• capitulo 16 •

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Zeca

Sai daquela sala e dei de cara com Belo com a orelha colada na porta.

- Não tem o que fazer não caralho? - Falei negando.

- Cara Zeca, fiquei com dó da mina. - Belo disse.

- Dó é? Da uma arma na mão dela e vê se ela teria dó de tu! - Falei negando e saindo dali de perto.

Eu sai daquele barraco e fui direto pra boca de fumo do Índio. Ele tava lá contando dinheiro.

- E ai consagrado! - Índio disse me dando a mão e eu apertei firme. - Belo veio me contar da mina lá... - Ele disse.

Belo é um fofoqueiro do caralho, na boa.

- A mina tava de olho aqui, essa daí não é burra não Índio, tem que ficar esperta com ela! - Falei me sentando na cadeira ao lado.

- Ela já abriu a boca? - Índio perguntou.

- Que nada pô, só abriu pra xingar, vontade de enfiar um sabão na boca dela! - Falei negando.

- Na boa Zeca, não sou de ficar dando muito palpite, mas tu devia pressiona ela cara. Tu devia ir atrás da família, o que for, e ai sim tu ameaçar! - Índio disse e eu concordei.

- To ligado, é o único jeito mesmo. - Murmurei.

- E depois dela soltar os bagulhos, tu mata, uma morte lenta por favor, por que aquele dia que eles invadiram, foi desespero puro! - Índio disse.

- Vou tá vendo o que eu faço e depois te mando o papo qualquer coisa! - Falei e vazei pro lugar que eu sempre ficava.

Fiz meus bagulhos lá a manhã todinha, quando deu a hora do almoço fui comprar quentinha. Tava morto de fome real.

Vazei pro barraco lá aonde a mina tava. Quando entrei já ouvia vozes, guiei pro quarto e vi Belo papeando com a mina.

- Papo dez mina, tu tinha que ver, pulei do muro que fiz até o espaguete. - Belo gargalhava.

A mina continuava de cara fechada.

Eu entrei e Belo se levantou rindo.

- Cada bagulho que já passei, chega até parecer coisa de filme! - Belo disse saindo do quarto. Eu fui atrás dele.

- Ou caralho! - Falei puxando Belo. - Bagulho é o seguinte, faz a limpa no carro dessa daí, leva o celular pra minha goma, bolsa, documento, qualquer bagulho que tu achar! - Falei e ele concordou saindo.

Eu voltei e tranquei o quarto e fui sentando na cadeira, ela tava com uma fita na boca.

Eu abri a quentinha e comecei a comer encarando ela, ela me olhava firme.

Odeio nego me encarando.

- Perdeu o cu? - Resmunguei.

Ela revirou os olhos e continuou me olhando.

Eu comi metade, bebi uma água e fiquei olhando ela.

- Tá querendo comer? Quero tu viva aqui ainda. - Falei pegando a quentinha e chegando perto dela.

Eu arranquei a fita e ela gemeu com a dor.

- Filho da puta! - Ela murmurou de cara fechada.

- Come essa porra logo caralho, tenho paciência não! - Falei virando o rosto dela pra mim e pegando um pouco da comida

Ela abriu a boca e eu enfiei a colher.

Eu soltei a o rosto dela e ela cuspiu na mesma hora a comida na minha cara. Eu segurei firme o cabelo dela balançando.

- Tu acha mesmo que eu vou comer essa comida vindo de você otário? Nada que venha de você eu quero! - Ela disse.

- Aé? Quero ver tu falar isso mais tarde. - Falei soltando ela e saindo daquele quarto indo direto pro banheiro lavar meu rosto.

Essa mina vai se arrepender papo reto.

******

Sai da boca indo pra casa e logo trombei com Belo.

- E ai minha gata. - Belo disse me abraçando.

- Sai pra lá caralho! - Falei negando.

- Papo reto, achei o celular da mina, tá aqui ó! - Belo disse me entregando.

Eu peguei e vi que tinha bloqueio.

- Valeu, to vazando! - Falei e ele assentiu me soltando.

- Dorme com os anjos e sonha comigo amor! - Belo disse e eu mostrei o dedo do meio.

Guiei pra casa, tomei uma ducha e fui ver o que Belo tinha levado. Peguei a carteira dela e abri vendo uma foto dela com algumas pessoas, virei e tava escrito.

Família, meu bem maior ♡

Eu coloquei no bolso e dei uma olhada meio por cima. Peguei o celular e fui vazando pra aquele barraco. Cheguei lá e tava tudo escuro. Quando entrei no quarto eu acendi e vi ela dormindo. Cheguei perto pegando o polegar dela e relando no celular fazendo ele desbloquear.

Na mesma hora ela acordou assustada.

- Tu vai me falar agora qual era teu plano? Qual é em? - Perguntei me sentando na cadeira e entrando no WhatsApp dela.

- Solta esse celular agora morfetico! - Ela gritou.

Eu soltei e caiu no chão.

- Eu amo ver a família dos outros, tá ligado? - Falei e ela arqueou a sobrancelha. - Tua família é teu bem maior é? - Perguntei tirando a foto do bolso e jogando no colo dela.

Ela arregalou os olhos e começou a encher de lágrimas os olhos.

Eu peguei o celular e comecei a ver as pessoas que ela tinha conversado, apertei na conversa que tava escrito mãe.

- Não rela na minha família! - Ela disse encarando a foto.

- Então tu vai me contar tudo, ou se não eu vou atrás de um por um! - Falei de braços cruzados.

• aperta na estrelinha •

Um ótimo dia ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora