CAP. 82 - Ruídos Atormentadores

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A lua me escutaria mesmo com o sol ocupando lentamente o seu lugar...? Não... Agora não tenho para quem implorar, ninguém irá me ouvir aqui, estou perdida...

Corro entre as raízes expostas sobre o chão úmido pela névoa, era quase impossível não cair entre as elevações na terra...

Eu sentia... Sentia Slender atrás de mim, mesmo ele não tendo olhos, sentia-os grudados em minhas costas, guiando cada passo que eu dava.

Era a segunda vez que passava minhas mãos por meu nariz... Sangue, muito sangue sem razão alguma, misturando-se com o meu suor...

Quando Liu me raptou aquela noite, não tive tempo nem de trocar a minha roupa... Tudo ficava ainda pior por estar correndo com um bikini ridículo em meu corpo. Ao menos quando Jeff me tirou daquela cova, retirou a sua blusa e colocou sobre mim.

Mas o frio junto ao medo... Era a pior sensação que eu poderia sentir agora. Não quero morrer, não, por favor...

Quantas vezes devo pensar isso hoje? Quantas vezes terei de fugir..? Esse monstro não poderia apenas me deixar em paz depois de tudo o que eu passei?

Avisto entre as árvores um pequeno caminhão de carga, mas parecia estar completamente abandonado, com os pneus rasgados e furados. Sua janela estava trincada, mas havia uma folha dependurada nela.

Arranco a página e abro a porta do caminhão, em busca de qualquer coisa que fosse me proteger nessa floresta maldita. Na folha havia o desenho do homem alto e face pálida, com seu terno preto, mas com várias crianças feitas de palito correndo a sua volta entre os esboços de pinheiro.

Meus olhos correm no banco empoeirado do veículo abandonado, nada... Abro o porta-luvas, haviam alguns papéis velhos e uma lanterna trincada! Seguro o objeto e saio do caminhão, torcendo para ainda ter o mínimo de luz naquilo.

Sim, estava com sua lente quebrada, mas funcionava um tanto falha. Saio correndo dali ao ouvir os galhos se quebrarem um tanto próximos... Talvez eu fosse morrer de medo.

- Jeff... Eu preciso de você..!

Falo enquanto corro com as três folhas em minhas mãos e uma simples lanterna. O ar congelava cada vez mais ao amanhecer lento do dia...

Mas parece que chego ao limite da floresta, o qual era bloqueado por um enorme muro de grade cruzada, com arames farpados por cima. Não havia como pular, pois era enorme.

Agora corro ao lado da grade sem fim, tendo a esperança de que acharia um portão ou algo do tipo... Mas o que encontro era mais uma folha velha e rasgada em suas bordas sobre o muro.

"Não olhe, ou isso leva você...", alguns calafrios passam por meu corpo ao ler aquele aviso infame com o desenho de Slender feito ao lado da frase ameaçadora, com vários rabiscos em sua volta...

Já aprendi que não devo olhar por conta própria, ou então eu iria ter um infarto. Ainda sem rumo, ainda correndo, entretando já achei metade dessas folhas desgraçadas... 4 de 8.

Isso, vejo a grade terminar! Mas ruídos começam a xiar atrás de mim, não! Não olhe, Luna! Faça o que fizer, mas não olhe, continue correndo!!

Deus, ele vai me pegar, ele está colado em mim!

Jeff The Killer & A Garota Da CabanaOnde histórias criam vida. Descubra agora