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Lana Martínez:

Fiquei deitada em minha cama rindo igual uma idiota, não me arrependia nem um pouco de ter feito aquilo, Gabriela também não pensaria duas vezes antes de foder com a minha vida.

Ouvia a briga descontrolada de meu pai e Ana pelo fato de ela ter mentido pra ele, esperava que agora ele abrisse os olhos, mas estava longe disso acontecer, era só ela inventar uma desculpinha que logo ele perdoava. Lembrei-me que tinha que deixar o celular de meu pai no mesmo lugar que peguei, levantei da cama e desci até a sala.

— Você disse que cuidaria dela, Ana. — Podia ouvir meu pai dizer enquanto eles discutiam na cozinha. Deixei o celular em cima da mesinha.

— Mas meu amor, minha mãe estava doente, lembra? Eu tinha que cuidar dela... — Tá, eu também mentia, mas Ana ganhava de mim.

Revirei os olhos, cansada de problemas e voltei para o meu lindo quarto, meu lugar abençoado.
Tomei um banho super demorado, se a água do mundo acabasse a culpa poderia até ser minha, mas eu precisava relaxar, eu me sentia totalmente tensa. Saí do banho e coloquei meu pijama favorito, ele era um shorts curto simples e confortável com uma blusinha confortável que mostrava um pouco da minha barriga. Eu havia perdido totalmente o sono, então resolvi estudar, óbvio que eu não conseguia prestar a atenção na matéria, mas o que vale é a intenção. Escutei alguém bater na porta:

— Entra. — Falei, e assim ele fez.

— Tudo bem? Acordei e você não estava em casa. — Ele disse.

— Fui dar uma caminhada. — Respondi, simples.

— Certo, mas na próxima vez avisa.

— Não queria te acordar. — Dei de ombros, em momento algum tirei os olhos de meu caderno.

— Você deve ter ouvido a discussão... — Ele disse.

— Sim, eu ouvi... — Falei.

— Mas agora está tudo bem, ela vai te pedir desculpas, Ana não pôde ficar com você porque...

— A mãe dela estava doente... — Completei. —
Aham, claro que sim.

— E aí, ela mentiu para eu não ficar preocupado.

— Tá bem, pai. — Ele nunca iria abrir os olhos mesmo.

— Vou deixar você estudar, mas não fique até muito tarde se não amanhã você vai estar cansada para a escola. — Ele disse e me deu um beijo. — Boa noite, te amo. — Me mantive quieta. Ele saiu.

Uma da manhã. Meus olhos ainda estavam fixos em meu caderno, mas minha mente voava longe, até que ouvi barulho de alguém batendo em minha janela. Me assustei. Fui até ela devagar, já sabendo quem poderia ser, abri a cortina e Gavi estava lá, em minha sacada pedindo para eu abrir. Fiz uma cara horrível de descontentamento, mas abri.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora