Capítulo 5

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Anahi

Ian só podia estar de brincadeira comigo quando cogitou que eu fosse querer prestar serviços pra um homem desse tipo. Alfonso Herrera claramente era um dos milionários que pagam bem pelo que queria, disso eu não tenho a menor dúvida, principalmente depois de entrar no prédio com seu nome e de ver o "CEO" na porta de sua sala, mas por ter dinheiro pra pagar, era o típico homem que achava que poderia exigir tudo e determinar as regras, quando não é dessa forma que funciona.

- sua resposta é não! - falei em resposta à "proposta" que ele havia me feito e vi a cara de desespero do mesmo, sorri ainda mais

- como assim não? - questionou se desvencilhando da minha mão que segurava em seu rosto - você sabe com quem você ta falando? -perguntou visivelmente nervoso

- sim! - respondi simples e apontando para a placa em sua mesa - falo com Alfonso Herrera, o que não muda nada pra mim.

- você deveria tomar mais cuidado, Anahi. Eu costumo esmagar como formiga quem me irrita! - disse se levantando e ficando cara a cara comigo

- eu não tenho medo de você! - falei pegando minha bolsa - aliás, se era só isso que você queria, me dê licença - disse indo em direção a porta, mas ele segurou em meu braço, me impedindo de seguir

- ninguém diz não pra mim! - falou sério enquanto apertava o meu braço e me encarava como se pudesse ler meu pensamento. Nós seguimos nos encarando por alguns segundos, sentia a raiva dele exalar, a respiração acelerada e a forma como segurava meu braço não me deixavam dúvidas de toda a raiva acumulada, mas de repente, senti sua mão suavizar assim que a porta abriu

- mas o que está acontecendo aqui? - questionou vindo em nossa direção - tudo bem? - me perguntou preocupado

- Ian, eu já não te falei que essa sala não está aberta pra você e que caso você precise falar comigo você deve bater ou pedir para Nina te anunciar - falou passando as mãos pelos cabelos, claramente irritado

- foda-se! - respondeu - o que estava acontecendo aqui? - perguntou olhando para Anahí

- olha, Ian. Desculpa, mas não vai dar pra atender seu grande amigo. Aparentemente ele tem muitos estigmas com relação ao que eu faço, não consegue sequer dizer a palavra "acompanhante" e quando começa assim eu já sei que não rolar.

- você não quer aceitar meus termos. Na verdade, você não disse nem se aceita! - falou quase gritando

- Alfonso... - Ian interrompeu

- Desculpe, Ian. Não dá pra mim! Eu já vou indo, com licença.

Sai da sala de Alfonso Herrera sem olhar para trás, tá bom que eu me colocaria em risco dessa forma. Quando um cliente começa com imposições e agressividade, já ascendo um sinal de alerta. Eu trabalho sozinha, não tenho ninguém comigo, então por segurança, preciso avaliar muito bem as pessoas a quem atendo. Além disso, Alfonso claramente tem preconceitos com garotas de programas, nunca deve ter pagado por sexo, porque nunca deve ter precisado, e tudo bem, desde que ele respeite as pessoas que o fazem.

Quando comecei nessa vida, eu trabalhava com uma outra mulher, era ela quem me apresentava aos clientes, mas no final das contas, ela ficava com 30% de cada pagamento recebido, óbvio que tinham seus pontos positivos, eu tinha um segurança e caso algo desse errado, ele estaria ali para me ajudar, mas eu não lucrava nada. Há dois anos decidi trabalhar por conta própria, assim, eu decido quem irei atender, quando irei atender, quanto irei cobrar, mas existem os riscos de ter um homem violento querendo descontar a raiva em mim, como já aconteceu.

Eu estava quase saindo do prédio em que estava, quando um segurança proibiu a minha passagem.

- senhora - me chamou - O Sr. Herrera pediu para que a senhora retorne - falou em tom ameaçador

- desculpe, como é? - questionei

- Senhora, ele deseja vê-la e pediu para que impedíssemos sua saída. Assim, sugiro que retorne ao elevador - falou sério!

Só podia ser brincadeira.

THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora