Ian
Assim que Taylor entrou em contato comigo contando o que havia acontecido, eu saí correndo em direção ao cemitério, queria ter sido cientificado antes pra cuidar de tudo para Anahi, mas não fui.
Anahi estava em um estado de dar dó, observei, após o enterro, ela ficar por três horas apenas encarando o túmulo de sua avó e chorando, até que decidi intervir e levá-la para minha casa para que eu realmente pudesse cuidar dela.
Assim que chegamos, eu tirei as roupas molhadas dela e coloquei ela no banho, deixando ela na água quente por algum tempo, depois a vesti com um dos meus moletons e preparei o quarto de visitas para que ela pudesse descansar, nada foi dito naquela noite, mas eu imaginava o tamanho de sua dor.
Os dias se passaram e eu apenas relatei para Maite que Anahi estava passando uns dias em minha casa devido a perda de sua avó, quando questionado por qual motivo Alfonso não cuidava dela, disse para que ela procurasse o irmão e que era assunto deles.
Na primeira semana não fui até a empresa, meu telefone tinha, diariamente, cerca de 30 ligações de Alfonso, nenhuma era atendida, ele era tudo que ela não precisava agora.
Além dele, quem ligava todos os dias era Nate, que se mostrava preocupado e atencioso, mas nem mesmo com ele Anahi aceitava falar.
Aos poucos ela começou a fazer suas refeições, ainda no quarto, trocávamos algumas palavras, eu tentava fazê-la sorrir, mas era isso, ela ainda não estava pronta e apenas me agradecia por tudo que eu vinha fazendo.
Eu amo Anahi como a irmã que eu nunca tive e de certo modo, me sinto responsável por alguns dos últimos acontecimentos em sua vida, a exemplo disso temos Alfonso, eu podia nunca tê-los apresentado, mas quando o fiz foi na melhor intenção, eu não sabia o quão otario Alfonso poderia se revelar.
Era sábado a noite, havia uma semana que sua avó havia falecido, eu estava na sala assistindo televisão, conversava com Maite através do WhatsApp já que ela precisou fazer uma viagem a trabalho, quando ouvi seus passos na sala, o que me deixou feliz em saber que ela havia saído do quarto
- posso ficar aqui com você? - perguntou com a voz rouca e os olhos fundos
- óbvio que pode - respondi batendo ao meu lado no sofá para que ela se sentasse, e foi o que ela fez, se encolhendo em meus braços
- Ian... - me chamou após algum tempo - eu quero te agradecer por tudo que tem feito por mim nesses dias, você não tem obrigação nem nada do tipo, mas... - não permiti que ela terminasse
- eu sei que não tenho obrigação, Ani. Eu faço porque eu me importo com você e eu farei quantas vezes forem necessárias!
- não quero te atrapalhar e por isso, andei pensando e eu preciso recomeçar - disse com a voz baixa
- você não me atrapalha! - disse beijando sua testa
- obrigada! - respondeu - mas eu realmente pensei e não sei, nada mais me prende aqui, talvez eu devesse tentar seguir a vida.
- eu acho que você deve tirar mais uns dias pra você, está tudo muito recente e não tenha pressa, não estou e não vou te expulsar daqui! - disse em meio a um sorriso.
Ficamos ali por mais um tempo, mas logo Anahi voltou para o quarto e eu continuei no sofá da sala, me distraindo com qualquer coisa na tv até a campainha tocar e me obrigar a levantar
- o que faz aqui? - perguntei ao abrir a porta
- não vim pra te ver, quero falar com Anahi!
- veio ao lugar errado, então. Eu não sei onde Anahi está! - respondi falando o mais baixo possível
- faça-me o favor, Ian - falou irritado - eu sei que ela está aí e eu quero falar com ela.
- Alfonso, você já parou pra pensar que Anahi não precisa de mais um problema nesse momento? - questionei impedindo sua entrada em meu apartamento - pelo amor de Deus, o que mais você pode querer com ela? Deixe ela em paz!
- eu preciso conversar com ela - falou em um tom mais baixo - me explicar - disse rápido
- deixe ela em paz, quando for a hora e se ela quiser, ela irá te procurar! - vi Alfonso respirar fundo
- e se não procurar?
- ação e reação, achei que assim como eu, tivesse aprendido isso em algum momento da vida - respondi batendo a porta.
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THE ESCORT
FanfictionOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.