Capítulo 12

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Alfonso

Depois que Anahí se aprontou e saímos para tomar café da manhã, pude perceber o quanto a minha mãe e irmã estavam felizes pelo meu "namoro", já que era tudo que elas queriam, uma nora e cunhada dos sonhos, que me fizessem feliz e me tirassem dessa vida de "sexo sem compromisso a doidado " que eu tinha.

Durante o café da manhã a conversa me surpreendeu, ela era excelente em inventar histórias e tudo que contou foi de grande valia para corroborar com tudo que já havia sido dito, só perdeu completamente o juízo quando me obrigou a mentir sobre como havíamos nos conhecido, o que com sorte não foi difícil de mentir.

Minha mãe exalava empolgação, falava em amor, mal sabe ela, Maite estava tão empolgada quanto e a empolgação delas chegava a irritar, elas não paravam de falar e questionar e dei graças a Deus quando deixei elas no apartamento da minha mãe que era onde ficavam quando estavam na cidade e pude subir para o meu.

Assim que o elevador chegou a cobertura não pude deixar de parabenizar minha contratada pelo excelente desempenho

- você é realmente muito boa em mentir - falei

- não acho, fingir que gosto de você pode até não parecer, mas é extremamente difícil - disse parando em minha frente

- não estou falando disso, mas sim a história triste e comovente que inventou para minha mãe, da sua falsa graduação e todo o resto de baboseira que disse a ela - vi Anahi sorri baixo após suspirar pesadamente

- eu não estava mentindo - falou séria - eu contei a minha história - sorri com a tentativa

- claro que contou, só falta me dizer que é Virgem - falei me dirigindo até o bar em minha sala - obrigada pela excelente história, mas não precisa mantê-la comigo, sei da sua procedência

- Alfonso, vai se fuder! - disse irritada - que bom que sabe da minha procedência, eu não estou escondendo de ninguém o que eu faço, diferentemente de você. - Anahi virou as costas e chamou o elevador freneticamente, assim que o mesmo chegou a cobertura ela entrou nele - pelo amor de Deus, não me procure mais esse final de semana e providencie meu dinheiro!

- você trabalha pra mim, vou te procurar sempre que eu precisa - falei sério - acho bom estar de volta à noite, seja lá onde quer que você esteja indo.

A porta do elevador se fechou e Anahi sumiu do meu campo de visão, que inferno de mulher, pensei, ela acha realmente que trabalhando pra mim fará as próprias vontades, mas está totalmente enganada.

Peguei meu celular do bolso e disquei alguns números ligando para Taylor

- Taylor, providencie um segurança para seguir Anahi discretamente, quero saber o que ela está fazendo em minha ausência. Providencie também uma maleta com 40 mil dólares e cancela a transferência que eu havia pedido anteriormente. Não deixe que o segurança perca ela de vista por nenhum minuto e se ela pisar no hotel, meu comunique imediatamente.

- sim senhor - falou do outro lado da linha encerrando a ligação logo em seguida

O dia passou lentamente após a saída dela, tentei adiantar coisas de trabalho, fiz algumas ligações, mas nada me distraia, ela me tirava o foco, além disso eu estava mais irritado que o normal, óbvio que ela não estava presa aqui, mas o mais indicado era que não tivesse saído.

Por volta das 18h ela ainda não havia retornado, resolvi tomar um banho frio para desestressar, mas quando estava caminhando para o meu quarto, o celular tocou

- Herrera - atendi

- Senhor - falou Taylor do outro lado da linha - ela está no hotel, acabou de chegar - disse tranquilo - o segurança me informou que ela está no estacionamento

Senti meu sangue fervendo entre as minhas veias, mas ela só podia estar de sacanagem comigo mesmo, não era possível.

- fale para os seguranças não deixarem ela sair de lá, providencie o carro para que eu saia agora - desliguei o telefone enquanto ia para o elevador. Anahi estava brincando com fogo.

Taylor dirigiu o mais rápido que pode até o hotel, o silêncio reinava dentro do carro, eu só queria colocar minhas mãos em Anahi logo e não seria gentil dessa vez.

Assim que chegamos ao hotel, ela ainda estava no estacionamento do lado de fora e certamente não esperava me encontrar por lá

- pelo amor de Deus, o que você tá fazendo aqui? - questionou escorada em um carro

- pelo amor de Deus digo eu. Eu já não te disse que você está proibida de fazer programas enquanto estiver trabalhando para mim? - falei nervoso - vai me dizer que a vontade de se deitar com outros é tão grande que não pode aguentar? - Não teve tempo para resposta, Anahi deu um tapa forte em meu rosto que me pegou desprevenido

- você acha que você pode falar o que quer comigo, não é? - questionou nervosa - pois saiba, Alfonso, que eu posso até ter aceitado a sua proposta, mas eu não sou sua, então eu sugiro que você preste bastante atenção na forma como fala comigo - falou colocando o dedo bem próximo ao meu rosto

- você tá se doendo porque sabe que é a verdade, mas não considera que os homens com quem você vai pra cama podem facilmente serem amigos meus, clientes, pessoas que me conhecem, você não está levando isso em consideração - gritei

- eu não vim aqui transar com ninguém, você está pagando a porra da minha exclusividade e eu estou te dando ela. Eu vim buscar meu carro que ficou aqui desde ontem, quando você simplesmente decidiu que eu não poderia ir embora da sua casa, não que eu te deva satisfações - cruzou os braços encostando no carro atrás dela

- você está há quase 40 minutos aqui e quer que eu acredite que você veio buscar seu carro? - falei segurando em seu braço - O que é, tá achando que eu sou otário? - questionei

- meu carro quebrou, inferno - tentou puxar o braço - eu estou esperando o guincho! - Soltei Anahi com um safanão e chamei Taylor que me esperava no carro

- providencie um guincho imediatamente para rebocar esse carro aqui - apontei - vou levar Anahi para casa, fique aqui aguardando, por favor e volte de uber - orientei e ele assentiu

- eu não vou pra casa com você! - disse com raiva

- você vai, nem que eu tenha que te carregar! - ameacei - e eu não estou brincando - Anahi revirou os olhos e a contragosto, me acompanhou até o carro parado próximo ao estacionamento do hotel, entrou no banco do carona, batendo a porta com força

- vamos lá pra casa e... - ela me interrompeu

- não vou para a sua casa e se me obrigar eu grito e digo que você está abusando de mim. Eu vou para a minha casa, amanhã, quando estiver no meu horário de trabalho irei até você - falou dura. Não discuti, ela me informou o endereço e eu dirigi até sua casa que era um prédio simples. Assim que chegamos, ela saiu do carro e eu fui atrás dela, mas ela novamente me interrompeu

- vá pra casa, fique tranquilo que não irei transar com ninguém. Não precisa me acompanhar até a minha cama para ter certeza! - disse andando na minha frente

- Anahi - chamei 

- até amanhã no meu horário de trabalho, Alfonso! - falou batendo novamente a porta e sumindo do meu campo de visão.

THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora