Capítulo 37

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Alfonso

Eu não suportava saber que Anahi estava se esfregando com um médicozinho de merda, e pior, ela usava a desculpa de que visitaria sua avó para tal.

Os dias passaram, eu tentei relevar toda a situação que aconteceu, ver Anahi com Ian ou qualquer outro homem era enlouquecedor, ela acha que não tem nada de mal, mas fica muito claro a forma como ela se insinua para eles, seja ao sorrir, seja ao mexer no cabelo, seja na proximidade que ela permite que ocorra.

Toda noite, eu me questiono se não estaria enlouquecendo por dar tanta importância a uma prostituta, mas porra, ela não era qualquer prostituta, era a prostituta que estava comigo, era minha e eu não permitira que ela me fizesse de idiota.

Eu já havia pensado em tranca-la em meu apartamento, impedir que ela visitasse a avó e não visse mais essa merda de médico, mas não era algo que devesse ser feito agora, por enquanto, mantê-la perto de mim o tempo todo para garantir que ela não esteja com outros homens já era suficiente.

Há muitos dias eu não dormia direito, fosse pela tensão, fosse pela saudade de senti-la me apertando. Nos dias que passaram não houve nenhum contato íntimo, mas meu corpo e minha mente cobravam isso a todo custo, sentia falta do toque, dos beijos, dos gemidos.

Para evitar pensar nisso, me arrumei e fui trabalhar, apenas para me deparar com Ian em minha sala assim que coloquei os pés na mesma.

- O que faz aqui, Ian? – perguntei enquanto sentava em minha cadeira e tentava trabalhar

- O que você fez com Anahi? – perguntou indo direto ao ponto

- Por que você se preocupa tanto com algo que simplesmente não é da sua conta? – questionei encarando-o

- Porque é da minha conta e vai continuar sendo até quando eu achar que deve ser. Porra, Alfonso, o que você fez com Anahi? Ela mal responde minhas mensagens. – disse exasperado

- Já parou pra pensar que talvez ela só não queira falar com você? – devolvi a pergunta

- Alfonso, eu conheço Anahi há anos e se ela não quisesse falar comigo, ela já teria me dito – disse se aproximando – então me diz logo, o que você fez com Anahi?

Não me dei ao trabalho de responder Ian, abrindo notebook em minha frente e começando a acessar as páginas que precisava para começar o dia de trabalho, mas ele me puxou pelos ombros, buscando briga

- Por que você tinha que machuca-la? Se você queria uma mulher que fosse tão submissa a você, por que não ficou com Perla? – questionou nervoso

- Ian, estamos no ambiente de trabalho e eu ainda sou o proprietário desse lugar e seu superior. Não me obrigue a comprar suas ações e te colocar pra fora daqui com um chute no traseiro!

- Foda-se quem você é. Eu vou te dar um único aviso. Hoje, eu vou a sua casa, eu espero ser muito bem recebido e encontrar uma Anahi bem, física e psicologicamente, ao menor indicio do contrário, eu vou contar toda a palhaçada pra sua irmã e sua mãe, ainda que me custe meu relacionamento! – falou me soltando e saindo batendo porta.

Inferno.

Depois que Ian saiu do meu escritório, o dia só piorou, minha cabeça latejava, meu trabalho rendeu muito pouco, o que me fez adiar uma reunião e consequentemente, um contrato de milhões de dólares.

Fui para casa apenas para receber um novo sermão, mas dessa vez, de Miranda e eu não aguentava mais.

- Alfonso, o que está acontecendo com você? – questionou me encarando encher o copo de whisky

- Nada, Miranda – respondi seco

- Alfonso, eu não tenho nada com sua vida, mas eu vejo a Sra. Anahi trancada em um quarto o dia inteiro, ou, vocês discutindo, ou, você bebendo. Impossível não está acontecendo nada. Eu praticamente te criei, eu sei que tem algo acontecendo! – disse em meio a um suspiro – você não tem dormido, menino. Eu posso ajudar de alguma forma?

- Não me questionando, já estaria ótimo! – disse em meio a um sorriso irônico

- Você não me intimida, Alfonso. Eu te conheço! Pode ser rude como for, a mim você não atinge – falou se aproximando e acariciando meu rosto com ternura – você a ama, eu já te disse antes e repito agora. Qual o problema?

- Eu não a amo, Miranda! Tão pouco ela é digna de ser amada – falei bebericando minha bebida

- Todos somos dignos de sermos amados, Alfonso. E se você não a amasse, não beberia por ela todas a noites, não deixaria que ela tirasse seu sono, e tão pouco ficaria se remoendo, porque você está. Diga a ela, antes que seja tarde!

- Eu não a amo!

- Ah menino – disse novamente acariciando meu rosto – sim, porque eu olho pra você e ainda vejo aquele menino – sorriu – se você soubesse o quanto a gente mente pra gente mesmo a fim de minimizar nossos sentimentos. Espero que você não entenda isso quando for tarde demais, e espero que já não seja!

THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora