• capitulo 37 •

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Viviane

Alguns dias depois...

Depois daquele dia, não vi mais Zeca. Não aconteceu nada, ele logo foi embora.

Eu ouvia Gilberto falar e mostrar na lousa dele o plano. Ia ter muita morte e isso tava me deixando apavorada de verdade.

Eu que sempre fui tranquila, estava apavorada por uma invasão.

- Vocês estão entendendo? - Gilberto disse e todos concordaram. - Primeiro quem vai subir é a bope. Todas as entradas vão estar fechadas com a bope e os militares. Os atiradores vão ficar no terraço das casas ao redor da Maré, vão eliminar com riflers. Os helicópteros vão chegar depois que todos vocês já tiverem entrado. Vocês entram com o mandato meu pra subir! - Gilberto disse escrevendo na lousa.

- Será depois de amanhã? - Ricardo perguntou

- Sim! - Gilberto disse.

Eu fiquei encarando aquela lousa e só pensando na merda que ia acontecer.

Gilberto liberou todo mundo e eu sai dali parecendo um bala. Entrei no carro e fui direto pra Maré. Subi aquelas ruas atrás de Belo, mas que eu vi mesmo era Zeca.

Ele estava com uma menina do lado, ela tava quase entrando dentro dele. Ele fumava ali perto dela. Eu passei do lado e nem olhei. Fui subindo e logo senti um puxão no meu braço.

- Tá fazendo o que aqui caralho? - Zeca perguntou segurando meu braço, eu olhei pra mão dele e ele soltou.

- Não posso falar contigo, tu tá ocupado. Vou falar com o Belo! - Falei virando as costas e saindo deixando ele sozinho.

Fui mandando áudio pro Belo e logo ele veio de encontro comigo.

- E ai rainha! - Belo disse me abraçando.

- Belo, eu não sei o que eu faço! - Falei passando a mão no rosto já tremendo.

- O que aconteceu pô? Tem como eu ajudar? - Ele perguntou e foi me puxando.

Eu fiquei calada, eu sentia dar um nó na minha garganta. Eu tinha fodido com toda a minha vida, eu acabei com tudo.

Entramos numa boca de fumo e ele me deixou sentada enquanto pegava água.

- Quer falar qual é o problema? - Belo perguntou me entregando o copo.

Eu bebi a água e já foi descendo as lágrimas no meu rosto. Eu senti necessidade de chorar feito uma criança, por que ai sim iria me aliviar. Belo me abraçou dando tapinhas na minha costas.

Ouvi a porta abrir e continuei de cabeça baixa chorando.

- Que porra tá acontecendo? - Ouvi a voz do Zeca.

Eu continuei com a cabeça baixa.

- Sei lá, aconteceu algum bagulho lá no teu trampo? - Belo perguntou.

Eu levantei a cabeça e eu assenti com a cabeça limpando as lágrimas.

Eu suspirei fundo e comecei a contar tudo, cada detalhe da invasão. Eu estava errada em contar, mas pra mim, já não fazia mais questão de nada, eu já tinha cagado em tudo.

- Tu vai fazer a operação? - Zeca perguntou.

- Não. Eu não quero matar ninguém daqui! - Falei.

- Eu sinto muito por tu tá tendo que fazer uma escolha dessa, porra, tu escolheu uma profissão e esta traindo... - Belo disse.

Eu me levantei e bebi toda a água que tinha no copo.

- Belo, sabe as informações sobre o chefe dela? Então, o plano continua, só que invés de só mandar a foto da criança, vocês vão pegar a criança! - Zeca disse.

Eu olhei na mesma hora pra ele.

- O que vocês vão fazer? - Perguntei.

- Vai Belo! - Zeca disse.

Belo me deu um beijo na bochecha e saiu fechando a porta.

- Não vai me falar? - Perguntei.

- Tu não precisa colocar mais merda na cabeça. Relaxa ai! - Zeca disse. - Aê, e aquele jeito que tu me tratou, curti não em, tava de ciúmes é?! - Zeca riu pelo nariz.

- Me poupe né Zeca, ter ciúmes de você? - Falei negando me virando e olhando uns papéis de regras que tinha na parede.

Eu senti ele me abraçar por trás. Ele começou a beijar meu pescoço e eu me afastei.

- Tava até agora com a outra menina lá. Sem graça pro meu lado! - Falei.

- Ih Viviane, que isso cara? - Zeca disse. - Tá com ciúmes daquela mina? Eu nem dou orelha pra ela cara! - Ele disse.

- A gente não tem nada pra você estar me explicando! - Falei e ele concordou.

-  Boa pra tu! - Zeca disse saindo daquele lugar..

• aperta na estrelinha •

Se ame! ❤️





Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora