Capítulo 32

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Alfonso

Maite plantou coisas em minha cabeça, o que me fez avaliar as minhas próprias atitudes durante todo o dia. Eu não acreditava estar apaixonado por ela, não me apaixonava por ninguém há uma vida, não era possível.

A noite veio e eu havia programado um jantar para que nós pudéssemos conversar e passarmos um tempo juntos, não queria que Maite desconfiasse de nada, mas o jantar serviu também como uma ótima desculpa, já que ela estava tentando nos convecer a ir para uma balada com Ian. 

Ouvi passos no andar de cima e assim que direcionei meus olhos ao topo da escada, pude ver Anahi, ela estava muito bonita. Deus, será que era possível ser tão linda? Ela estava um vestido que parecia ser de seda e marcava cada pedaço do seu corpo curvilíneo, senti meu corpo esquentar assim que ela terminou de descer as escadas e para tentar me controlar, virei o uísque em meu copo de uma só vez.

Com a confirmação de que estava pronta, coloquei as mãos possessivas sobre a cintura dela e guiei até o carro, o perfume dela me inebriava enquanto eu dirigia e sentia vontade a todo momento de tomá-la para mim ali mesmo.

Assim que chegamos onde minha lancha ficava atracada, Anahi fez uma piadinha, que deixei passar pois Petter imediatamente nos abordou pra dizer que estava tudo pronto, não queria levar Anahi em um restaurante convencional, pois realmente queria conversar com ela, então contratei uma equipe para preparar nosso jantar que aconteceria a bordo da lancha.

Enquanto serviam nosso vinho, percebi que Anahi quase nunca bebia, era raro e me vi curioso para saber o por que, mas não perguntei, me limitei em apenas questionar se ela não beberia, e recebi apenas uma resposta seca. Coloquei uma música para melhorar o clima e para que pudessemos relaxar, mas aparentemente não funcionou, ela parecia estar na defensiva  a todo momento.

Tentei conversar, pedi para que ela falasse mais sobre ela, mas também não funcionou, ela se limitou a dizer o básico, o que eu já sabia.

- essa parte eu já sabia, você já tinha falado, mas e quanto ao que gosta de fazer, quanto aos seus hobbies - questionei, tentando conseguir mais dela.

- não me entenda mal, Alfonso, mas há alguns anos eu não tenho tido tempo para hobbies, minha prioridade é a minha avó e tudo que eu faço é trabalhar pra manter a qualidade do tratamento que ela recebe. Então, não tenho muito tempo para outras coisas, quase sempre estou exausta e quando não estou, ou estou na academia, ou estou lendo algo que eu goste - respondeu - mas e quanto aos seus hobbies e a sua vida? - perguntou mudando o rumo da conversa

- quanto a minha vida - pensei - é isso que você vê, muito trabalho, muito estresse e alguns hobbies como correr, nadar, enfim - respondi sem rodeios

- não, Alfonso, assim não vale. Você respondeu de forma superficial, como se tivesse fugindo da minha pergunta - sorri pra Anahi, pois era exatamente o que ela estava fazendo.

- você também - dei uma piscadinha - achei que te trazendo aqui e ficando a sós com você pudéssemos ter mais assunto e que você fosse ficar mais a vontade... - falei a verdade enquanto bebia meu vinho

- você me confunde - Anahi respondeu olhando para a mesa - o último mês ao seu lado foi o inferno, lidar com você estava sendo insuportável porque você decidiu que me tratar mal seria ok, mas nos últimos dois dias você mudou completamente e mesmo com sua mudança você tem rompantes que me confundem, uma hora me trata bem e na outra não mais. Então, é meio difícil ficar a vontade ao seu lado, principalmente quando não sei qual versão sua eu irei encontrar.

Digeri a informação enquanto continuava bebendo vinho. Certo, eu não sou a pessoa mais fácil do mundo, eu sei que fui terrível com Anahi nos últimos tempos, mas os meus rompantes nada tem a ver com ela, ou tem, com o fato de desejá-la o tempo todo, de querer senti-la o tempo todo, mas fui honesto ao propor uma trégua e no que dependesse de mim assim seria. 

THE ESCORTOnde histórias criam vida. Descubra agora