• capitulo 11 •

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Zeca

Aquela invasão não foi nada do que eu já não esperava. Sabia que uma hora ou outra os vermes iam colar pra cá.

Bando de pau no cu.

Erraram o pé feio, e eu gostei de ver a cara de otários de cada um.

Tá é maluco de querer foder com a gente.

Quando vi aquela mina, vi que ela devia ser algum cargo grande entre os federais, a mina dava a última resposta pra tudo.

- Eles vazaram! - Ouvi pelo rádio.

Eu fui guiando de volta pra boca.

Eu e os moleques tava na maior reunião sobre as drogas e do nada radinho que os federais tão rodeando a favela.

Entrei na sala e bolei um acendendo o bic e tragando.

Vi a porta abrir e vi Belo e Índio entrando na sala.

- A mina era aquele dia do roubo, né não? A que foi atrás de tu. - Índio disse e eu assenti com a cabeça.

- Pior que era a vagabunda mesmo parceiro. - Falei soltando a fumaça.

- Tu acha que ela te reconheceu? - Índio perguntou.

- To nem aí, se reconheceu ou não, pra mim não faz diferença. - Falei negando. - Uma hora eles vão colar aqui de volta. - Falei.

- Nois vai tá prontão. Se eu tiver sem arma, vai com pedra, galho de árvore! - Belo disse e gargalhou.

Eu neguei rindo pelo nariz.

- To vazando então, preciso colar lá na dez! - Índio disse levantando.

- Já vai ir comer aquela mina que caga no pau do outros! - Belo disse e eu arquei a sobrancelha.

- Só encapa o garoto pô, comendo o cu, da em nada não! - Índio disse e vazou.

Eu mereço.

- Tu não achou bonitona a mina de dread? - Belo perguntou.

- Que mina? - Perguntei.

- A policial pô! - Belo disse.

Eu neguei com a cabeça.

- Tu tá é maluco com esse teu papo. Qual foi Belo, é policial caralho, tu tá com a cabeça aonde em? - Falei me levantando e saindo da boca.

Belo é novo pô, tá comigo desde que eu virei dono daqui. O cara era parceirão meu antes mesmo de eu pegar o cargo, ele é onze anos mais novo que eu, mais desde os treze anos dele, ele vinha com as idéias de que quando eu pegasse o morro, ele queria me dar aquela força.

Eu ria. Pô, não concordo com esse bagulho de criança na vida do crime não. Eu neguei desde sempre, quando eu fiz vinte e seis anos e comecei a comandar a Maré, o Belo tava com quinze, ele veio com o mesmo papo, que ele precisava entrar pra mudar a vida dele e dos irmãos.

Eu dei a opção dele estudar, eu pagaria tudo na goma dele, o aluguel, a comida e o caralho a quatro. Mas ele quis ele mesmo correr atrás dos bagulhos. Eu fiquei com um pé atrás, até por que quando a gente é novo, a gente não tem a cabeça muito firme.

Por fim aceitei, e nesses seis anos, o cara mostra que não fiz escolha errada em colocar ele como meu braço direito.

*****

Viviane

Chegamos naquela delegacia putos. Ricardo e mais outros dois agentes tinha levado Tarcísio pro hospital.

- Não acredito! - Falei bufando.

Gilberto esperava a gente fora da sala dele, entramos todos juntos na sala dele, ele entrou junto e quando encarou a gente, ele meteu um murro na mesa.

- Incompetentes é o que vocês são. - Gilberto disse encarando a gente bravo.

- Sinto muito seu Gilberto, mas eles tinham mais homens do que nós! - Patrícia disse e ele meteu outro murro na mesa.

- Foda se, metesse bala do mesmo jeito caralho. - Ele dizia rangendo os dentes. - Saiam da minha sala agora! - Ele disse alto.

Eu virei as costas e sai indo direto pro quartinho.

Eu me joguei na cama bufando.

- Que ódio! - Falei.

- Calma, a gente vai pegar eles! - Patricia disse.

- Quando eu pegar, eu vou atirar em partes em que a morte é mais lenta, pra sentir a porra da dor! - Falei me sentando na cama e fechando o punho.

Eu ia ter essa oportunidade de acabar com cada um.

- A gente vai conseguir, calma caralho, não da pra ficar assim também! - Patrícia disse.

Eu vou ficar frente a frente com esse dono, e ele vai implorar pra parar, e eu vou encher de bala.

aperta na estrelinha •

Vejo que muitas pessoas lêem e não curtem, e querendo ou não, isso me desmotiva pra caramba, peço que curtem pra dar continuidade na estória! 😉

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora