Zeca
Sai daquela sala e dei de cara com Belo com a orelha colada na porta.
- Não tem o que fazer não caralho? - Falei negando.
- Cara Zeca, fiquei com dó da mina. - Belo disse.
- Dó é? Da uma arma na mão dela e vê se ela teria dó de tu! - Falei negando e saindo dali de perto.
Eu sai daquele barraco e fui direto pra boca de fumo do Índio. Ele tava lá contando dinheiro.
- E ai consagrado! - Índio disse me dando a mão e eu apertei firme. - Belo veio me contar da mina lá... - Ele disse.
Belo é um fofoqueiro do caralho, na boa.
- A mina tava de olho aqui, essa daí não é burra não Índio, tem que ficar esperta com ela! - Falei me sentando na cadeira ao lado.
- Ela já abriu a boca? - Índio perguntou.
- Que nada pô, só abriu pra xingar, vontade de enfiar um sabão na boca dela! - Falei negando.
- Na boa Zeca, não sou de ficar dando muito palpite, mas tu devia pressiona ela cara. Tu devia ir atrás da família, o que for, e ai sim tu ameaçar! - Índio disse e eu concordei.
- To ligado, é o único jeito mesmo. - Murmurei.
- E depois dela soltar os bagulhos, tu mata, uma morte lenta por favor, por que aquele dia que eles invadiram, foi desespero puro! - Índio disse.
- Vou tá vendo o que eu faço e depois te mando o papo qualquer coisa! - Falei e vazei pro lugar que eu sempre ficava.
Fiz meus bagulhos lá a manhã todinha, quando deu a hora do almoço fui comprar quentinha. Tava morto de fome real.
Vazei pro barraco lá aonde a mina tava. Quando entrei já ouvia vozes, guiei pro quarto e vi Belo papeando com a mina.
- Papo dez mina, tu tinha que ver, pulei do muro que fiz até o espaguete. - Belo gargalhava.
A mina continuava de cara fechada.
Eu entrei e Belo se levantou rindo.
- Cada bagulho que já passei, chega até parecer coisa de filme! - Belo disse saindo do quarto. Eu fui atrás dele.
- Ou caralho! - Falei puxando Belo. - Bagulho é o seguinte, faz a limpa no carro dessa daí, leva o celular pra minha goma, bolsa, documento, qualquer bagulho que tu achar! - Falei e ele concordou saindo.
Eu voltei e tranquei o quarto e fui sentando na cadeira, ela tava com uma fita na boca.
Eu abri a quentinha e comecei a comer encarando ela, ela me olhava firme.
Odeio nego me encarando.
- Perdeu o cu? - Resmunguei.
Ela revirou os olhos e continuou me olhando.
Eu comi metade, bebi uma água e fiquei olhando ela.
- Tá querendo comer? Quero tu viva aqui ainda. - Falei pegando a quentinha e chegando perto dela.
Eu arranquei a fita e ela gemeu com a dor.
- Filho da puta! - Ela murmurou de cara fechada.
- Come essa porra logo caralho, tenho paciência não! - Falei virando o rosto dela pra mim e pegando um pouco da comida
Ela abriu a boca e eu enfiei a colher.
Eu soltei a o rosto dela e ela cuspiu na mesma hora a comida na minha cara. Eu segurei firme o cabelo dela balançando.
- Tu acha mesmo que eu vou comer essa comida vindo de você otário? Nada que venha de você eu quero! - Ela disse.
- Aé? Quero ver tu falar isso mais tarde. - Falei soltando ela e saindo daquele quarto indo direto pro banheiro lavar meu rosto.
Essa mina vai se arrepender papo reto.
******
Sai da boca indo pra casa e logo trombei com Belo.
- E ai minha gata. - Belo disse me abraçando.
- Sai pra lá caralho! - Falei negando.
- Papo reto, achei o celular da mina, tá aqui ó! - Belo disse me entregando.
Eu peguei e vi que tinha bloqueio.
- Valeu, to vazando! - Falei e ele assentiu me soltando.
- Dorme com os anjos e sonha comigo amor! - Belo disse e eu mostrei o dedo do meio.
Guiei pra casa, tomei uma ducha e fui ver o que Belo tinha levado. Peguei a carteira dela e abri vendo uma foto dela com algumas pessoas, virei e tava escrito.
Família, meu bem maior ♡
Eu coloquei no bolso e dei uma olhada meio por cima. Peguei o celular e fui vazando pra aquele barraco. Cheguei lá e tava tudo escuro. Quando entrei no quarto eu acendi e vi ela dormindo. Cheguei perto pegando o polegar dela e relando no celular fazendo ele desbloquear.
Na mesma hora ela acordou assustada.
- Tu vai me falar agora qual era teu plano? Qual é em? - Perguntei me sentando na cadeira e entrando no WhatsApp dela.
- Solta esse celular agora morfetico! - Ela gritou.
Eu soltei e caiu no chão.
- Eu amo ver a família dos outros, tá ligado? - Falei e ela arqueou a sobrancelha. - Tua família é teu bem maior é? - Perguntei tirando a foto do bolso e jogando no colo dela.
Ela arregalou os olhos e começou a encher de lágrimas os olhos.
Eu peguei o celular e comecei a ver as pessoas que ela tinha conversado, apertei na conversa que tava escrito mãe.
- Não rela na minha família! - Ela disse encarando a foto.
- Então tu vai me contar tudo, ou se não eu vou atrás de um por um! - Falei de braços cruzados.
• aperta na estrelinha •
Um ótimo dia ❤️
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Um amor além da lei
Teen FictionDois mundos diferentes, mas entre eles um amor que não se explica. Um amor proibido que de todos escondemos. E só a gente sente. E por este amor sofremos...