• capitulo 69 •

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Ricardo

Dia seguinte...

Fui naquela delegacia e já via um batalhão todo lá. Márcio falava alto sobre a invasão, eu me encostei na parede e fiquei ouvindo as idéias dele.

Mas na verdade eu nem tava com a cabeça ali, tava pensando no dia de amanhã, sabia que a hora tava chegando e que depois de um ano ia conseguir.

- Ricardo! - Márcio me chamou e eu fui até ele. - Quero que você como capitão, explique como será a invasão... - Ele disse e eu suspirei.

- Boa galera, queria avisar que desta vez vamos mais fortes apagar eles. Vamos fechar todas as entradas da Maré, metam bala, eles tão acabando com a gente, e precisamos pegar o Zeca e passificar a Maré toda! - Falei vendo várias pessoas concordando.

- Temos que tomar cuidado, mas vamos firme acabar com tudo. Eu acredito em todos, convocamos pessoas de cargos diferentes na área policial, precisamos de reforços para entrar lá. - Márcio disse.

- Toda vez que tentamos entrar na parte da madrugada, não dá certo. Iremos entrar na parte da noite. Aliás, vamos fazer um blackout, e ai sim entramos com tudo! - Falei sentindo já o gosto da vitória.

*****

Me encostei na árvore e de longe vi Índio vindo.

- Demorou em. Zequinha não deixou vir antes é? - Perguntei debochando.

- Vai se foder porra, qual é que tu quer falar? - Índio disse chegando perto.

- Vai ser amanhã! - Falei.

- Já? Que horas em? Na boa, o Zeca tá com um pé meio atrás disso tudo, ele deve tá desconfiando... - Índio disse.

- De noite. Vai ter um blackout, tu vai ajudar nisso. Quero que tu venha pro nosso lado, tá ouvindo? Metade do dinheiro é teu! - Falei e ele concordou.

- Se passar a perna em mim tu se fode, fica esperto em! - Índio disse e eu fiz um toque com ele.

Ele foi saindo e eu ri pelo nariz.

Troxão mesmo.

Índio era burrão demais, quando fui atrás dele e mandei a real, ele concordou na mesma hora, o que ele queria mesmo era crescer ali na Maré, ele queria ficar no lugar do Zeca, mas ele sabia que se caso qualquer coisa que acontecesse com o Zeca,  quem iria no lugar seria o Belo.

Eu sai embora, me preparei todo lá em casa, a noite toda rolei na cama, não consegui dormir, sabia que tava pra acontecer uma das piores guerras entre a polícia e os bandidos, sabia que não ia ser tranquilo não, ia ter muita morte, e pra mim antes eles morto do que a gente.

Sentia meu coração bater forte, eu tremia ainda deitado, mas eu tava positivo.

*****

No outro dia de noite eu já tava preparado, eu estava dentro do carro da polícia com alguns colegas meus. Eles comentavam sobre a invasão, eles tavam com medo, eles sabiam que essa invasão seria forte, nunca tinha tido uma igual.

Se não conseguir dessa vez, eu desisto.

Olhei o horário no relógio e vi que tava perto do horário combinado. Eu tinha até tomado um calmante, eu tava nervosão, mas tava com sede de matar a maioria e sabia que ia.

- Estão posicionados? - Ouvi a voz do Índio no rádio.

- Sim, vai! - Falei no rádio.

- 3,2,1...- Índio disse e tudo se apagou.

Rio de janeiro todo de apagou.

E agora o jogo começa.

• aperta na estrelinha •

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Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora