Capítulo 6

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Alfonso

Se Ian não tivesse entrado em minha sala naquele momento, não sei o que seria capaz de fazer com aquela mulher irritante. Como assim ela me diz não? Estou dizendo que vou pagar pelo seu trabalho e ela ainda me diz não?

- você precisa entender que não é desse jeito que vai conseguir os serviços de Anahí - Ian falou

- eu não deveria nem ter te dado ouvidos, não preciso de uma prostituta pra transar - falei irritado - além disso, se eu estalar os dedos eu posso transar com quem eu quiser

- ora, ora. Então vai transar, Alfonso, bater uma punheta, qualquer coisa, desde que você pare de ser tão ranzinza. Quando falei de Anahi a ideia era te ajudar, não era você quem queria sexo sem compromisso? Ela era a oportunidade perfeita, mas nem isso você consegue fazer.

- ela não quis ouvir meus termos - falei alto

- você realmente nunca esteve com uma acompanhante né? - Ian questionou - Anahi trabalha por conta própria, Alfonso, ela não vai sair por aí aceitando termos de clientes.

- ótimo, você deixou pra me falar isso só agora? - sorri sem humor - foda-se também! Sai da minha sala, tenho mais o que fazer. - Ian jogou um cartão em minha mesa, virou as costas e saiu.

Assim que peguei o cartão vi que tratava-se do cartão da mulher que havia saído da minha sala ainda pouco "Anahi Portilla". Tirei uma foto do cartão e enviei para a segurança, queria saber mais informações sobre aquela mulher, ela não me daria, eu arrancaria e assim seria.

Apesar de não querer, eu precisava de uma mulher racional e que não se envolvesse para conseguir fazer com que minha mãe e irmã parassem de encher meu saco e por isso eu voltei atrás.

- Nina - falei com o telefone nos ouvidos - ligue imediatamente para a segurança e impeça a saída da Srta. Anahi Portilla do Edifício, peça para ela retornar a minha sala - falei - rápido! - desliguei o telefone e fiquei esperando impacientemente

Esperei alguns minutos até que a porta da minha sala se abriu com mais força do que o normal, eu sabia que não era Nina, mas confesso que imaginei quem fosse pelo perfume que havia sentido a pouco em minha sala

- o que você quer? - ela falou entrando na sala

- conversar - disse me levantando e indo até ela - sente-se, por favor - ela me olhou de rabo de olho, respirou fundo e sentou na cadeira a minha frente pela segunda vez no dia 

- olha, eu já disse que não dá pra trabalhar pra você! Você claramente não sabe... - interrompi a mesma

- me explique - pedi - me diga como funciona, pois confesso que nunca estive com uma garota se programa ou acompanhante, não conscientemente, nunca precisei e agora preciso

- por que precisa? - questionou - eu preciso saber onde estou me metendo, não me entenda mal, mas se você for casado já presumo que não será para um evento e nem coisa do tipo - falou me encarando

- eu não sou casado - respondi sério - eu apenas preciso fingir estar com uma única pessoa, pois tenho saído com muitas mulheres e minha família não está contente com isso - vi ela assentir

- quanto tempo seria? - perguntou

- cerca de 3 meses, acredito que seja mais que suficiente - falei pensando que não fazia ideia do quanto tempo seria suficiente

- encontros diários? Semanal? - ela passou a fazer anotações em uma pequena agenda que não percebi estar em suas mãos

- diário - respondi sem pensar duas vezes

- eu cobro adicional se precisar dormir fora de casa e em caso de viagens. Nesses casos, eu cobro 300 dólares a mais - falou me entregando um papel retirado de sua agenda - esse é o valor final, caso você esteja disposto a pagar - falou em tom de desafio

Analisei o papel em minha frente e esse tempo todo ela estava fazendo cálculos. Interessante.

- 40 mil dólares? - questionei rindo - te adiciono mil dólares a mais caso você precise dormir fora - disse olhando para ela, vendo ela sorrir novamente como se me desafiasse - temos um acordo?

- temos! - ela disse apertando minha mão

- ótimo! - falei ainda segurando sua mão macia e gostosa - preciso de seus dados, irei mandar redigir um contrato para deixarmos tudo as claras

- você já tem meu nome completo e meu número de telefone - falou apontando para o cartão em sua mesa - Se for necessário, peça a pessoa responsável pelo contrato para entrar em contato comigo - falou levantando-se - preciso ir! Até breve, Alfonso.

Aquela mulher saiu da minha sala e só então eu percebi que havia ficado duro apenas por toca-la. Ao menos dessa vez eu havia conseguido o que queria e não seria somente sua mão o lugar em que eu colocaria as minhas mãos.

THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora