• capitulo 39 •

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Maratona 1/3

Viviane

Estava estampado em todos os jornais da tv.

Filha do delegado Gilberto, é sequestrada na própria casa ”

Gilberto começou a falar enquanto segurava um cd e uma foto enorme da filha.

- Eu não vou deixar de ir atrás da minha filha. Esses marginais precisam ser preso. Eu quero que fechem todas as entradas do Rio de Janeiro agora, eu exijo! - Gilberto gritava.

Eu desliguei a tv. Meu celular vibrou e eu vi mensagem do Ricardo exigindo que a gente fosse na mesma hora pra casa do Gilberto.

Eu deixei meu celular de lado e me levantei indo direto vestindo a minha farda.

Terminei de me vestir e fui pegando minha bolsa. Eu sai de casa e entrei no carro indo pra lá. Eu tinha um pé atrás sobre o que estava acontecendo.

Nem devia estar indo, trabalho mais nas férias do que quando estou trabalhando.

De longe estava aquela multidão de repórteres e políciais. Eu estacionei e fui caminhando até perto. A rua estava interditada. Eu mostrei a minha carteira policial e fui caminhando até Ricardo.

- Desculpa ter te chamado. Gilberto queria todos! - Ricardo disse e eu assenti.

Eu fui caminhando com ele até dentro da casa, aonde estava todos que trabalham comigo.

Encarei Tarcisio ali e ele sorriu pra mim acenando. Eu cheguei perto dele e dei um abraço.

- Já que estão todos aqui e não falta mais ninguém... Quero que vocês vejam a gravação e tirem suas próprias conclusões sobre! - Gilberto disse mexendo em algumas coisas de dvd.

Nem sabia que tinha gente que ainda usava isso.

Começou a rodar, quando eu vi, eu engoli seco. Sabia de quem se tratava. Sabia de quem era aquela voz grossa, sabia de quem era aqueles olhos...

Ele estava com a mesma máscara do assalto, logo apareceu a filha do Gilberto, ela parecia estar bem. Nada de desespero.

Gilberto pausou bem na imagem da filha.

- Quem da o primeiro passo das próprias conclusões? - Gilberto perguntou.

Patricia se levantou.

- Tem duas possibilidades... - Patricia disse. - Eles fizeram a gente pensar que eles entraram pra Maré, sendo que na verdade, eles podem ter nunca nem ter entrado! - Ela disse.

- E a outra possibilidade? - Gilberto perguntou.

- É que não é pra entrar invadindo nenhuma favela. Inclusive Maré! - Tarcisio disse.

Ficamos em silêncio.

- O que acha Viviane? - Gilberto perguntou e todos me olharam.

Eu engoli seco.

- Acho que é uma conjunção dos dois. Não devemos invadir nenhuma favela, as vezes estamos cavando no lugar errado. A gente tá fixado pela Maré, mas quem confirma que realmente é lá? Por filmagens? - Falei.

- To com ela! - Tarcisio e Ricardo disseram.

- Ricardo, você vai tomar conta desse caso, eu não tenho psicológico pra isso. Preciso ficar com minha esposa e meu outro filho. Eu quero minha filha viva! - Gilberto disse e nós concordamos.

Saímos da casa dele, e já veio aqueles repórteres pra cima. Eu virei o rosto e fui caminhando com Patricia.

- Eu não sei em o que pensar mais sobre esse caso! - Patricia disse.

Eu parei e encarei Tarcisio que parou do nosso lado.

- Eu cansei desse caso, a gente deveria enterrar. Ninguém foi morto naquele assalto, a gente tá perdendo os nossos pela Maré. E nem sabemos se eles são de lá mesmo, estamos perdendo tempo! - Falei firme.

- Pensei muito enquanto eu estava internado, e por mim, eu enterrava também. Mas agora o foco é achar a Milena.  - Tarcisio disse.

- Tá, mas e a invasão? - Patricia perguntou.

- Não vai ter, o foco é a Milena! - Tarcisio disse e saiu indo até o carro da policia.

Patricia ficou com o olhar longe.

- Tá tudo bem? - Perguntei.

- Tá sim... Preciso ir! - Ela disse e eu concordei.

Guiei até meu carro. Dei partida e nem demorou pro meu celular tocar. Era um número privado, eu atendi e coloquei no viva voz.

Ligação privado 📞

- Quem é? - Perguntei ainda dirigindo.

- Vem pra cá agora! - Ouvi aquela voz e neguei sabendo quem era.

- Tu é um maluco mesmo, sequestrar uma criança caralho? - Falei.

- Não vou repetir! - Ele disse e desligou.

Ligação privado 📞

Dei meia volta e fui até a Maré. Belo me mandou a localização, cheguei e desci do carro vendo alguns meninos apontarem a arma pra mim.

Eu encarei minha roupa e suspirei.

- Abaixa a porra da arma! - Zeca disse.

Ele foi caminhando até a porta. Eu entrei e ele fechou a porta.

- Cadê a menina? - Perguntei.

- Tá bem melhor que eu e tu! - Zeca disse. - Senta ai e conta, eu te vi, tu passou na tv, tu tava lá na casa daquele pelasaco do Gilberto! - Zeca disse sentando na cadeira.

Eu me sentei e bufei.

- Eles me ligaram, queriam que a gente fosse ver a filmagem no cd. - Falei.

- E que mais? - Zeca perguntou.

- Não sei. Eu só sei que vocês abaixaram a poeira, ninguém vai invadir aqui. Agora devolve essa menina, pelo amor de Deus. - Falei.

- Não, ainda não. Eu quero certeza! - Zeca disse.

Eu bufei novamente revirando os olhos.

- Vocês não tão machucando ela né? Tão dando comida? Sem deixar ela presa? - Perguntei.

- Relaxa o cu, a menor tá bem tratada. Neno tá com ela, pra ela nada de mal tá acontecendo! - Zeca disse. - E tu com essa fardinha... Vai me prender é? - Zeca riu pelo nariz.

Eu levantei indo até ele e abaixando ficando cara a cara.

- Eu devia, você merece anos de cadeia! - Falei.

Ele me segurou firme e se levantou, me fazendo sentar em cima da mesa dele.

- Tu não ia conseguir ficar uma semana sem sentar! - Zeca disse.

- Ué, mas eu to a uma semana, você não da conta, ai eu tenho que bater siririca! - Falei vendo ele se transformar...

• aperta na estrelinha •

Uma ótima semana a todos vocês! ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora