Após o banho, Alfonso voltou vestido em um novo moletom e um tanto quanto cheiroso, e se tinha algo no qual eu não podia negar, era que eu amava aquele cheiro.
Ele se deitou em sua cama e logo Miranda apareceu com o suco que eu havia pedido, entregando o mesmo a Alfonso que tomou acompanhado dos remédios que haviam sido comprados.
- bom, acho que agora que você já está tomado banho e medicado, sua febre vai diminuir e você se sentirá melhor - falei em pé, observando Alfonso deitado.
- sim - respondeu me encarando - obrigada pelo cuidado e preocupação - disse fungando
- vou te deixar descansar, qualquer coisa é só chamar - falei me preparando para sair do quarto, mas sendo chamada por Alfonso.
- Anahí... - chamou me fazendo observa-lo - caso você prefira, pode ir para sua casa, não acho que seja bom você ficar por aqui, não quero te passar gripe - falou em meio a tosse e com a voz rouca
- não se preocupe comigo, preocupe-se em melhorar logo! - respondi e novamente, quando estava saindo do quarto, Alfonso me chamou
- Anahí... - eu sorri, já perdendo a paciência, mas esperei que ele dissesse o que queria - já que você não se importa de ficar aqui, nem de pegar gripe, fique aqui no quarto comigo - pediu, me fazendo sorrir com seu pedido.
- está abusando da minha benevolência, Herrera. - respondi ainda sorrindo - acho melhor você descansar, qualquer coisa é só chamar, estarei por aqui!
Finalmente consegui sair do quarto de Alfonso e voltei para a sala de estar, por incrível que pareça, era a primeira vez que eu estava naquele apartamento e ele estava em paz, sem gritos ou discussões.
Ao passar pela sala, me permiti observar a cidade pela vidraça que tanto me encantava, mas logo segui rumo a cozinha, onde encontrei Miranda novamente cantarolando
- precisa de algo, Srta. Anahi? - perguntou simpática
- na verdade não, vim apenas verificar se de repente você não precisa de ajuda para algo, estou um pouco entediada - respondi e aparentemente surpreendi Miranda
- oh, não. Obrigada! Mas eu também não incomodaria a Srta com isso, alem do mais, eu gosto de preparar as coisas para Alfonso - respondeu - tenho ele como um filho.
- tudo bem - respondi - você trabalha para ele há muitos anos? - perguntei curiosa, enquanto me servia com uma xícara de café e me sentava em uma das banquetas que tinha por ali
- sim, há muitos anos! - respondeu orgulhosa - na verdade, eu vi Alfonso se tornar homem. Comecei a trabalhar para a família quando ele veio para New York estudar, se eu não me engano, ele devia ter por volta de seus 17 anos. Depois, a Srta. Maite também veio, mas eles ainda não moravam aqui, mas sim em uma casa aqui mesmo em Manhattan, depois que Alfonso construiu o império dele, como ele sempre diz, ele comprou esse edifício e passou a viver aqui na cobertura.
- eu não sabia que Alfonso era proprietário do edifício - respondi tragando outro gole do meu café quente
- Alfonso tem esse jeitão dele, mas ele é um bom homem, não fica contando vantagem por aí, pelo menos não que eu saiba - disse sorrindo
- Miranda, desculpe a pergunta, não me entenda mal, mas o que você sabe sobre Perla? - questionei lembrando-me do dia em que ela praticamente invadiu o prédio, e bem, já que o edifico era dele, eles certamente tinham um grau elevado de intimidade para que ela saísse e entrasse quando quisesse.
- bem, Srta, ela visitava frequentemente Alfonso, estava sempre por aqui, mas jamais ficava pra dormir, nunca vi eles íntimos, como vocês, digo, vocês sentam a mesa e tomam café juntos, a srta cuida dele, saem em família, eles nunca fizeram nada disso, não que eu tenha conhecimento. E também, eu nunca gostei muito dela, achava ela um pouco controladora, mas eu não tenho muito além disso para te dizer e não sei se Alfonso gostaria que eu falasse sobre - disse receosa
- sem problemas, Miranda. Agradeço pelas informações! - disse já levantando para sair da cozinha quando ela me chamou
- Srta, se me permite, não se apegue ao passado de Alfonso, ele realmente gosta de você, eu nunca vi ele inquieto da forma que fica quando a senhora não está aqui, e também, apesar da outra ter visitado a cobertura algumas vezes, a senhora é a única que sempre fica! - respondeu me dando uma piscadela e saindo para a lavanderia.
Como não havia nada para fazer, mas muito o que se pensar, caminhei pelo apartamento de Alfonso apenas para descobrir que não conhecia nem metade do que havia ali.
Alfonso tinha nada mais, nada menos que uma academia, uma pequena biblioteca, uma sala de cinema e fora os demais cômodos que eu não investiguei, já que assim que me deparei com a biblioteca, me encantei com a quantidade de livros e fiquei ali por algumas horas, só tirando a minha atenção quando ouvi meu nome ser chamado por uma voz rouca
- Anahí... - chamou
- aqui - respondi - era pra você estar na cama! - falei assim que o avistei
- era pra você estar lá comigo e nem por isso você está - respondeu cara de pau - o que faz aqui? - perguntou fanho
- estava desbravando e me deparei com isso - abri os braços - você nunca pensou em me contar que tinha um biblioteca? - questionei - eu adoro ler!
- eu não sabia que você gostava - falou me encarando
- tem muita coisa que não sabemos um sobre o outro - respondi tentando manter o clima leve - mas acho melhor sairmos daqui - falei me levantando da poltrona que havia ali
- não - respondeu - fique, desfrute. Eu só vim procura-la para saber se não tinha ido embora - respondeu com um sorriso fraco - mas fique a vontade, leia o que quiser.
- eu disse que não iria - disse simples
- que bom que não foi - respondeu sorrindo e sumiu corredor a fora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
THE ESCORT
FanfictionOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.
