• capitulo 47 •

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Viviane

1 ano depois...

Um ano depois de tudo e eu nunca mais voltei para o Rio de Janeiro. Deixei de lado o emprego pra cuidar dos meus irmãos, e foi uma das melhores coisas em um ano.

Eu e meu irmão Gusto nos mantemos, meu irmão tava pra completar dezoito anos já, e isso em deixava mais aliviada, querendo ou não agora ele ia responder pelas consequências dele mesmo.

Mas graças a Deus nenhum me dava trabalho.

Acredito que todos entenderam desde cedo o quanto foi difícil ver meus pais ralarem pra ter o que temos.

Voltei a trabalhar como a advogada, eu ganhava bem menos comparado ao que eu ganhava sendo agente federal... Mas tudo bem, pra mim eu conseguia levar a vida, conseguia muito bem pagar as contas e os alimentos.

******

Terminei de atender meu cliente e eu comecei a arrumar minhas coisas. Já estava tarde, já era dez da noite e só estava eu ali. Eu arrumei a mesa e peguei a chave fechando tudo. Entrei no meu carro e guiei pra casa.

Era coisa de quarenta minutos do trabalho até em casa.

Só por Deus.

Eu ouvia a rádio, coisa rara já que eu sempre ouvia meu pen-drive. Acabou Bruno Mars e do nada começou Akon. Eu ri lembrando do Neno.

Eu nunca mais tinha tido contato com ninguém, só mesmo com Patricia, Tarcisio e Gilberto que sempre dizia que quando eu quisesse voltar, o meu lugar ainda estava lá me esperando.

Começou a tocar Lonely, eu neguei lembrando da caixa. Eu entrei na pista e foquei nela, não via ninguém, só uma luz atrás  de mim de um carro. Eu fui pra faixa direita e o carro passou e foi na minha frente.

- Ah pelo amor né! - Murmurei diminuindo com tudo.

O carro parou com tudo. Eu freiei com tudo,  eu tomei um susto.

É assalto...

Eu abaixei minha mão de baixo do banco e peguei a pistola destravando. Encarei um cara descer mancando, eu segurei firme a pistola e ele veio chegando perto, eu abri descendo e quando vi quem realmente era, eu soltei a mão do gatilho.

- Ai caralho, vai me matar é? - Belo disse vindo com os braços abertos.

- Você que quase me matou filho da puta, vai pagar o conserto do meu carro! - Falei rindo abraçando ele.

- Só se eu der meu cu! - Belo disse rindo, eu ri negando e ele suspirou fundo.

- Como me descobriu? - Perguntei.

- Patricia, Neno ameaçou ela! - Belo disse.

- Neno, ameaçar alguém? - Falei rindo.

- Neno é tranquilão, mas se tu souber, tu quer ficar até longe! - Belo disse e eu ri. - Pô, vim de longe pra bater um papo sinistto contigo! - Ele disse.

- Vamos em casa... - Falei e ele assentiu.

Ele guiou até o carro dele e eu entrei de voltando dando partida e indo pra casa. Demorou horrores, mas quando cheguei lá, estacionei e Belo estacionei bem na frente.

Eu desci e ele veio guiando comigo pra dentro de casa. Não tinha ninguém acordado, como de costume.

Eu guardei minhas coisas e voltei pra sala vendo Belo ver as fotografias.

- Tu é a cara da tua coroa! - Belo disse e eu me sentei no sofá.

- E ai? Está tudo bem? O que aconteceu pra vir de longe? - Falei rindo.

Belo me olhou e se sentou sério no sofá de frente pra mim.

Nunca nem tinha visto ele sério daquele jeito, ele suspirou fundo e passou a mão pelo rosto.

- A gente precisa de uma força tua, to ligado que tu tá trampando como advogada ai, e ai vim bater um papo contigo! - Belo disse.

- Mais de mil kilômetros pra falar sobre minha profissão? - Perguntei.

- Não... O Zeca foi preso... - Belo disse e eu engoli seco. - Faz seis meses já, ele tá precisando de uma advogada, todo mundo pula fora, ele vai lá pro tribunal daqui duas semanas pô! - Belo disse e eu me levantei.

Eu comecei a soar frio, eu amarrei meu cabelo em um coque e passei a mão no rosto.

- Como ele foi preso? - Perguntei.

- Os cambé tava no meu pé. Ele foi no meu lugar, ele tá sendo condenado pelo assalto ainda cara! - Belo disse e eu me joguei com tudo no sofá.

- E por que não vieram antes aqui porra? - Falei.

- Tu sumiu, como eu ia saber? - Belo disse.

Eu parei suspirando e assenti.

- Ok, eu vou viajar de volta pra lá, só me arranja um lugar pra ficar e eu vou tentar dar um jeito nisso! - Falei e Belo veio com tudo abraçando.

- Se tu conseguir, te dou o Zeca inteiro pra tu. - Ele disse e eu ri pelo nariz.

Eu me afastei e segurei firme a mão dele.

- Vai dar tudo certo, agora relaxa! - Falei e ele assentiu.

Eu fechei os olhos tentando raciocinar e não conseguia pensar em nada a não ser em...

Ele não vai ficar preso!

• aperta na estrelinha •

Bom final de semana. ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora