Alfonso
Assim que Anahí saiu do carro eu dei um soco no volante e me obriguei a seguir meu caminho, pois não queria e não podia causar um congestionamento.
Anahí já não pode ser considerada uma mulher difícil, mais sim impossível, podíamos simplesmente ter seguido com o dia na mesma amenidade que ele havia começado, mas ela preferiu complicar tudo.
Voltei para casa, trabalharia de lá se eu conseguisse, e assim que cheguei Taylor me recepcionou na garagem.
- Sr. Herrera - cumprimentou - o segurança que o senhor havia solicitado que ficasse monitorando a Srta. Anahí quando ela não estivesse com o senhor já está a postos nos arredores de sua casa.
- ótimo, Taylor. Me mantenha informado! - pedi
Subi para o apartamento e já fui desfazendo o nó da minha gravata e tirando o paletó, preparei uma bebida e fui para o meu escritório, segui lendo alguns documentos e resolvendo pendências em meu computador até o início da noite, quando decidi dar o dia de trabalho por encerrado.
Caminhei até o bar novamente e enquanto preparava outra bebida, senti Miranda parada me observando e automaticamente me repreendendo
- você não deveria beber tanto - falou
- você devia cuidar mais da sua vida, mas nem por isso você cuida - falei sorrindo - por que está trabalhando até essa hora, Miranda? - questionei
- eu só não peço demissão porque tenho você como um filho - brincou - eu só vim conferir se você não está precisando de nada e se não quer comer algo, já que ficou o dia inteiro trancado no escritório.
- não se preocupe, caso eu sinta fome eu preparo um sanduíche! Você já devia estar em casa, vou pedir que Taylor providencie um carro para te levar - avisei pegando o celular
- ela não vem hoje? - perguntou me observando - A Srta. Anahí?
- ela preferiu ir para casa, volta na quarta-feira - me restringi a responder o básico, apesar de confiar totalmente em Miranda.
- e isso está te incomodando? Porque eu sinto, menino, que tem algo tirando você do sério. Aliás, eu te conheço e vejo nos seus olhos o seu incômodo.
- Miranda, você sabe que já não sou um menino há uns bons anos agora, mas respondendo a pergunta de uma velha bislhoteira, eu não estou incomodado - respondi olhando-a e vi ela sorrir
- tudo bem então. Eu vou me retirar e não ouse pedir a Taylor para me levar! - sorri para Miranda e vi ela sumindo corredor a dentro. Miranda tinha aversão a Taylor desde que o conhecerá.
E lá estava eu mais uma vez, com meu copo de wiskey observando a cidade, assim como peguei ela fazendo na noite anterior. Me perguntei mentalmente o que Anahi estaria fazendo aquela hora, se estaria deitada em seu sofá, assistindo um filme ou se exercitando.
Espantei o pensamento e fui tomar um banho, que me ajudou a relaxar, mas assim que sai vi o nome de Taylor na tela do meu celular, o que automaticamente me colocou em alerta.
- Taylor... - atendi
- Sr. Herrera, o segurança que está com a Srta. Anahí acabou de me informar que ela está com visita, já tendo o indivíduo sido identificado - respondeu
- ela está com um homem? - questionei sentindo meu sangue ferver
- sim, Sr. Herrera. Ela está com um dos seus amigos, o Sr. Ian Somerhalder.
- obrigado, Taylor - desliguei o telefone.
Os dois me traindo. Anahí, com quem eu tenho um contrato de exclusividade e eu paguei por essa vagabunda e Ian, o homem que eu considero o meu melhor amigo.
Terminei de me vestir o mais rápido que eu pude e fui em direção a garagem, peguei um dos meus carros e dirigi o mais rápido que eu pude até o endereço dela.
No caminho eu imaginava o cenário, mas era óbvio desde o início. Quem havia me apresentado aos serviços dela tinha sido Ian, que me garantiu que ela teria tudo que eu quisesse, era claro que pra saber disso tudo ele já conhecia o trabalho e se conhecia era porque já tinha provado.
Meu sangue fervia cada vez mais, meu corpo estava quente e quando cheguei sai do carro sem ao menos travar o mesmo, aproveitei a deixa de um morador entrando no prédio e entrei sem precisar interfonar e assim que cheguei na porta toquei a campainha, apesar da vontade ser de arrombar.
A porta abriu em questão de segundos e eu pude ver uma Anahí sorridente e um Ian jogado no sofá como se estivesse em casa com uma taça nas mãos
- Alfonso... - Anahí se dignou a dizer - o que faz aqui? - perguntou.
- eu vim ver com meus próprios olhos essa palhaçada aqui - apontei de um para o outro - Anahí, logo Ian? Eu não estou pagando a porra da sua exclusividade? Não estou pagando o suficiente? - gritei
- epa, epa - Ian levantou do sofá - você está vendo coisa onde não tem, Herrera - falou todo calmo como se não tivesse acontecendo nada
- primeiro, para de gritar na minha porta, meus vizinhos não são obrigados a ouvir o que você pensa ou deixa de pensar. Segundo, o que diabos você está fazendo aqui? Achei que eu tivesse sido bem clara com você e terceiro, como você sabia que Ian estava aqui? - Anahí fez os questionamentos como se tivesse na posição de quem pudesse questionar
- eu não dou a mínima para os seus vizinhos, Anahí. Você mesma não se importa com quem você traz para a sua "casa", assim como não dou a mínima para o que você diz, você não manda, você obedece e eu não preciso te dizer como eu soube, mas eu soube e ponto. Agora, o que está acontecendo aqui? - questionei
- ué, você está perguntando por que se você já supôs tudo? - Anahí perguntou colocando as mãos na cintura - vamos lá, acho que vou precisar dizer em voz alta pra te ajudar, mas você achou que você ia chegar aqui e eu estaria em uma transa deliciosa com Ian, ou melhor, eu estaria em um pós foda, certamente semi nua, desfrutando de um orgasmo sensacional, mas ainda assim - sorriu - eu atenderia a porta pra alguém que eu sequer estaria esperando. Você é uma piada, Alfonso!
Anahí me desarmou, porque ao olhar para ela, percebi que tanto ela, quanto Ian estavam muito bem vestidos, ela estava de calça de moletom, blusa de frio e meias, Ian estava igualmente vestido, mas de tênis, não teria dado tempo, teria?
- você tá ficando maluco, Alfonso - Ian falou - eu jamais transaria com Anahí e não é nem porque eu não acho ela gostosa, mas é só porque eu não vejo ela dessa forma. Muito me admira você desconfiar de mim depois de tantos anos de amizade.
- foi você quem me apresentou os serviços dela, Ian. Me apresentou como se conhecesse muito bem, aliás - respondi encarando-o
- mas eu jamais trairia um amigo, um irmão. Aliás, eu vim aqui pedir conselhos a Anahi sobre uma mulher - falou me surpreendendo - você é um sem noção - falou e procurou Anahí com o olhar
- Any, você quer que eu leve ele daqui? - questionou - eu levo ele agora e ele não voltará a te incomodar tão cedo - Ian me fez gargalhar, porque ele certamente não sabia o que estava falando.
- não, Ian - vi ela me encarar e dizer - nós temos muito o que conversar, mas obrigada por ser preocupar.
- você tem certeza? - Ian questionou novamente
- sim! - ela segurou na mão de Ian e apertou - qualquer coisa eu te ligo. Boa sorte com aquele assunto! - ela sorriu para ele.
Ian passou por mim e apesar de não ter dito nada, havia uma ameaça velada em seu olhar. Assim que ele saiu, eu entrei no apartamento e fechei a porta, trazendo a atenção de Anahí que estava no canto da sala para mim.
- me desc... - ela não me permitiu terminar
- eu falo e você escuta, tire suas conclusões depois e tente se desculpar ou não, tanto faz, mas agora você só escuta.
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THE ESCORT
FanfictionOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.