• capitulo 38 •

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Zeca

Comecei a andar rápido até o barraco que a Viviane ficava, e quando entrei, vi Neno e Belo jogando uno enquanto a menina estava deitada no sofá.

- Deu o que pra ela? - Perguntei.

- Nada. Ela que dormiu mesmo! - Belo disse se levantando.

- Qual é o plano Zeca? - Neno perguntou.

- Tira foto dela, imprimi e lota na frente da casa deles, eu vou mandar um recado por vídeo! - Falei.

- Tu vai mostrar tua fuça? Melhor não Zeca! - Belo disse e eu neguei.

- Vou usar a mesma máscara do assalto! - Falei. - Agora vai Belo, o Neno fica ai com a menor. Eu vou gravar, e tu envia o cd pra eles! - Falei e Neno começou a rir.

- Ninguém usa cd hoje em dia Zequinha! - Neno disse.

- Ai o problema vai ser todo dele. Por que uma hora dessas, ele deve tá surtando! - Falei saindo dali com Belo.

Belo desceu e eu subi atrás do Índio. Índio manjava nuns bagulhos de computação e tudo mais. Fui na boca que ele ficava e ele tava no maior amasso com uma ai.

Eu dei uma tossida que quase sai meu pulmão. Ele se afastou dela e ela vazou rapidinho.

- E ai Zeca... - Índio disse coçando a cabeça.

- To precisando de tu. Quero fazer uma gravação e botar num cd, tem como tu correr atrás pra mim isso? - Perguntei e ele concordou.

- Tá rolando o que aqui em? Tu tá estranho demais! - Ele disse e eu dei batidas no peito dele.

- Relaxa, só faz isso pra mim, depois te mando o papo! - Falei e ele concordou.

Eu vazei pra casa. Peguei um moletom preto e a máscara. Peguei meu celular e vazei de volta pro barraco. Eu entrei e Neno falava com a menina.

- Eu tenho dois namorados na minha escola! - A menina falou.

Devia ter no máximo uns seis anos.

- Mais do que eu, o tio não pega nem resfriado. Tá complicado viu baixinha! - Neno disse pra ela e logo me olhou.

Fui me vestindo o moletom e vesti a máscara. Coloquei a touca do moletom e parei na frente dos dois.

- Tá de boa assim? - Perguntei.

- Que engraçado, você ficou com uma cabeça de ovo! - A menina disse rindo.

Neno começou a rir junto.

Tá de sacanagem né?

Deram droga pra ela, só pode. A mina nem chorar, nem desesperada tá.

- Neno tu vai filmar só do meu peito pra cima. - Falei e ele concordou pegando meu celular. - E tu menina, vem cá. Sem chorar entendeu? Tu vai falar teu nome e vai falar pra largar o caso do banco, se não a cabeça roda. - Falei e ela cruzou os braços.

- A cabeça de quem? E por que vai rodar? - Ela perguntou na maior inocência.

Ela pegou na minha mão e eu encarei ela fazer um jóia pra mim.

Eu olhei e Neno já tava posicionado. Ele fez um jóia e eu suspirei fundo.

- Aqui quem tá falando é o comandante do roubo do banco central. Vim imediatamente mandar abandonarem o caso, pois se houver alguém machucado, eu vou machucar quem mais tu ama. Senhor delegado, Gilberto! - Falei firme.

Neno fez um sinal de parar.

- Pausei! - Ele disse e eu peguei a menina no colo.

- Um calor tio. Por que tá com isso? - A meni a perguntou.

- Essa menina só faz perguntas. Puta que pariu. - Falei.

- O Milena, tu lembra o que é pra falar né? Ou tu esqueceu? - Neno perguntou.

- Lembro, não sou burra não tio! - Ela disse.

- Menina esperta! - Resmunguei.

Ela me segurou firme. Eu apontei pra câmera e ela assentiu.

O Neno deu um jóia e ela acabou dando outro jóia pra ele.

- Vai, fala logo cacete! - Resmunguei.

- Oi, eu sou a Milena, tenho cinco anos, meu cachorro chama Tony, eu amo ele. - Ela disse e eu olhei pra ela. - O tio aqui disse pra largar alguma coisa do banco, ele disse que cabeça roda, mas não sei a de quem. - Ela disse na maior inocência.

Eu olhei pra câmera.

- Gilberto, se tu ferrar alguma parte aqui do Rio de Janeiro indo atrás do caso do banco, tu tá fodido. - Falei. - Tu tá vasculhando em um lugar e ficando mais longe ainda da pista. Aonde eu to, tá bem mais longe do que você imagina. Até mais! - Falei saindo com a menina.

Coloquei ela no chão e tirei o moletom e a máscara. Eu tava soando pra caralho.

- Ai tio, eu to com fome, o outro tio que tem cabelo amarelo, ele disse que ia me trazer um mc donalds. - A menina.

- Leva a gravação pro Índio, manda ele colocar num cd e dar pro Belo. E depois tu passa comprar lanche pra essa morta de fome! - Falei entregando dinheiro.

Neno pegou e vazou.

*****

Olhando aquela menina que não parava de falar, tive mais certeza que eu não queria ter filhos.

Puta que pariu.

Neno chegou com os lanches e nem assim ela calou a porra da boca. Ficou lá falando. Devia ser onze da noite quando o Belo chegou.

- Dei mo fuga. Na boa, a pista tá tudo atrás dela. - Belo disse.

- Tu usou luva né? - Perguntei e ele concordou.

- Por que eu to aqui? - Ela perguntou depois de muito tempo.

- O que eu te disse? São férias de crianças! - Belo disse.

- E cadê as crianças? A únicas crianças daqui, sou eu e ele. - A menina apontou pro Neno.

Eu neguei.

Não demorou muito quando ouvimos batidas na porta. Belo abriu e era Índio.

- Liga a porra da tv, tá passando! - Índio disse.

Neno correu ligar a tv.

Passava Gilberto. Ele estava segurando pra não chorar. A mulher dele estava em plantos. Ele dizia que exigia que a filha voltasse, ele era capaz de tudo.

- Pai? - Ela perguntou relando.

Neno logo desligou.

- Acabou a eletricidade da TV. Não tem como assistir mais! - Ele disse falando pra Milena.

Isso tudo é só pro Gilberto tomar um choque. Depois eu mando a menina embora.

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E em comemoração, amanhã terá maratona as 20:30 da noite! ☺️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora