CAP. 48 - Machados Repentinos

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Jeff:

Enxugo o seu corpo colocando sobre o vaso, Luna não aparentava sentir dor, apenas cansaço... A última coisa que eu queria era ir naquele maldito vilarejo outra vez.

- Você está bem?

Ela me encara um tanto confusa, como se estivesse surpresa com a minha pergunta. Eu realmente passava esse ar de ignorante?

- Eu.. Acho que estou bem...

- Não sentiu nada de diferente em seus pontos?

- Não, deve estar tudo no lugar...

Passo a toalha por seu corpo, observando aquele corte cicatrizando aos poucos em seu estômago... Jamais pensaria que ela tivesse algum ferimento assim que não fosse eu a causa.

Seus cabelos brancos estavam úmidos por seus seios, Luna nada dizia enquanto eu a enxugava... Apenas sinto sua mão passar por meu rosto, acariciando as minhas cicatrizes enquanto estou agachado em sua frente.

- Não importa quantos socos você me dê, eu gosto de você...

- Olhe para mim.

Falo segurando a sua outra mão, fazendo-a colocar seus dedos por minhas cicatrizes, ela tinha que sentir todo o peso daquilo que eu sou.

- É lindo...

- É o rosto de um matador.

- Você cuidou de mim...

- Minha presa só morre quando eu quero.

- Então espero que demore mais um pouco...

- Se a minha comida não matar você antes...

Qual era o problema dessa mulher? Talvez estivesse muito cansada depois do que acabamos de fazer no chuveiro... Não era possível ela gostar disso!

Não era possível ela gostar de mim depois de tudo... Eu sou um monstro.

Seguro ela em meu colo e a levo até a cama. Já estava anoitecendo sobre a vidraça acima de nós e era evidente que Luna estava indisposta.

- Durma e tente pensar direito.

- Eu já pensei muito... Quero você perto de mim.

- Você não tem opção quanto a isso, mas se tivesse... Seria a decisão errada.

- Foda-se.

Ela vira-se para o outro lado da cama, escondendo-se entre os lençóis. Porra, estou ensinando os costumes mais errados a ela...

- E deixe um cigarro na cômoda...

- Ok.

É, ela já estava perdida comigo por perto... Não sabia até quando iria conseguir manter isso, sinto que Luna estava entre a vida e a morte ao meu lado...

- Vá dormir...

Falo enquanto dou um pequeno beijo em sua cabeça, fazendo ela se encolher ainda mais na cama... Como eu poderia não me afeiçoar a essa praga?

Encosto a porta do quarto e a deixo dormindo, pensando nos tantos pesadelos que ela poderia ter comigo... Outro motivo para Luna não gostar de mim.

Desço até o primeiro andar e vou para o meu quarto, queria pegar algumas armas que deixei dentro do guarda-roupa e sair um pouco daqui.

Ao menos antes que ela acordasse eu voltaria... De alguma forma meu corpo precisava descontar esse ódio acumulado em alguém, não queria que fosse em Luna...

No início era muito mais difícil segurar a raiva, mas agora tenho pelo menos o mínimo de controle sobre isso. Porém, não por muito tempo...

Abro as portas do armário e pego um enorme machado com o cabo em ouro. Mesmo com algumas manchas de sangue, não perdia a beleza.

Vou até a entrada para o porão na cozinha enquanto carrego o machado por meu ombro esquerdo, logo saindo em direção a floresta...

Mas assim que coloco os pés sobre a terra, sinto algo muito errado, principalmente o cheiro... Havia alguém aqui.

Eu estava disposto a começar a revirar todo aquele lugar, mas apenas miro a minha cabeça para um banco sobre as árvores próximas e vejo um idiota sentado sobre ele.

- Calma cara, sou só.. Eu.

- O que você quer aqui, porra?!?

- Só.. Conversar?

 Conversar?

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Jeff The Killer & A Garota Da CabanaOnde histórias criam vida. Descubra agora