Capítulo 17

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Anahí

Cai no sono e quando acordei estava tudo muito silencioso, levantei-me e não encontrei Alfonso pelo apartamento, pensei que seria um bom momento para ir para casa, mas ele acabaria dando um jeito de ir atrás de mim e me traria de volta a força, desisti da ideia, cumpriria com o combinado.

Caminhei até a cozinha e tomei um copo d'agua e logo voltei a admirar a cidade através da parede de vidro que ele tinha em sua imensa sala de estar. De todos os locais que conhecia do apartamento, aquele sem sombra de dúvidas era o meu favorito, mas minha paz não durou muito tempo, porque seja lá onde quer que ele estivesse, ele havia voltado.

- Preciso que faça um exame – ouvi ele dizer

- Só marcar – respondi

- Estou falando de um exame de DST – falou novamente, sendo repetitivo pra variar – nós transamos sem camisinha - lembrou. Suspirei pesadamente e virei-me encarando Alfonso que estava a uma distância segura

- Tudo bem. É só marcar! – respondi em meio a um sorriso – engraçado você só lembrar disso depois de termos transado sem camisinha, mas só para refrescar sua mente não é só com penetração que se pega DST. Ontem você me chupou, não sei se consegue ser capaz de lembrar. Além disso, você vem me beijando algumas vezes e nem parece se importar, seguimos trocando fluidos –sorri - e pra fechar com chave de ouro, hoje você entrou em contato com meu sangue, quando fez o favor de fazer essa merda aqui – falei apontando para a minha boca – se você faz tanta questão de um exame, eu te dou, mas lembre-se de todas as possibilidades de pegar uma doença. – Eu estava prestes a fazer o caminho de volta para o quarto, mas retornei para deixar meu último recado – e da próxima vez que você me machucar desse jeito, cuidado para não acabar tendo seu lindo rostinho todo arranhado.

Voltei para o quarto e bati a porta com força, deixando clara a minha insatisfação.

Naquela noite não houve mais discussões, eu não sai mais do quarto e ele não veio me procurar, Graças a Deus, o que contribuiu para minha noite tranquila de sono.

No dia seguinte, acordei com alguém tossindo e me deparei com um Alfonso parado em frente a cama em que eu dormia

- O que você quer, pelo amor de Deus? – perguntei sentando-me na cama

- Bom dia, bela adormecida. Eu mandei trazerem roupas para você – falou apontando a cabeça para as muitas sacolas que estavam na poltrona que tinha no quarto – arrume-se, vamos ao escritório.

- Na verdade, eu vou para minha casa e você vai para o escritório, você é o grande empresário, eu não tenho nada para fazer lá – respondi irritada por ter sido acordada pra isso

- Anahí, você não vai pra casa. Eu gostaria que ficasse aqui durante o tempo em que precisarei dos seus serviços, é uma das coisas nas quais preciso conversar com você. Então, tire isso de "eu preciso ir pra casa" de sua cabeça – falou imitando a minha voz e sorrindo em seguida

- Nem nos seus melhores sonhos eu irei morar aqui durante três meses – respondi – eu não gosto de estar perto de você.

- Que ótimo, eu também não, mas isso são ossos do seu ofício. Eu aumento o valor, se for necessário. Agora, querida, arrume-se precisamos sair.

Alfonso saiu do quarto e me deixou igual uma idiota sentada na cama. Eu não queria voltar ao império dele, mas lá estava eu atendendo mais um de seus pedidos e me arrumando para ir com ele.

Caminhei até a sala de jantar e vi Alfonso conversar com o que parecia ser uma governanta, adentrei devagar sem querer interromper e a mulher sorriu para mim assim que me viu

- Anahí – me chamou – essa é Miranda, ela trabalha aqui há anos e é de minha total confiança.

- É um prazer conhecê-la – a senhora timidamente me cumprimentou

- Igualmente – sorri em retribuição.

Ela saiu da sala de jantar e eu me sentei para tomar o café da manhã com Alfonso, a mesa era farta e tinha diversas opções, mas peguei apenas um café preto, me senti ser observada, mas não liguei, aproveitei para sentir o café quentinho e gostoso

- Você pode comer à vontade, Anahí – respondeu enquanto também tomava seu café – não estou controlando sua comida – respondeu sorrindo e naquela manhã eu havia decidido que eu gostava do sorriso dele, já que era a segunda vez que essa proeza acontecia.

- eu sei – respondi – mas não gosto de exagerar, tenho que manter meu físico – falei tomando o último gole do café

- ah, seu físico está excelente, pode ter certeza disso – respondeu levantando da mesa – vou pegar uma pasta e se já tiver terminado, podemos ir – falou enquanto olhava o relógio em seu pulso, eu apenas assenti e vi ele sumir

Caminhei até a sala de estar e chamei o elevador, enquanto esperava, Alfonso se aproximou de mim e eu consegui sentir o cheiro de sua colônia, era um cheiro gostoso, ele me encarou por um momento, mas rapidamente olhou para a caixa de metal que seguia parada em nossa frente, mas assim que o elevador apitou indicando sua chegada, vi as portas se abrirem e uma mulher estava lá dentro, ela sorriu

- Perla, o que faz aqui? – perguntou Alfonso

- Bom, eu estava correndo no parque como ontem quando nos esbarramos e pensei, por que não fazer uma visita? – sorriu - Percebi que ainda tenho autorização para subir como nos velhos tempos e aqui estou. Atrapalho? – questionou

- Bem... – Alfonso coçou a nuca

- É que nós já estávamos de saída – respondi – não é querido? – falei puxando Alfonso para dentro do elevador – estamos um pouco atrasados hoje

- Perla, essa é Anahí, minha namorada – falou enquanto eu direcionava o elevador até a garagem – Anahí, essa é uma amiga – respondeu pálido

- É um prazer, Anahí. – disse seca e eu apenas assenti

O elevador que estava no 20º andar demorou uma vida para chegar até o térreo, o silencio era tanto que eu conseguia ouvir nossas respirações, assim como notava a troca de olhares entre Alfonso e a mulher que havia aparecido de supetão.

Assim que o elevador chegou ao térreo, percebendo que Alfonso era mais bundão do que eu imaginava, tomei as rédeas da situação

- Perla, não é? – falei assim que o elevador chegou à portaria – É sempre de bom tom questionar se a sua presença será bem-vinda naquele dia, horário e ano antes de aparecer na casa das pessoas às 07h da manhã, de toda forma, foi um prazer conhecê-la, agora precisamos ir – falei segurando a porta do elevador para que ela pudesse sair

- Claro. Erro meu! Alfonso, vamos combinar aquele jantar que conversamos ontem – disse sorrindo e apoiando a mão sobre o peitoral dele. Foi ótimo revê-lo, vê se não some – deu um beijo em seu rosto enquanto me fuzilava com os olhos e saiu do elevador.

Nenhuma outra palavra foi dita depois daquilo.

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Oioi, pessoal. Como estão? Espero que bem :)

Passando pra desejar um feliz ano novo, que 2024 seja maravilhoso.

Teremos mais capitulos hoje ainda, comentem bastante e votem também.

Um beijo!

THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora