Anahi
Los Angeles, ensolarada, receptiva e tão bonita quanto a última vez em que havia pisado nesse lugar. Lembro-me bem de ter deixado tudo pra trás junto da minha avó e não imaginava estar de volta, mas aqui estava eu.
Depois de seis longas horas de voo, pousei em Los Angeles, entardecia quando cheguei a cidade e sabendo que não encontraria a imobiliária aberta, chamei um táxi e fui para o hotel mais próximo, observando atentamente cada detalhe da cidade através da janela do carro e sentindo uma saudade gostosa daquele lugar.
Assim que cheguei ao hotel, uma onda de choro me atingiu, me sentia cansada, me sentia frágil e principalmente, me sentia mais sozinha do que nunca e eu de fato estava, foi inevitável não pensar nele naquele momento, assim como foi inevitável desejar que ele estivesse ali comigo, eu projetei em Alfonso Herrera um lar, lar esse que ele jamais seria para mim.
Não atribuía a ele culpa, porque no final das contas quem se apaixonou por ele foi eu, mas esperava compaixão, esperava o mínimo cuidado, uma palavra de lamento que fosse, mas nada nunca veio e não viria, porque eu não permitiria, no que dependesse de mim, Alfonso Herrera jamais se aproximaria de mim novamente, não só pelo que fez comigo, mas também pelo que não fez.
O problema é que meu coração é traiçoeiro e ele se recusava a entender que Alfonso não faria mais parte da minha vida, quanto mais eu tentava esquece-lo, mas eu sentia falta dos pequenos momentos bons que tivemos, talvez esse sentimento fosse meu carma.
Passei a noite chorando, sentia dor física ao pensar em tudo que havia vivido nas ultimas semanas, me sentia fraca para recomeçar, mas sabia que não tinha outra escolha e foi por isso que ao ver o primeiro raio de sol nascer, tomei um banho e me preparei para deixar aquele hotel, eu tinha um destino em Los Angeles e eu ainda não havia chegado nele.
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Assim que cheguei a imobiliária já pedi que tirassem a casa do catalogo de venda, eu nunca entendi o porque ao longo de todos esses anos a casa em que meus avós e eu vivíamos não tinha sido vendida, mas hoje entendo que talvez fosse porque eu acabaria nela novamente.
Assinei toda a papelada, peguei as chaves mais uma vez e parti rumo ao lugar em que eu havia sido tão feliz.
A casa estava do mesmo jeitinho no qual eu me lembrava, pintada de branco, com um pequeno jardim a sua frente, a garagem logo ao lado e toda a vizinhaça ainda continuava ali. Sai do carro puxando minhas malas e assim que parei na porta dei um suspiro, eu estava de volta a minha casa e sentia um mix de sentimentos, medo, tristeza alegria e todos esses sentimentos se revelaram ainda mais assim que abri a porta e vi que ainda estava tudo ali, os moveis cobertos com lençol branco, incrivelmente eu sentia o cheiro da MINHA casa ali.
Caminhei lentamente tirando o lençol de cada coisinha, acariciei o sofá, os moveis da sala, a mesa de jantar, caminhei até o quarto dos meus avós, onde chorei de saudade, caminhei até o meu quarto, onde também senti saudade, saudade da Anahi menina que dormia ali, da Anahi sonhadora, da Anahi que definitivamente não fazia ideia do rumo que sua vida levaria.
Olhei com carinho para tudo que tinha dentro do meu antigo quarto e sorri com a cor dele, eu sempre tive um quarto rosa, porque acreditava ser inadmissível ter um quarto de outra cor, então conforme eu ia crescendo, o meu avô trocava os moveis, a cama, mas nunca a cor e ali estava ele, rosa, como sempre.
Apesar da tristeza, a saudade predominou ali e fiquei um tempinho só olhando cada detalhe daquela casa, me permitindo sentido tudo que fosse necessário, porque sabia que a partir de agora, nada seria fácil.
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Com o passar dos dias fui me adaptando lentamente a minha nova vida, havia até mesmo ido ao shopping comprar um celular novo, mas no fundo, todos os dias antes de dormir, me sentia vazia.
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THE ESCORT
FanfictionOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.