• capitulo 57 •

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Patricia

Ricardo estava no lugar do Gilberto agora, ele dizia sobre regras que teriam que ser feitas, dali em diante...

Eu nem estava ouvindo, Tarcisio menos ainda, até por que ele dormia no meu ombro.

- Infelizmente perdemos o saudoso Delegado e companheiro Gilberto, sabemos que foi um crime que devemos ir atrás do autor do crime. Vamos estar olhando todas as câmeras e passar pro perito! - Ricardo disse.

- E sobre o assalto no banco? - Ouvi um cara perguntar.

- Vamos focar agora no assassinato do Gilberto, pois pelo o que eu vejo, foi um acerto de contas! - Ricardo disse.

- Como você sabe? Ele tava envolvido em algo? - Perguntei.

- Não, mas só pelo simples fato dele estar com formigas na boca. Sabemos que é um ato que os... - Ricardo ia falar e ele parou.

Parecia que ele tinha acordado pra algo. Tarcisio levantou a cabeça coçando os olhos e encarou Ricardo imobilizado.

- Tá assim por que? Travou o sistema? - Tarcisio perguntou.

- É alguém de favela! - Ricardo disse.

- Tudo agora é gente da favela? A gente acaba perdendo tempo com eles e no fim são os da zona sul em! - Falei e Tarcisio concordou.

Ricardo saiu disparado dali, eu levantei, peguei minhas coisas e sai andando pra fora da delegacia, fui caminhando pelas calçadas do Rio de Janeiro.

- Psiu... - Ouvi e nem liguei.

Continuei andando até o meu carro, eu abri a porta coloquei minha bolsa e fechei. Quando eu abri a da frente, eu logo senti um puxão, eu olhei e era aquele tal de Belo.

- Sai de perto de mim, não posso ser vista contigo! - Falei entrando no carro fechando a porta.

Não demorou muito e ele entrou no banco do passageiro. Eu bufei encarando ele.

- O que tu quer? Tu é um maluco mesmo de estar aqui, se eu perco meu cargo, eu te mato. Não sou igual a Viviane não viu?! - Falei cruzando os braços.

- Zeca quer bater um papo contigo! - Belo disse.

- Manda o ele enviar uma carta, talvez eu veja! - Falei.

Belo segurou meu punho e eu encarei ele fechando a cara.

- Melhor tu ir. Não vou te machucar não, é só bater um papo amigável! - Belo disse e eu revirei os olhos.

Eu dei partida e guiei direto pra Maré, eu fui entrando e Belo foi me guiando até o local, enquanto falava dos irmãos dele que ele criava.

Não tava nem interessada a saber.

Eu desci do carro e Belo me levou até a sala do Zeca. Era uma boca de fumo.

Ele me viu e eu fiquei de pé olhando ele fumando.

- Se eu perder meu emprego por tua causa, eu venho pra cá pedir um emprego, e tu vai ter que me pagar o dobro! - Falei e ele soltou toda a fumaça em cima de mim.

Nojo de quem fuma.

- Aê, te chamei ai pra saber o que rolou lá na delegacia. - Zeca disse.

- Isso? Me mandasse uma mensagem, agora ir na porta do meu trabalho é demais! - Falei e ele pareceu nem se importar. - Eu não dei muita atenção, mas agora eles vão olhar todas as câmeras daquele dia. A perícia no local já foi feita, não tem mais o que se fazer... - Comentei e ele concordou.

- Eles não meteram no assunto que podia tá aqui as negadas que fez? - Ele perguntou.

- Disse em favela, e não especificamente aqui. Mas fica esperto, quem sabe qualquer dia invade aqui. Agora eles vão focar totalmente sobre a morte do Gilberto e vão deixar de lado um pouco sobre o assalto! - Falei e ele assentiu. - Mas alguma coisa ou vai querer saber o que eu comi também? - Perguntei e ele fechou mais ainda a cara.

- Aê, na boa, tu não tá de papo com teu parceiros não caralho, vem com deboche pra cima de mim não. Fica nessa que te faço acordar igual teu ex chefe! - Zeca disse me encarando estreitamente.

Eu não abri a boca, vazei dali. Fui direto pra casa. Tomei aquele banho e jantei vendo televisão. Peguei meu celular e mandei mensagem pra Viviane contando o que havia acontecido, mas logo ela me manda...

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🔊 | Viviane Cavalcanti: Patricia, eu to indo embora pra minha cidade, preciso resolver algumas coisas pra lá... O Ricardo me deu a proposta de eu voltar pra cá, ele disse que o meu lugar ainda está vazio, ele me quer trabalhando lá... E por fim eu vou voltar pra aí! (- 21:56)

🔊 | Eu: Tá brincando né???? Que ótimo, realmente seu lugar é aqui no Rio de Janeiro. Se quiser, minha casa está aberta pra você. Vai mr atualizando com as coisas ai, ok? Boa noite. (-21:58)

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Viviane

Eu olhei lá em baixo aonde estava aquelas casinhas e logo virei meu rosto. Eu estava no avião já. Eu sentia que eu precisava continuar minha vida, não podia parar por nada. Meus irmãos ficariam bem, acabei conversando com a minha tia que aliás, morava duas ruas atrás da nossa, ela disse que super ajudaria.

Gusto tava pra completar dezoito, o Isaac ia fazer dezesseis, e o Pablo quinze.

Sei que ia dar certo, eu iria pra lá, ou eles iriam pra cá. Eu não podia parar minha vida, confiava no Gusto, ele criou responsabilidade desde que ele virou o homem da casa, meu pai se foi e ele ficou na responsabilidade com isso.

Viajei até minha cidade, demorou horas. Fui direto pra casa, quando cheguei, a estava limpinha e arrumada. Ninguém estava em casa, provavelmente Isaac e Pablo na escola, e Gusto trabalhando.

Eu tomei aquele banho rápido e comecei a arrumar minhas coisas. Fiquei por muito tempo colocando minhas coisas no meu carro.

Quando vi, já era meio dia e vinte. Eu fiz um almoço rápido e coloquei na mesa esperando sentada eles chegarem. Não demoraram muito, chegou primeiro Gusto, ele se assusto mas veio logo falando sobre o que a gente já tinha falado. Ele disse que ficaria por lá, e que não tinha problema algum, ele cuidaria de tudo.

Cortamos o assunto quando o Pablo e Isaac chegaram. Conversamos muito, comemos e passamos a tarde toda ali aproveitando.

Espero que a escolha seja certa...

• aperta na estrelinha •

Sorria! ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora