Possessivo - Pablo Gavira

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Lana Martínez:

— Gavi, faz dois dias que você não me liga. —
Reclamei assim que Gavira atendeu o celular, nós não havíamos nos falado muito e na escola, nossa conversa era algo super rápido, eu chegava em casa achando que ia receber pelo menos uma ligação com Gavi justificando sua ausência, mas não, e foi assim por dois dias.

— Uh, Lana... — Sua voz era fraca. — Desculpa, é que eu ando ocupado, mas nada mudou.

— Posso saber o motivo dessa ocupação toda? —
Perguntei desconfiada.

— Negócios com a gangue, eu estou envolvido demais com os Barcelonas, estamos planejando uns bagulhos e tal e também estamos abrindo uma boate nova... Clandestinamente, claro.
Então o bagulho é muito mais perigoso e temos que ter muito mais cuidado. Desculpa, Martínez.

— Por que não me falou antes?

— Porra, eu não estou com tempo para nada, ultimamente.

— Não me ama mais? — Fui dramática.

— Não fala merda, Lana. Puta que pariu. Porra, minha cabeça parece que vai explodir e daqui à pouco eu tenho que colar lá no casarão.

— Deixa eu ir com você?

— Óbvio que não, você nos negócios dos Barcelonars é merda na certa.

— Mas eu quero te ver, por favor. — Implorei. — Meu pai vai voltar tarde e eu não quero ficar aqui sozinha.

— Ansu vai passar aí para deixar Luara com a minha mãe, aproveita e fica com ela também, ou se quiser ela pode até ficar aí. — Gavi disse simples.

— Como você é chato, que caralho mesmo. – Resmunguei. — Tchau, Gavira. Me ligue quando lembrar que tem uma namorada. — Desliguei e... sorri. Ansu iria deixar Luara com Cecília, então, com certeza depois ele iria para o tal casarão, o qual eu tinha uma curiosidade enorme em conhecer, simples, era só eu convencer Ansu à me levar.

Fui correndo para o banheiro tomar um banho rápido, assim que saí coloquei uma calça legging justa e um moletom qualquer, terminei de me arrumar, peguei o celular e desci as escadas correndo, saí de casa, tranquei a porta e quando dei-me conta, eu já estava na frente da casa de Cecília. Bati na porta.

— Lanis. — Ela sorriu.

— Ansu já veio deixar Luara aqui? — Perguntei enquanto entrava.

— Você está vendo alguma criança por aqui? —
Ela riu.

— Seu corte foi recebido com sucesso. — Falei e nós rimos, sentei-me no sofá e nós ficamos falando sobre coisas tolas. Cecília tocou no nome de Gavira e eu falei todas as coisas ruins que ele era, a deixando apavorada, mas um sorriso abriu em sua face assim que eu disse que eu realmente o amava de verdade.

— Isso que é amor. — Cecília disse. — Você realmente é uma garota de ouro, é dificil domar
Gavi.

— Eu que o diga. — Falei. — Mas e aí, como vai você e o chato do meu pai? Nossa, que homem que fica mais chato a cada dia.

— Estamos bem. — Ela sorriu. — Mateus não gosta muito de Gavi, mas eu não o repreendo por isso, meu filho realmente é um cara difícil, vou ser sincera, Lanis. Eu não discordo do fato de Mateus não aceitar você e Gavira juntos, não discordo, eu amo meu filho, mas todos sabem que ele é totalmente inconsequente.

— Eu não me importo, não mais. Eu o amo e é isso que importa e eu sei que ele me ama também, por mais que ele só saiba fazer merda, nós sempre nos entendemos depois. — O defendi.