Alfonso
Alfonso Herrera era um dos magnatas mais importantes de New York, dono de uma fortuna sem precedentes, sempre frio e extremamente calculista, todos os seus atos são milimetricamente premeditados, nada pode sair de seu controle e caso saia, ele sempre dará um jeito de voltar a colocar as mãos no que ele julga ser dele. Alfonso se sentia o Deus, tudo que ele queria, ele tinha.
Ou quase tudo.
Alfonso estava no auge dos seus 35 anos, extremamente bonito, e isso era inegável, bilionário, sedutor e dono de um azedume insuportável. Ninguém além de sua família e de seu único amigo o suportavam.
A verdade era que nos últimos anos havia piorado, e muito. Isso porque, Alfonso não era como qualquer homem por aí, literalmente. Alfonso sofria de um "mau" que apenas 3% da população mundial também sofre ou virá a sofrer, Alfonso Herrera é viciado em sexo.
Sim, sexo. Não existe nada no mundo que traga mais paz para Alfonso do que estar gozando por aí. O único problema é que seu desejo insaciável fora descoberto por sua mãe e irmã, que desde então não largam de seu pé e fazem da sua vida um inferno, porque não tem problema transar muito, desde que você transe todos os dias com a mesma mulher, Afinal, você é Alfonso Herrera.
Eu estava chegando em meu apartamento, o relógio marcava 02:40 da manhã, entrei e não me dei ao trabalho de ascender as luzes, eu iria direto para o meu quarto, mas um suspiro me fez entrar em estado de alerta.
- Desculpe, meu filho. Não queria te assustar! - Ruth que estava sentada na poltrona da espaçosa sala de Alfonso olhando para o seu filho no escuro decidiu se fazer visível
- Mãe, o que faz aqui? - questionou ascendendo as luzes - aconteceu algo?
- Não, não aconteceu nada! Eu só queria saber se você estava cumprindo com o prometido! - falou séria - Alfonso, eu não estava brincando quando eu disse que a situação estava ficando insustentável - falou levantando-se e virando a tela do celular para mim.
Ótimo. Mais uma notícia estampava o site de fofoca "mais conceituado" da cidade, onde faziam um comparativo com as últimas cinco mulheres que tinham sido vistas comigo essa semana.
- mãe - falei passando a mão no rosto - não acho que seja o melhor horário para discutirmos isso.
- Alfonso, não é mais uma discussão, já passou disso faz um tempo. Veja bem, você é um homem importante, meu filho, e não tem a menor condição de você ficar por aí todos os dias com uma mulher diferente. Se você tivesse seus 20 anos, eu diria que até seria aceitável, mas você já tem 35, não tem como ficar se comportando como um garoto. Além disso, não faz bem para os negócios - disse em um tom autoritário - você concorre a diversos prêmios, você faz caridade, não tem como manter essa postura!
- Mãe, todos os prêmios que eu concorri até hoje eu sempre ganhei, os negócios estão ótimos, sua conta bancária não te deixa negar - disse com sacarmo - além disso, não é como se a forbes quisesse saber com quem eu venho transando - falei desfazendo o nó da gravata.
- Alfonso - disse visivelmente irritada - não estamos negociando aqui. Eu sou sua mãe e eu sempre respeitei o seu espaço, mas você precisa se controlar, precisa fazer uma terapia, não é mais saudável. Por favor - disse implorando - por mim e sua irmã e principalmente por você, procure uma terapia, eu posso te acompanhar, mas não tenha mais esse comportamento, meu filho. - falou com a mão no meu rosto.
Já vi que não seria nada fácil.
.
Haviam se passado duas semanas desde a aparição repentina da minha mãe em meu apartamento. Ela não havia mais tocado no assunto, porque ela estavam acompanhando os meus passos, logo, onde eu estava, ela também estaria.
Eu estava tenso. O volume de trabalho havia aumentado e muito. Era época de alta na bolsa de valores, ótimo momento para investir dinheiro e eu era bom no que fazia, não era a toa que havia acumulado bilhões, mas apesar de me afogar em trabalho, eu só conseguia pensar em uma coisa...sexo.
Eu tinha uma rotina sexual extremamente ativa devido a compulsão e vejamos, eu nunca omiti a minha compulsão, aliás, sempre deixei claro para todas as pessoas com quem eu transo que essa compulsão existe, mas aparentemente se tornou um problema para a minha mãe, quando eu passei a ser fotografado saindo de motéis e hotéis com mulheres diferentes ao menos 7 vezes na semana. Seria cômico se não fosse trágico, um homem de 35 anos ser julgado por transar demais.
Estava tentando retomar a concentração quando Ian entrou em meu escritório assobiando como se não tivesse trabalho para fazer.
- Ian, não sei se já te disseram, mas sócio também trabalha - falei enfezado
- cara, eu já trabalhei! - falou entre os assobios - são 20h, já deu por hoje, vim te chamar pra irmos tomar um vinho com umas amigas que descolei - o pilantra falou rindo
- você só pode estar de sacanagem! - disse extremamente irritado
- não estou! Mas você não pode ir, eu já sei. Alfonso, você precisa dar um jeito nisso, ninguém suporta mais seu mal humor. Quer que eu chame umas garotas? Você pode escolher com quem ficar, elas são sigilosas - disse mexendo no celular
- Ian, meu problema não vai se resolver com suas garotas.
- por que não? - questionou
- porque eu não quero uma namorada! - falei óbvio - você sabe que eu não gosto de envolvimento emocional!
- por isso elas seriam perfeitas! - falou como se tivesse resolvido um enigma.
O grande problema das "garotas de Ian" é que querem tudo que eu não quero. Elas se propõe a ficarem, transarem, mas querem repetir a dose constantemente, o que não seria um problema, se logo depois elas não quisessem um anel, um cachorro, um filho e uma vida ao meu lado.
- não, Ian! - disse levantando - suas garotas se propõe a me dar o que eu quero e depois querem casamento e eu tô fora!
- E se você pagasse pra ter o que quer? - falou pensativo - termos estabelecidos, dinheiro, você satisfeito e sem mal humor seria ótimo para todos!
- você tá sugerindo que eu pague prostitutas? Se isso fosse resolver meu problema, eu já teria feito!
- não, prostitutas não. Olha, Alfonso, acho que tenho uma pessoa excelente pra você!
VOCÊ ESTÁ LENDO
THE ESCORT
FanfictionOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.