Capítulo 43

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Anahi

Uma semana havia se passado e durante esse período uma espécie de topor tomou conta de mim, era como se eu passasse os dias dopada evitando não sentir, mas a verdade era que eu apenas não tinha forças, então ficava sobre a cama chorando.

Durante os setes dias que se passaram eu me fiz diversos questionamentos, o primeiro deles era o por que eu tinha perdido toda minha família? Por que eu precisei lutar tanto se no final das contas eu terminaria sem família, sem amor e sem o mínimo de felicidade?

Apesar de tudo e de todos os questionamento, eu ainda era grata por ter Ian, que praticamente parou sua vida para me apoiar e cuidar, se não fosse ele, não sei se teria sobrevivido durante esses dias.

Além disso, durante esse período entendi que eu não tenho mais nada e nem ninguém a perder, não acreditava que o sol pudesse brilhar pra mim em New York, aqui eu seria sempre a acompanhante de luxo e apesar de não ter vergonha, não era o que eu desejava continuar sendo, por isso, a ideia e o desejo de recomeçar em outro lugar me faziam cogitar a possibilidade.

Após o final de semana em que conversei com Ian sobre a possibilidade, entendi que apesar dele me querer bem, ele não achava que eu devesse sair dali agora, mas não era, para mim, uma possibilidade ficar, eu já vinha de muitas batalhas e não queria ter mais uma ao dizer que queria ir embora, então fingi que o assunto havia morrido, mas a verdade era que a ideia estava mais viva do que nunca dentro de mim.

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Era quarta-feira, esperei que Ian saísse para trabalhar e assim que ele saiu, comecei a me aprontar, tomei um banho, organizei algumas coisas necessárias, deixei um bilhete para ele e sai de sua casa por volta das 10h, caminhei até um ponto de táxi próximo a região e pedi que me levasse até o meu apartamento e assim que cheguei, comecei a organizar rapidamente algumas malas com roupas e poucos objetos pessoas essenciais para mim, assim que estava tudo pronto, peguei meu notebook e comprei a primeira passagem que me levasse para longe dali mais rápido possível.

Me permiti olhar cada cantinho da minha casa uma última vez, lembrando que quando vim para New York vim trazendo em minha mala a esperança de um tratamento para minha avó, a esperança de um futuro melhor para mim e de uma vida melhor para nós duas, mas agora a mala estava cheia de tristeza, frustração e dor, muita dor.

Caminhei por cada cômodo lembrando de cada dificuldade e de cada momento, mas ao sair dali, não me permiti olhar para trás, não sei se me permitiria algum dia.

Novamente, chamei um taxista, que me ajudou com as malas e após, seguiu rumo ao prédio de Ian novamente, onde deixei um envelope com o porteiro e segui em direção ao aeroporto. Enquanto estava a caminho, observava da janela do taxi a cidade, e silenciosamente me despedia, não sabia se um dia eu retornaria a essa cidade que eu tanto amei e tanto me feriu, mas me obriguei a fazer uma promessa: se os meus pés tocassem essa cidade novamente, seria através de uma nova Anahi e não da que eu estou deixando para trás.

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Oioi, como estão? Espero que bem!

Me contem o que estão achando da história e curtam bastante. 

Um beijo.


THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora