me troquei colocando o meu vestido mais provocante. Sentia mais pelada do que vestida. Aquele vestido eu comprei e nunca usei. Calcei meu salto e comecei a arrumar meu cabelo.

Pela Viviane...

A única coisa que eu pensava. Eu terminei de me arrumar e já tinha mensagens do Belo falando que eles estavam já saindo da Maré.

Eu me levantei, fui caminhando pro carro até receber uma mensagem...

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Tarcisio: To contigo. O Márcio acabou de sair da delegacia, daqui uns quinze minutos capaz que ele chegue na casa dele. Vou atrapalhar ele! - ( 18:59)

• WhatsApp 📞 •

Eu avisei Belo e ai sim peguei meu carro indo até a casa de Márcio. Tarcisio havia passado o endereço dele. Era uns dez minutos de casa.

Uma puta casa.

Estacionei o carro bem na frente e desci encostando na parede da casa dele. Demorou uns dez minutos, eu vi ele chegar, ele parou o carro atrás do meu e veio vindo em minha direção.

- Tem como tirar o teu carro da frente do portão? Ou quer que eu coloque ele na costa e pule o muro? - Márcio respondeu super duro.

Eu neguei e suspirei.

- Não precisa falar assim. - Respondi olhando ele de cima abaixo.

- Tira logo essa merda... - Ele disse me encarando bem e... - Ei, é tu aquela amiga da... - Ele ia dizer e eu neguei.

- Não sou amiga de ninguém... Agora eu posso ser qualquer coisa sua! - Falei encarando ele.

Ele me olhou por inteira e parou os olhos no meu decote.

- Assim tu nao vai conseguir, tira logo essa carro antes que eu chame um guincho! - Márcio disse.

- E o bombeiro vai precisar também pra apagar o meu fogo! - Falei com tudo me esfregando nele.

Foi a picada final...

Homens...

Ele por um momento ficou parado, mas não deu uns cinco segundos depois e ele se entregou. Ele me segurou firme. Puxou meu rosto e encarou minha boca que estava com um batom vermelho forte.

- Sempre tive tesão por você, você vestia aquela farda e me deixava louco! - Ele disse.

Eu senti nojo dele. Márcio devia ter seus cinquenta e poucos anos, cabelos grisalhos, casado, três filhos, e um bafo terrivelmente pobre.

- Eu também... Mas você sempre fez a minha durão! - Respondi.

- Então vem cá, vamos entrar pro meu carro, se minha mulher vê... - Ele disse e eu neguei.

- Vamos pro meu... - Falei e ele negou rindo. - Tudo bem então, eu vou sozinha. - Falei subindo meu vestido pra cima com tudo.

Fiquei apenas de calcinha e sutiã, fui caminhando até a porta do carro e quando me virei pra olhar, ele já tava na porta do passageiro querendo entrar.

Eu ri por dentro e destravei entrando.

• aperta na estrelinha •

Não tente agradar ninguém, seja você mesmo! ❤️