CAP. 98 - Um Pouco de Gentileza

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Notas da autora:

Música acima- Going Under, Evanescence (linda demais para essa história).

Oii galera, andei meio afastada das histórias, mas tudo é culpa do meu fone de ouvido que quebrou (não consigo escrever sem música, me desculpem ; -;). Mas hoje já consegui um novo e bora continuar essa história maravilhosa!

Quanto a história do Brahms, vou tentar retomar ela amanhã! Obrigado por serem pacientes.

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Eu estava em seus braços, já poderia ver a silhueta da cabana ao longe, as gotas de chuva ainda caiam sobre nós e muito provavelmente eu iria pegar um resfriado.

Minhas costas doíam um pouco pela posição que ficamos sobre o chão duro, mas Jeff parecia não ligar para nada.

- Está cansada?

Apenas para mim...

- Estou quase fechando os olhos...

- Eu esqueci como é dormir.

- Você realmente não consegue?

- Talvez eu seja incapaz depois de tudo o que faço.

Momentos de silêncio nos acompanham até a cabana... Estávamos indo pela sua retaguarda, Jeff caminha sobre o lago minúsculo o qual ficava atrás da casa.

Sinto meus olhos se fecharem cada vez mais, meu corpo estava fraco e eu tremia sem poder me controlar

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Sinto meus olhos se fecharem cada vez mais, meu corpo estava fraco e eu tremia sem poder me controlar. Calafrios me consumiam e encolho o meu corpo ainda mais nos braços de Jeff...

....

Abro os olhos, sentindo o meu corpo quente e aquecido por cobertas. Olho para cima e vejo as estrelas através das vidraças e galhos de árvores.

Eu estava com uma enorme blusa branca de Jeff em meu corpo, talvez uma das únicas que não estivesse suja de sangue... Ele havia cuidado de mim antes de dormir, até os meus curativos estavam limpos.

Espreguiço o meu corpo, mas sem sair de baixo das cobertas. Logo giro para o lado, indo para a outra parte da cama, entretanto sinto encostar em algo...

- Bom dia branca de neve, apagou legal hein.

- Mas é de noite...

Cubro a minha cabeça em seguida, ignorando a risada provocativa de Jeff...

- Quer ver um filme comigo?

- Hmm... Não sei.

Minha voz era cansada e sonolenta, apenas tinha mais vontade de dormir.
Viro para o outro lado novamente, fechando os olhos, mas sinto as mãos de Jeff me puxarem.

- Fique comigo...

Quando percebo já estava com o rosto encostado no seu peito, ele era um tanto frio mesmo em baixo das cobertas. Dou um abraço em sua cintura, apertando o seu corpo contra o meu.

- Eu trouxe mais pizza... Você gostou bastante da última vez.

- Como você vai até a cidade tão rápido?

- Conheço toda essa floresta, todos os atalhos... Ir pela ferrovia é o caminho mais rápido, caminhos abertos e trilha feita.

- Isso não explica você correr igual um..

Dou uma pausa, sem saber com o que comparar Jeff...

- Um assassino?

- É... Um assassino...

Fico remoendo isso em minha cabeça, observando Jeff levantar da cama e andar até o meu lado.

- Vamos comer aqui ou lá em baixo?

- Vamos descer.

Jeff passa as suas mãos por baixo do meu corpo, lavantado-me junto com as cobertas. Logo as luzes acesas do corredor invadem a minha visão.

Descemos as escadas e encaro Jeff, observando que ele tinha manchas secas de sangue espalhadas pelo corpo, mas sinceramente, eu nem ligava mais...

Ele me deixa sentada sobre o sofá e caminha até a cozinha normalmente, talvez esse fosse o nosso "normal" agora...

Seus cabelos negros e compridos estavam úmidos, grudando em seus ombros, observo-o voltar com a caixa de pizza em mãos, dando a visão de frente do seu corpo sem camisa. Parecia ser uma beleza exótica, sangue misturado com músculos definidos e cicatrizes antigas em seus gomos abaixo do peito.

Ele coloca a caixa em minha frente, na mesa de centro da sala, sentando ao meu lado do sofá. Logo ele abre a caixa e segura um pedaço para si. Começo a encará-lo, observando cada detalhe de seu rosto...

Sempre barbeado, havia uma cicatriz tão escondida em seu maxilar que não era possível notar. Olhos tão azuis, quase brancos, translúcidos e levemente prateados, que apareciam em meio a noite e a escuridão. Lábios nem tão finos e nem tão grossos, nariz um tanto grande e simétrico, cabelos caídos sobre o seu rosto, alguns fios ficavam em seus olhos.

Jeff parecia não ligar para mais nada agora, passando o seu braço vago em volta de mim e insinuando para que eu pegasse um pedaço também, apontando com a cabeça.

- Então... Somos oficialmente namorados agora...

Falo enquanto dou uma mordida na pizza de queijo.

- "Oficialmente" - Jeff solta uma risada - Para mim sempre fomos, mas apenas você não sabia.

- Desde quando??

- Bom, desde que botei os olhos em você, já era minha propriedade.

- Ah tá... Claro.

Solto uma risada em sarcasmo, tentando não achar aquilo a coisa mais abusiva e assustadora que já ouvi.

- O que acha de irmos à praia hoje?

- De noite?

- E você tem opção? Se quiser ir de dia, provavelmente nem vai poder entrar na água sem se queimar.

- Está bem, vamos quando você achar melhor.

- Ótimo. Uma pena você concordar tão fácil, seria engraçado te levar a força.

- Seria engraçado para você nessa sua mente maluca.

Dou um beijo em sua testa em seguida, fazendo ele rir como resposta, terminando de comer a pizza.

- Com qual carro você vai querer ir?

- Como assim qual carro?

- Ah, eu acabei de conseguir um Fiat branco, mas temos também um camaro amarelo, só que não uso muito porque chama atenção pra caralho.

- Você deveria abrir uma concessionária... De carros roubados.

Respiro fundo e penso na loucura que tudo isso era.

- Melhor irmos com o meu carro.

Jeff revira os olhos, levantando-se e pegando a chave dependurada do lado da porta de entrada.

- Vamos logo então.

Jeff The Killer & A Garota Da CabanaOnde histórias criam vida. Descubra agora