Alfonso
Estava perto demais de Anahi, havia me aproximado para enxugar uma lagrima que caia e minha mão repousou em seu rosto, acariciando levemente a região, o rosto dela, estava tão perto do meu que as respirações se misturavam, os lábios a centímetros um do outro. O momento parecia suspenso no tempo, carregado de tudo o que não foi dito e de tudo que ainda não sabíamos como dizer um ao outro. Os lábios de Anahi ainda em um vermelho vivo me faziam querer senti-los a todo custo e eu estava prestes a beija-la, até ouvir meu nome ser chamado
- Alfonso? – gritou me procurando. Diana estava parada ali, a alguns metros, com o tom doce e autoritário. Fechei os olhos por um breve segundo a frustação e a raiva dando lugar aos sentimentos que estavam expostos ainda pouco. Encarei Anahi e percebi o semblante dela mudar, o momento foi quebrado e nós fomos puxados de volta para realidade em que ela ainda me odeia.
- Vai – mandou com a voz fria, embora seu olhar traísse os sentimentos que tentava esconder, o que me fazia sentir um merda, porque eu sabia que aquilo estava doendo nela tanto quanto em mim.
- Anahi... – tentei, mas ela desviou o olhar, determinada a não deixar que eu visse o quanto aquilo, aquela confusão estava a machucando.
- Me deixa, Alfonso – falou mais alto – vai atrás dela, sai daqui – disse com firmeza
Eu não queria deixar o momento acabar assim, mas quando dei por mim, Diana já estava ao meu lado, me puxando. Eu não tinha escolha. Com uma última olhada para Anahi, me afastei e segui Diana de volta para a festa, mas a minha mente ficou presa lá na praia, em Anahi, nos lábios que eu não beijei.
Assim que voltei para o evento, Diana, que até então estava parada ao meu lado, me puxou para um canto mais reservado, longe dos olhares curiosos dos outros convidados e próxima ao meu ouvido, iniciou questionamentos que não eram da sua conta
- O que você estava fazendo com aquela mulher na praia, Alfonso? – a voz carregada de ciúmes e desconfiança me fizeram sorrir, enquanto afastava ela de mim
- Eu não devo satisfações a você, Diana. Nunca tivemos e nunca teremos nada – respondi em um tom baixo, carregado de firmeza.
O silêncio que ficou em seguida era tenso, e Diana claramente ficou incomodada com a resposta direta que precisei dar. Tentando não prolongar ainda mais aquilo, me afastei dela e tirei as fotos que precisavam ser tiradas, dei a entrevistas que precisava ser dada, cumprindo todas as minhas obrigações daquela noite.
Quando finalmente parei, olhei para o relógio em meu pulso e percebi que já haviam se passado quase duras horas, a festa ainda estava animada, as pessoas dançavam, conversavam, mas eu estava exausto de tudo aquilo e só conseguia pensar em uma única pessoa e foi o pensamento que me fez voltar até a praia para verificar se ela ainda estava lá, mas é claro que não estava, a sensação que eu tinha era de que quanto mais próximos chegávamos, mais distante estavamos.
Voltei para o resort, caminhando pelo corredor do quarto com as mãos nos bolsos, ponderando sobre tudo que havia acontecido naquela noite, não queria que terminasse desse jeito. Olhei para a porta do quarto de Anahi e não pensei duas vezes e agindo de forma impulsiva, eu batia desesperado para que ela abrisse e pudessemos conversar.
Anahi não abriu imediatamente, o que me fez pensar que ela ou estaria me ignorando, ou estaria dormindo, mas eu estava desesperado, não sabia se existiria outra possibilidade de conversarmos, não sabia se encontraria ela de guarda baixa novamente e por isso insisti e cerca de dez minutos depois, ela abriu a porta com os olhos sonolentos, o rosto ligeiramente inchado e os olhos avermelhados, evidenciado o choro que ela tentará esconder.
- Posso entrar? – perguntei com a voz baixa, meus olhos tomando a imagem dela na camisola preta minúscula. Nossos olhos se encontraram e eu tentei esconder o desejo e o cuidado que estavam acumulado durante todos esses anos.
Anahi hesitou, me encarando por alguns segundos, mas em seguida, me deu espaço para que eu pudesse entrar e assim que nossos olhos se encontraram novamente, percebi que aquele lugar era onde eu deveria estar. Passei a mão pela nuca, sentindo o peso da decisão que eu havia acabado de tomar, Anahi me encarava acuada, ainda hesitante, mas com um brilho de vulnerabilidade nos olhos que me fazia sentir uma urgência nova, quase desesperada.
- Anahi, eu... – comecei, tentando encontrar as palavras corretas, mas sabia que quando se tratava de Anahi eu sempre perderia as palavras. Ergui a mão, acariciando o rosto dela, o polegar suavemente traçando a linha da mandíbula enquanto memorizava cada detalhe daquele momento.
Anahi fechou os olhos por instante, como se estivesse absorvendo cada toque que eu lhe dava, quando os abriu, estavam ainda mais intensos, tão profundos quanto os sentimentos que tentava esconder. Ela não disse nada, apenas se inclinou e na ponta dos pés, me beijou com uma intensidade que falava mais que qualquer palavra, os dedos dela puxavam meu cabelo, me puxando para mais perto, deixando claro que ela também queria aquele contato.
Meu corpo reagiu instantanemanete ao beijo, assim como eu, me entregando por completo a ela. Eu queria beija-la, mas também tentava dizer entre o beijo o quanto eu esperei por aquilo, mas Anahi me silenciava a cada tentativa, os lábios pressionados contra os meus de maneira sedenta.
A urgência tomou conta de nós dois e, sem hesitar, a ergui suavemente, guiando-nos até a cama. A intensidade aumentava, as respirações se misturavam enquanto os movimentos se tornavam mais profundos e íntimos. Anahi me puxava para mais perto, como se quisesse apagar todos os anos de distância e qualquer dúvida, e eu entendi que não havia mais nada que precisasse ser dito, porque ali, naquela nossa vulnerabilidade compartilhada, nos conectávamos de novo, derrubando as barreiras que nós dois mantivemos de pé por tanto tempo.
............................................................................................................................................................
Oioi, pessoal. Como estão? Espero que bem :)
Passando somente pra dizer que esse capítulo não foi revisado e pode contar alguns errinhos de português.
Espero que estejam gostando.
Comentem bastante.
Um beijo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
THE ESCORT
FanficOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.