• capitulo 8 •

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Maratona 1/3

Viviane

1 semana depois...

Cheguei pra mais um dia de trabalho. Era umas seis da manhã, eu tava irritadíssima por conta da tpm.

Fui direto pro quartinho me trocar e guardar minha coisas, e depois guiei pra sala do Gilberto. Ele conversava sério com Tarcísio, eu entrei e me sentei na cadeira ao lado de Gilberto.

- Descobriram da onde é os filhos da puta do banco. - Tarcísio disse.

Fazia uma semana e ainda tava sendo feito a perícia. Nada tinha sido encontrado, junto do blackout, as filmagens do banco e da vizinhança foram tudo desligadas. Só conseguimos ver aquelas imagens depois que o blackout voltou, que no caso, eles deveriam ter hackeado só a parte daquele quarteirão.

- Da onde? - Perguntei.

- Maré. - Gilberto disse. - Peguei filmagens das redondezas de lá, e tudo indica. - Ele disse.

- Vamos invadir? - Tarcísio perguntou.

- Vamos. Do mesmo jeito que eles planejaram pra estourar aquele banco, a gente vai planejar pra invadir lá. - Gilberto disse.

Eu concordei e suspirei aliviada.

- Em menos de um mês entramos, metemos bala sem dó. - Gilberto disse.

Em toda a minha profissão, eu tinha entrado uma vez na Maré. Ela era enorme, a maior favela do Rio de Janeiro. Não sabia quem era o dono, nunca vi a cara, diferente do morro do Alemão, a gente sabia que era o Nem.

A única coisa que sabíamos era que o nome dele, era Zeca.

- Quando resolverem me chamem! - Falei e me levantei saindo da sala.

Eu me sentei em um sofá que tinha ali e fiquei pensando sobre o caso. Como iríamos entrar? Em que parte da Maré?

Eu sai dos meus pensamentos quando ouvi meu rádio tocar.

- Contrabando em Acari. - Ouvi a voz e me levantei vendo Patrícia vir comigo pro carro.

Eu entrei e Patrícia foi no banco de motorista.

- Tarcísio não vem não? - Patrícia perguntou.

- Não, ele tá conversando com o Gilberto. - Falei.

Ela assentiu e fomos em direção a Acari, passamos na frente da Maré, encarei aquela favela toda e comecei a olhar cada homem armado que ficava em cima da laje escondido.

- Essa Maré é grande em, puta que pariu, uma vez entrei ai em operação, eu me perdi, sorte que um morador me guiou até aqui. Eu tava com as últimas duas balas! - Patricia disse.

- Eles são fortes? A vez que eu entrei não fiquei nem cinco minutos, tivemos que evacuar por que Gilberto mandou. - Falei.

Patrícia me olhou assentindo e voltou o olhar pra frente.

- Eles são bem preparados. - Patrícia disse. - Acho até que são os mais preparados daqui do Rio. - Ela disse.

Pra ela tá falando isso o negócio lá era forte.

Eu neguei e suspirei.

Comigo ali não, eu mandaria bala sem pensar duas vezes.

Chegamos em Acari depois de um tempo. Prendemos o contrabando e os contrabandistas.

Pior que nesse Brasilzão a pena não vale pra bosta nenhuma.

Voltei pro carro e logo veio o Ricardo. Ele trabalhava na parte do aeroporto, a gente não se via em nenhuma causa aqui nas ruas.

- Tá fazendo o que aqui? - Perguntei.

- Agora sou da delegacia. Depois do roubo do banco, eu to na linha de frente da delegacia. Quero catar cada um! - Ricardo disse e eu assenti.

Eu e Ricardo já tinha tido um rolo de uma noite. Depois eu sumi, me fiz a de desaparecida.

Querendo ou não, eu não tenho tempo pra ter romance com ninguém, é do trabalho pra casa, e da casa pro trabalho.

- Que bom, boa sorte por que eu to louca pra pegar e meter bala! - Falei piscando pra ele e fechando a porta.

Ele se escorou na janela me olhando.

- Vai sumir de novo? Não vai querer mais da uma volta? - Ricardo disse.

Eu ri pelo nariz e encarei ele com os olhos estreitos.

- Não sei se daria. Com esse caso do banco, eu não estou tendo tempo. - Falei.

- Podemos sair e conversamos sobre. - Ricardo disse.

Eu suspirei fundo e concordei.

- Qualquer dia marcamos, me manda uma mensagem. - Falei e ele concordou beijando a minha bochecha.

Patrícia entrou no carro e encarou Ricardo.

- Não tá mais no aeroporto? - Ela perguntou e ele negou com a cabeça. - Que pena por que lá o serviço era de boa em, aqui na rua é osso. - Ela disse e ele riu saindo.

Eu encarei ele indo e neguei.

Bomzão, mas não é pra mim. A gente não se combina.

- Entre tu ficar sozinha e ficar com ele, eu prefiro tu sozinha. - Patricia disse dando partida.

- É, eu também prefiro você sozinha do que casada e reclamando do próprio casamento. - Falei encarando ela.

Ela fez careta pra mim e voltamos pra delegacia.

Eu não via a hora de pegar cada um daquele.

*****

Fui na casa de mais duas pessoas que estavam traficando e depois voltei pra delegacia ajeitando minhas coisas. Eu precisava sair mais cedo hoje pra ir resolver algumas coisas sobre minha família lá em Mato Grosso.

Eu coloquei a bolsa e Gilberto veio atrás de mim.

- Eu to indo já, eu te avisei lembra? - Falei e ele concordou.

- Eu só vim avisar que o dono do banco ofereceu duzentos e cinquenta mil pra quem pegar os bandidos. O policial que conseguir fica com a grana. - Gilberto disse.

250 mil...

Eu concordei e sorri.

- Essa grana vai ser minha, anota o que eu to dizendo. - Falei piscando e saindo dali.

• aperta na estrelinha •

Espero que teu dia seja tão linda quanto você. ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora