Anahí
Alfonso, apesar de doente, estava cheio de graças e eu gostava das graças dele, porque dessa maneira, a situação ficava mais leve e eu até gosto mais dessa versão Herrera de ser.
O problema é que, apesar de não brigar, não falar e não tratá-lo mal, ainda não havia esquecido tudo que tinha acontecido, e meu subconsciente não quer que eu esqueça, porque a todo momento ele tava ali me lembrando de cada uma das ofensas proferidas e dos olhares de julgamento, mas é como dizem, quem bate esquece, quem apanha não, então como eu poderia esquecer?
E foi por isso que eu reuni as minhas forças e sai da cama em busca de almoço para Alfonso, mas antes passei no banheiro e joguei uma água gelada no rosto, a proposta de trégua fresca no ar, a lembrança do abraço e a cara de enfezado dele me fizeram sorrir.
Acabamos os dois almoçando na imensa sala de jantar daquele apartamento, Alfonso comia um caldo e eu uma salada, ambos em silêncio até o barulho do sapato de Maite nos interromper
- Anahí - falou sorrindo - como é bom revê-la! - caminhou até onde eu estava e me abraçou apertado
- Olá, Maite. É bom te ver também! - falei levantando para abraçá-la
- vim ver meu irmão doente e que não se dignifica a me enviar uma mensagem para falar que tá mal, mesmo sabendo que eu estou por perto - falou enquanto abraçava Alfonso - está melhor? - perguntou
- sim, Mai. Eu tô bem! - respondeu com cara de tédio
- que ótimo então - falou sorridente - e como todos estão bem, vim convida-los para irmos ao hamptons. Vamos? - perguntou
- Maite, essa época do ano é péssima para irmos para lá, está ficando frio - respondeu Alfonso
- justamente por isso, está ficando, não fomos nenhuma vez juntos esse ano, Anahi não conhece e além disso eu quero apresentar uma pessoa a vocês - falou incerta - por favor, vamos amanhã e vocês voltam no domingo, mamãe está super animada!
- que pessoa? - perguntou elevando a voz rouca
Sorri mentalmente lembrando do que Ian havia me falado, ele e Maite estão juntos, então só pode ser ele.
- você vai saber se for - deu de ombros - me ajude, Anahi, convença esse rabugento!
- vamos ao Hamptons, Alfonso. Vai ser ótimo, tenho certeza! - falei encarando-o apenas para ver ele respirar fundo
- tudo bem, vamos ao Hamptons!
Maite se atracou no pescoço de Alfonso enchendo ele de beijos e eu sorri com a cena, logo depois ela veio até mim e me abraçou mais uma vez
- se eu soubesse que era só você pedir, teria conversado diretamente com você!
- nada de conversa nas minhas costas. Você já conseguiu o que queria!
- sim, porque eu tenho o melhor irmão e a melhor cunhada. Vocês são demais! - falou empolgada - então, nos vemos amanhã por lá, eu tenho que voltar a empresa agora. Beijos - saiu mandando beijos no ar
Terminamos de almoçar e eu fui até o quarto disponibilizado para mim, fiz minha higiene e decidi que deitaria um pouco, havia tempos que eu não ficava tão ociosa como estava, então iria aproveitar pra descansar.
Deitei-me e fechei os olhos, havia deixado a porta aberta, ainda estava de olho em Alfonso para caso ele não se sentisse bem, mas aparentemente ele perdeu a noção de espaço pessoal, já que ele simplesmente deitou-se ao meu lado e me puxou para ele
- o que você está fazendo? - perguntei abrindo os olhos e sentando na cama para olhá-lo
- eu te convidei para ficar comigo, você não quis, disse que era território proibido apesar de ter te convidado, mas não disse nada sobre esse espaço aqui, então eu vim deitar com você e eu estou doente - respondeu fechando olhos
- Alfonso... - dei um tapa em seu braço - isso aqui não é certo - falei obrigando ele a olhar para mim
- Anahi, estamos em trégua - respondeu dando de ombros - eu só estou ao seu lado, não tem nada demais nisso.
- claro que tem! - bufei - você quer que eu saia, é isso? - questionei
- não, Anahi. Eu quero que você fique! Não tem nada de errado. Eu quero sua companhia.
Depois de analisar Alfonso que me olhava nos olhos, deitei novamente sobre a cama e fiquei encarando o teto, ele fazia o mesmo
- qual seu problema com ir ao Hamptons? - questionei quebrando o clima
- nenhum - respondeu - eu só não tenho interesse em conhecer nenhum namorado de Maite - disse em seguida
- você tem ciúmes da sua irmã? - questionei virando para encarar Alfonso que fez o mesmo
- não! - disse seco pegando uma mecha do meu cabelo para enrolar no próprio dedo
- você tem ciúmes! - afirmei - e eu acho uma graça.
Alfonso me puxou novamente para próximo dele, fazendo nossas testas colarem uma na outra
- você é uma graça! - disse dando um beijo em minha testa e me aninhando em seu peito e me deixando completamente confusa.
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THE ESCORT
FanficOntem quando saí da cama osol caiu no chão e rolou pela grama as flores decapitaram a si mesmas a única coisa viva que sobrou foi eu e eu já não sei se isso é vida.