Nosso carro dirigia-se sobre o pôr do sol, estávamos viajando a horas pela estrada isolada entre a floresta, entretanto era a única que nos levaria até o nosso destino... Já havia tido sonhos com esse lugar, mas jamais pensaria que era tão belo de ver-se pessoalmente, o ar puro das árvores ao redor sempre foi algo que eu queria sentir.
Coloco a minha cabeça para fora da janela, era tudo tão pacífico... Consigo ver os pássaros voando para os seus ninhos a essa hora do dia, o céu estava em tom um tanto rosado e alaranjado, poderia enxergar as montanhas com seus picos de neve sobre elas ao longe. Realmente... Parecia um dos meus tantos cenários imaginários, e agora, era real.
- Não pensei que fosse demorar tanto assim para chegarmos...
Meu pai, Ethan, tenta puxar algum assunto, não erámos tão bons nisso, mas já aceitávamos o fato de nós dois fazermos o estilo calado, ao menos isso concordava que tinha puxado dele. Seu sorriso era um tanto inquieto ao esperar a minha resposta, retribuo com uma expressão de compreensão...
Sabia que seria difícil criar um vínculo com ele, já que vivemos afastados por tantos anos após a sua separação de minha mãe... Acho que isto aconteceu quando eu tinha cinco anos de idade. Meus pais nunca chegaram a achar outro par para conviver com eles, um padrasto ou madrasta para mim, mesmo vivendo separados.
Minha guarda havia ficado com a minha mãe, enquanto meu pai mergulhou no seu emprego durante todos estes anos, esquecendo-se de mim, isolando-se em um apartamento por muitas vezes, outras fazendo viagens incessantes, mas sempre estava longe. Agora, estavámos sendo obrigados a criar um vínculo, mesmo que eu já fosse de maior, concordei em morar com ele aqui, pois Ethan ainda era a minha família.
- Sim... Talvez nós deveríamos ter saído um pouco mais cedo, junto com o caminhão da mudança...
E. - Você sabe Luna, sua avó insistiu para uma despedida com a família, pelo menos ficamos para o tão "esperado" almoço.
Ele fala entre risos, também não consigo conte-los. Os almoços em família eram sempre fatídicos por chamarem mais pessoas do que o necessário, principalmente nesta ocasião de despedida. Mas desta vez, nem todos estavam presentes...
Olho para baixo, não queria apresentar tristeza, mas não teria como ao pensar que a pessoa que eu mais amava não poderia mais participar desses eventos...
E. - Ei, querida... Não precisa ficar triste, a comida da sua avó não é tão ruim assim...
- Não, desculpe, mas não é esse o motivo...
Encaro outra vez a paisagem passando ao redor sobre os vidros abertos do carro, isso me acalmava, deixando o meu choro engolido em meu peito.
- Eu.. Acabei lembrando-me dela...
Vejo-o segurar o volante com uma de suas mãos, passando a outra em minhas costas, tentando reconfortar-me gentilmente... Mas acho que ele realmente nem ligava para isto.
E. - Eu também sinto falta de sua mãe, mas lembre-se, estamos realizando o seu desejo nos mudando para cá... Portanto, apenas temos de nos alegrar por isso.
Concordo com a cabeça, isso deixa-me feliz, mas sabia que ele não ligava mais para ela. Violett, minha mãe, havia falecido a alguns meses, ninguém poderia esperar por isso, apenas por um homem embriagado e uma vida é ceifada...
Minha mãe sempre teve o desejo de viver em um lugar livre, cercado de árvores, isolado do mundo, o qual pudesse trazer a paz que ela tanto buscava... E que agora eu espero que ela tenha alcançado aonde quer que esteja...
E. - Anime-se! Estamos quase lá, apenas mais alguns minutos, querida.
- Eu estou gostando da viajem, ela sempre teve bom gosto, não é?
E. - Sim, sempre...
Andamos por mais alguns quilómetros com o carro preto, até chegarmos no momento em que nos desviamos da estrada principal, a qual era asfaltada, entrando a direita em um caminho de terra, quase escondido entre a natureza.
Somos forçados a ligar os faróis do carro, pois dificilmente o sol entrava por meio as folhas dos pinheiros, talvez fosse por estar quase de noite, mas não imaginei que fosse tão escuro assim.
E. - Veja Luna!
Meu pai aponta para uma casa ao longe, meu coração palpita ao observá-la cada vez mais de perto. Eu já estava apaixonada apenas por tê-la visto por fotos, mas agora parecia tão real, nosso novo lar.
As luzes em seu interior já estavam acesas, os homens que havíamos contratado para realizar a mudança já deveriam ter descarregado e organizado os móveis, mas não encontravam-se mais aqui.
O carro é estacionado um pouco a frente ao caminho da cabana, o sol já havia se posto, apenas a iluminação que vinha daquele lugar guiavam o nosso trajeto agora. Fecho a porta do carro e tento observar a paisagem mesmo estando de noite, de qualquer forma eu me sentia encantada pelo local.
Ethan joga suas chaves do carro em minha direção, pego-as no ar quase acertando o meu rosto.
E.- Não esqueça de fechas as portas!
Ele fala dando uma risada debochada, dou um sorriso e ao mesmo tempo uma expressão de raiva ao vê-lo já na porta da cabana, entrando na mesma. Viro-me para a porta e apenas passo a chave para trancar todas de uma vez.
Coloco-a em meu bolso e quando viro-me para trás para observar as árvores novamente, vejo um vulto de um corpo! Fecho os olhos e passo minhas mãos rapidamente neles para ter certeza de que aquilo fosse real, mas não havia nada mais ali...
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Jeff The Killer & A Garota Da Cabana
Fanfiction๑Dark Romance๑. +18 Uma nova esperança ascende-se entre as árvores obscuras... Em busca por uma vida reanimada após uma fatídica tragédia. Tudo parecia ser tão perfeito, o ambiente tornava-se cada vez mais pacífico com a brisa do isolamento. Mas to...