• capitulo 77 •

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Patrícia

1 semana depois...

Recebi a ligação que a Viviane havia tido uma parada cardíaca, me ligaram dizendo que eu devia ir lá pois precisam conversar...

Eu caguei de medo, sabia que não era boa coisa, geralmente quando o hospital liga pra falar pra alguém ir lá, é coisa ruim. Sempre é pra avisar que a pessoa não aguentou.

Deixei todo meu trabalho e fui, justo aquele dia o Tarcisio não pode ir lá, ele tinha que resolver algumas coisas de saúde da mãe dele. Eu fui sozinha, parecia que aqueles corredores eram labirintos, eu nunca achava a sala do médico, e quando achei, ele não tava com uma cara nada boa.

Eu mal entrei e já veio uma enfermeira me fazendo sentar e me dar um copo de água.

- O que tá acontecendo? Por favor, não me diga que... - Fui falar e parei sentindo o nó na garganta.

Eu não queria falar, eu acreditava até o fim que ela ia ficar melhor, mas naquele tempo já, querendo ou não era meio impossível. Havia sido dois anos acamadas, não se mexendo, não falando e nem vivendo.

As vezes achava que ela mesmo havia se entregado, ela não correspondia mais com a gente. Antes ela chegava até a chorar, caia uma ou duas lágrimas, e ai sim sabiamos que ela estava ouvindo, mas a mais ou menos seis meses, ela nem dava sinal.

- Por favor dona Patricia, se acalme! - O médico dizia olhando os papéis.

Eu não sei quem tava pior, eu ou ele. Ele não sabia o que em falar e eu não queria ouvir nada dele.

- Me fale logo, se caso eu tiver um infarto, eu já to aqui! - Falei respirando fundo sem parar.

Ele fez uma cara e suspirou fundo.

- Olha eu sinto muito... - Ele disse e eu logo cortei.

- Ah eu não acredito! - Falei colocando a mão no rosto e chorando.

Eu sentia meu peito todo rasgar. Senti alguém me abraçar e continuei chorando sem parar.

- Dona Patricia, se acalme... - A enfermeira disse.

Levantei o olhar ainda chorando muito.

- O caso da Viviane é muito delicado, ele já está em coma a dois anos, e isso não era o esperado. Estamos deixando ela aqui, e tentando, mas ela não da nenhum sinal... Ela está ficando nos aparelhos como a senhora sabe, mas ela não pode ficar sem, se não para! - O médico dizia mas eu nem ouvia. - Conversando com um outro médico tivemos algumas conversas sobre o caso... Talvez seria melhor se desligasse os aparelhos. Ela está sofrendo muito, está indo muito medicamentos! - O médico disse e eu neguei na mesma hora.

- Pelo amor de Deus, seja lá o que o senhor acredita. Mas por favor, não desliga, eu sei que uma hora ela vai acordar, mas não deixa ela ir! - Falei chorando novamente.

Ele se levantou e veio pra perto.

- Infelizmente uma hora os órgãos pararam, eu espero que a senhora pense com consciência. Vou deixar a senhora pensando e depois conversamos... - Ele disse e saiu junto da enfermeira.

Eu sai daquela sala e fui direto pro quarto da Viviane. Ela estava lá, igual como sempre, respirando pelos aparelhos...

Eu cheguei perto dela e suspirei.

- Precisava que você fosse forte... Você tem uma longa caminhada ainda Viviane. - Falei. - Sabe... Semana passada fui ao presídio veio Zeca. Eu sei que não te contei mais... - Fui falar e os batimentos dela começou a aumentar.

Eu parei na mesma hora.

- Calma, não precisa ficar nervosa, ele tá bem... - Falei mordendo a boca sabendo que não era verdade. - Não se esqueça dele, faça um esforço amiga, eu te peço! - Falei e vir os batimentos ficarem normais.

Preciso do Zeca aqui...

• aperta na estrelinha •

Não mude você pode ninguém. ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora