• capitulo 68 •

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Viviane

Todos saíram da casa do Zeca, só ficou eu e ele. Ele encarava o chão sério, eu olhava ele sem ao menos piscar.

- Vai falar nada? Tá assim por que em? - Perguntei tirando a atenção dele do chão e indo pra mim.

Ele me olhou e negou com a cabeça.

- To de boa pô... - Ele murmurou.

Eu via na cara dele que ele não tava legal não, desde a notícia que a Patricia tinha falado, ele tava desse jeito.

Eu fui até ele e sentei segurando a mão dele firme.

- Sabe Zeca, olhando nos teus olhos hoje, eu vejo que eu me apaixonei por você desde o dia do assalto... Aquele seu olhar jamais vou me esquecer. - Falei fazendo ele me olhar.

Ele riu pelo nariz mas ainda dava pra ver a cara dele que nada tava bem.

- Queria pedir desculpas qualquer coisa ai Viviane, não fiz por intenção não, to sentindo de falar isso a tempos... Tu é incrível, na moral mesmo, espero que tu me perdoe por tudo cara, te enfiei num barulho sem pé e nem cabeça! - Zeca dizia me olhando.

Eu via as olheiras visíveis dos olhos dele. Ele tentava desviar o olhar mas sem acabava com o olhar no meu.

- Tudo bem, eu que aceitei a entrar nesse enrosco todo. - Falei. - Não fica com coisa na mente Zeca, de verdade mesmo! - Falei e ele assentiu.

Ficamos ali um encarando o outro até ele se levantar e suspirar indo até a porta. Ele parou e ficou olhando a porta por alguns segundos, ele se virou e me olhou.

Ele veio caminhando até a mim e me abraçou firme.

- Ai mulher... Eu... Eu amo você cara. - Ele disse abraçado ainda.

Eu senti minha garganta secar. Não sabia o que responderia. Ele se afastou e eu sorri sem graça.

- Eu também te amo Zeca... - Murmurei.

Ele beijou a minha testa e saiu dali.

****

Zeca

Belo estava na minha frente contando sobre as drogas, mas na real? Eu nem tava nesse mundo. Minha mente tava longe, eu sentia aquela agonia chegar mais perto cada vez mais, e isso tava me deixando louco.

- Aê Belo! - Cortei ele fazendo ele prestar atenção em mim. - Não curto compartilhar esses bagulhos contigo não, sei lá, já tem um tempo que ando com uma angústia dentro daqui cara! - Falei batendo a mão no peito.

- Qual foi Zeca? O que tá acontecendo contigo? - Belo perguntou preocupado.

- Sei lá, cê pá é coisa da minha mente. Mas eu queria te mandar o papo, tu sabe que isso aqui um dia vai ser teu. - Falei olhando pra ele.

- Pare com esses bagulhos Zeca, to aqui como braço direito, quero tu sempre como da frente daqui, qual é desses papos malucos de novo? Toda vez que tu acha que vai bater as botas tu vem nessa ladainha. - Belo disse negando com a cabeça.

- To dizendo Belo, é teu. Qualquer b.o que rolar algum dia, tá na tua responsa entendeu? Confio de olhos fechados em você, sei que tu não vacila comigo. Boto minha mão no fogo por ti. - Falei e logo vi os olhos dele se encherem de lágrimas.

Ele se levantou vindo até a mim e me abraçou forte.

- Pô Zeca, não fala desses bagulhos, não sou interessado na Maré, to aqui de boa e quero que sempre fique assim. Para desses papos! - Belo disse e eu em afastei.

- Só to te deixando ligado. Tu é como um filho, quero tu sabendo de cada bagulho se caso um dia eu faltar. Já te ensinei como é a correria. Te ensinei tudo, e espero que tu leve sempre isso, fé nas crianças e num futuro melhor! - Falei sentindo meu peito se rasgar.

*****

Tinha jantado sozinho e depois subi indo na laje vendo a Viviane sentada numa cadeira de praia olhando pro céu. Eu sentei do lado e acendi um baseado.

- E ai? - Resmunguei.

- Acho que entrei na profissão errada... - Viviane disse.

- Por qual motivo desse achismo? - Perguntei soltando a fumaça.

Ai que ela começou a me contar da história dela. Ficamos a noite toda com ela contando cada detalhe, a mina sofreu mesmo, pô, quase chorei, mas me fiz de forte. Depois dela contar tudo, se pegamos ali mesmo, fizemos amor na laje, com a companhia da lua e das estrelas.

aperta na estrelinha •

Se cuidem! ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora