• capitulo 15 •

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Viviane

Acordei toda disposta. Até correr na praia eu fui, fazia tempos que eu não fazia isso.

Nem tinha tempo também.

Aquele dia tava favorável, tava nublado, mas ainda tava calor. Eu fui ao mercado comprar algumas coisas que faltava em casa e resolvi dar uma geral lá em casa por que realmente estava precisando.

Terminei era uma da tarde, eu peguei meu celular e havia algumas mensagens da minha mãe falando que não via a hora que eu chegasse lá.

Eu sentia saudades toda hora.

Eu respondi ela com um coração e deixei de lado me deitando no sofá.

Será que valia a pena eu ficar e investigar?

Minhas férias seria de trinta dias...

- Só vou mais hoje dar uma volta ao redor da Maré, tudo o que eu ver eu anoto e mando pro Tarcísio, depois eu vou pra Matogrosso. - Falei pra mim mesma. - É isso mesmo! - Concordei e levantei.

******

Eu sai do banho e vesti meu shorts e uma regata qualquer. Eu fui pra cozinha e comecei a fazer um miojo, deixei ele no fogão e voltei pro meu quarto pegando as minhas malas.

Comecei a separar as roupas que eu iria levar. Comecei a enfiar tudo na mala e deixei no canto. Voltei na cozinha e comecei a comer o miojo.

Parte de mim fala pra não sair hoje. To de férias, até nas férias to com a cabeça trabalhando...

- Quer saber? Vou do mesmo jeito! - Resmunguei pra mim mesma.

Eu terminei de comer e fui escovar os dentes. Prendi o cabelo em um coque e calcei meu chinelo. Peguei minha bolsa e fui saindo de casa indo direto pro carro.

Dei partida e fui em direção a Maré. Eu ouvia Cássia Eller - Malandragem.

Alguns minutos depois eu cheguei no mesmo lugar de sempre, eu tinha uma bela vista dali, dava pra ver tudo. Ao chegar eu parei e ouvia um leve barulho. Tentei encarar a barragem e estava tudo escuro, todas as luzes dos postes estavam apagadas, eu olhei a o poste do lado e estava apagado também.

Eu ouvia um barulho.

O pneu?

Sai do carro ligando a lanterna do celular e o pneu estava murcho.

- Que cacete, aonde furou? - Falei me levantando e dando a volta no carro vendo que todas as rodas estavam furadas.

Eu neguei voltando pra perto da porta do motorista e suspirei passando a mão  no rosto. Eu ouvi um barulho atrás de mim e quando virei virando o celular pra direção aonde eu olhava, não tinha nada.

Luzes apagadas, pneu furado...

Parecia que uma luz tinha acendido na minha mente.

- É cilada! - Falei baixo.

Eu fui abrir a porta e logo fecharam.

Eu me virei e só enxergava a bolota do olho.

- Desculpa ai mina! - Ouvi uma voz e logo senti ele relar no meu nariz.

Eu apaguei, só tive consciência quando senti minha cabeça pesar e eu começar a abrir os olhos devagar.

- Ala, tá acordando! - Ouvi uma voz.

Eu demorei pra conseguir abrir e quando foquei na pessoa que tava sentada na minha frente eu fechei a cara.

- Achei que tu tinha batido as botas. - O cara disse me encarando com uma revistinha na mão.

Ele era um dos caras da Maré. Me recordei lembrando do dia da invasão.

- O que você fez comigo caralho? Me solta agora infeliz! - Gritei tentando puxar meus pés e minhas mãos, mas estavam presos.

- Mina calma, na boa? To sem maldade aqui cara, respira fundo e a namastê! - Ele disse.

- Vai pra puta que te pariu com esse namastê. Me solta agora, tão pensando o que? - Falei estreitando os olhos.

- Eu não to pensando nada, mas o Zeca Urubu... Tu vacilou mina, tu vinha fazer o que aqui em? - Ele perguntou.

- Pode deixar que eu bato o papo com ela sobre isso! - Ouvi uma voz e encarei pro lado vendo o tal Zeca entrando naquele quarto.

O outro saiu e o Zeca sentou na cadeira de braços cruzados me olhando. Eu fiquei olhando ele e ele começou a bolar um baseado.

- Tenha me paciência, odeio essas porra! - Falei negando com a cabeça.

- E eu pedi tua opinião? Se fode mulher, tu fica na sua ai, deixa eu brisar legal aqui pra não perder a paciência contigo! - Zeca dizia.

- Me respeita, tá me achando com cara de que? - Retruquei fechando a cara.

Ele arqueou a sobrancelha e acendeu o baseado. Ele soltou a fumaça e se levantou vindo pra perto da cama.

Ele segurou firme minha mandíbula e estreitou os olhos.

- Daqui tu não sai mais. Tu tava de informante né vadia? - Zeca disse apertando forte.

Eu comecei a mexer meu rosto tentando fazer ele largar de mim.

- Tira essa sua mão imunda de mim teu bandido sujo! - Falei virando a cara.

Ele segurou firme o meu rosto e chegou bem perto me olhando.

- Enquanto não abrir essa tua boca imunda, tu vai sofrer! - Ele disse estreitando os olhos.

- Vai me bater é? - Perguntei debochadamente.

Ele me soltou e foi indo pra porta.

- Não bato em mulher, só faço sofrer! - Zeca disse saindo daquele quarto e trancando.

• aperta na estrelinha •

Não se diminua! ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora