• capitulo 19 •

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Patricia

Peguei o crachá e fui caminhando até o quarto em que Tarcísio estava. Eu bati na porta e entrei vendo ele lendo um jornal.

- Cheguei na hora certa? - Perguntei e ele concordou deixando o jornal de lado.

Eu caminhei até ele e segurei firme a mão dele.

- Como você tá? - Tarcisio perguntou.

- To bem sim, e você? Sentindo alguma dor? - Perguntei.

- Um pouco ainda. Os médico disseram que dependendo semana que vem posso voltar para casa, mas ainda em repouso. - Tarcísio disse. - Mas eu quero mesmo é voltar a trampar. Cara, eu preciso estar na invasão da Maré. - Ele disse e eu concordei.

- Relaxa, acredito que até lá você vai estar melhor. Gilberto vai esperar a Viviane voltar da cidade dela de férias, e ai sim invadimos. - Falei.

- Você falou com ela? - Tarcísio perguntou e eu neguei. - Você sabe se ela realmente foi pra Mato Grosso? - Ele perguntou.

- Certeza, ela disse que iria! - Falei e ele concordou.

*****

Voltando pra casa eu resolvi passar no apartamento da Viviane. Eu parei na frente e fui até o porteiro.

- Oi, eu queria falar com a Viviane, apartamento 105. - Falei e ele concordou ligando para o apartamento.

Tocou, tocou, tocou...

- Eu acredito que ela não esteja, o interfone só toca. - O porteiro disse.

- Você viu ela sair? Com malas... - Falei.

- Não vi dona, meu turno é a parte da manhã e não vi ela entrar e nem sair! - o porteiro disse e eu concordei.

Eu fui caminhando até o carro e comecei a mandar mensagens pra ela. Só dava um risco, eu tentei ligar, uma, duas e nada.

Eu deixei de lado e voltei pra casa.

Mal entrei e dei de cara com Manoel assistindo um filme qualquer. Eu me joguei no sofá e ele me olhou.

- Qual é o problema dessa vez? - Ele perguntou me olhando.

- Viviane sumiu, disse que ia pra cidade dela e nem mensagem e nem ligação atende. - Falei.

- Certa ela, ela não queria negada do trampo na orelha dela até nas férias. - Manoel disse.

É por esse lado ele tem razão.

Eu levantei indo direto pro banho e fiquei ali pensando...

*****

Viviane

Eu tava mesmo era cansada, eu queria andar.

- Belo... - Chamei ele e ele levantou o olhar. - Posso ir pro banheiro? - Perguntei.

Ele levantou e chegou perto de mim.

- Cara, se tu vacilar comigo, eu não vou legal contigo não! - Belo disse e eu assenti.

- Eu prometo que não vou! - Falei e ele assentiu.

Ele tirou uma algema de um lado, e foi tirando do outro lado. Minhas mãos estavam soltas, senti aquele alívio. Minhas pernas ainda estavam amarrados. Belo foi me puxando pra fora do quarto, comecei a encarar aquele corredor que tinha. Ele me colocou dentro do banheiro e eu tranquei. Eu comecei a olhar cada parte daquele banheiro.

Ouvi Belo falar com alguém e fui abaixando meu shorts e sentei na privada soltando todo o xixi que habitava dentro da minha bexiga.

Levantei enxugando e fui levantando o meus shorts. Comecei a procurar um sabonete ali e nada. Passei água e abri a porta vendo que Belo não estava ali na porta. Eu fui caminhando até o corredor e...

- Perdeu o caminho do quarto é? - Ouvi uma voz grossa atrás de mim.

Eu me virei e vi Zeca.

- Isso é crime sabia? Cárcere privado é de quatro a oito anos! - Falei e ele nem seu ligou.

Me pegou pelo braço e foi me puxando até aquele quartinho. Ele me jogou em cima da cama e foi trancando a porta.

- Belo é muito bom contigo, não sei como. Por mim eu te enterraria viva otária! - Zeca disse.

Se isso era pra me atingir, meu Deus, não to nem dormindo...

- Zeca na boa, eu te falei tudo. A gente ia invadir sim, mas ainda não tinha data, Gilberto tava planejando tudo. Quer o que mais? O tipo sanguíneo de cada um? - Perguntei.

Ele veio me algemando na de novo, eu nem rebati, ia ser pior.

- Quero saber quando vão invadir, qual é o plano e tudo mais! - Zeca disse de braços cruzados e cara fechada.

- Não sei, eu to sem meu celular, de férias, sem contato algum com alguém lá de fora! - Falei como se fosse óbvio.

- Quero que tu descole com eles como que vai ser a invasão! - Zeca disse e eu neguei.

- Tu tem noção do que tu tá falando? Se ficam sabendo de tudo isso, eu perco meu cargo pra sempre. - Falei negando.

Ele levantou os braços em deboche.

- E daí? O problema é totalmente teu parceirona, tu devia ter esquecido desse bagulho e viver normalmente tua vida! - Zeca disse e eu neguei.

- Duzentos e cinquenta mil é uma boa grana pra pegar tua cabeça sabe... Não queria desperdiçar essa oportunidade! - Falei e ele arqueou a sobrancelha me olhando sem entender.

- Que papo é esse? Tem até recompensa com meu nome? To famoso em! - Ele disse. - Ô Cavalcanti, seja uma boa menina, ai sim eu vou ser bacana contigo, mas primeiro quero que tu tire a porra da senha desse radinho! - Zeca disse vindo com o meu celular.

- Pra que? - Perguntei.

- Te interessa não pô, bagulho é meu agora! - Zeca disse desbloqueado com o meu dedo e indo nos bagulhos pra desbloqueio.

Tirei todo tipo de bloqueio, entrei no dados e começou a chegar uma rempa de mensagens.

- Quem é Patricia? - Ele perguntou.

- Colega de trabalho! - Falei seca.

Ele começou a digitar no meu celular.

- E tu sabe escrever? - Falei baixo rindo pelo nariz.

Ele me olhou e negou com a cabeça.

- Não, eu me formei em ciências contábeis sem saber escrever. Se fode mina, tu acha que bandido não tem formação não? - Zeca disse e saiu do quarto batendo a porta.

Ala, o primeiro bandido com formação em alguma coisa.

• aperta na estrelinha •

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Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora