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Lana Martínez:

Acordei em um quarto totalmente escuro e com uma dor muito forte na cabeça, me levantei procurando algo que pudesse iluminar aquela merda de quarto, talvez uma luz... Mas sem sucesso. Consegui ouvir risos distantes, eram os filhas das putas, eu deduzi.

A porta se abriu, e veio junto uma claridade dos infernos, o tal "Ansu" acendeu a luz e logo me viu com uma cara do tipo "vai a merda".

— Seu cabelo está horrível. — Ele fala.

— Obrigada, mas você trabalha em algum salão de beleza? Reparei no seu jeito meio afeminado.— Falei com raiva.

— Se você quiser, eu posso te mostrar o "afeminado". — Ele disse sendo safado. Ridículo.

— Cara, me deixem ir, o que querem comigo?

— Ah, isso é com o Gavi, eu não sei se ele vai deixar você ir embora tão cedo, por que você sabe... você sabe demais.

— Estou pouco me fudendo para sua ganguezinha ridícula, se eu sei quem faz parte ou não, eu só quero ir embora cacete! — O garoto apenas me olhou e riu, isso me irritou demais, aproveitei que a porta estava aberta e saí batendo a perna, e quando fui andando eu vi o quanto luxuoso é aquele apartamento. "Filhos da puta e ricos", pensei comigo, acabei entrando em uma sala enorme que estava dois babacas e falando merda.

— Quero sair dessa droga! — Eu gritei, parando na frente da televisão que eles estavam assistindo, avistei um troféu que tinha um bonequinho com um carro luxuoso e joguei no chão com força. O garoto de olhos castanhos se levantou rápido, como se fosse me matar.

— Sua vadia, você é louca? — Outro cara fala segurando o outro para não me bater. — Você quebrou nosso troféu, ganhamos ele no ano passado dos maiores times de futebol de Barcelona. Você sabe o quanto nosso time ralou pra conseguir isso? — Eu aprendi uma coisa:
Nunca quebre troféus, você vai ouvir coisas desinteressantes.

— Esse troféu aí? Importante? Olha o jeito que ele se despedaçou ao cair no chão, pelo amor de Deus, garanto que até às medalhinhas de honra ao mérito são melhores, no próximo campeonato me volte com algo menos vagabundo. Obrigada. — Conseguia ver raiva nos olhos do garoto, o troféu era realmente importante, percebi isso quando o mesmo me deu um tapa estalado no rosto, me fazendo girar quase trezentos e sessenta graus perfeito. Ele me tacou no sofá, já estava dolorida... Maldita hora que eu queria sair de casa.

— Você tem que saber quem manda e quem obedece. — Ele disse friamente apontando o dedo na minha cara enquanto eu continuava deitada no sofá. — Pelo visto você não está sabendo do que somos capazes, está vendo a gente como iniciantes, por que senão você não estaria tão afiada assim... Concordam comigo, meninos? — Ferran e Ansu apenas balançaram a cabeça, como se eles estivessem mais ou menos recriminado a tal atitude do garoto.

— Pega leve Pedri, é só uma garota, e não alguém da facção inimiga. — Ferran disse.

— Voltem para Madrid. — Tive coragem de falar. — Vocês pagam de homens, mas na real são todos uns escrotos. — Agora eu morreria.

— Escrotos? Te levo para o canto e vejo você mudar de ideia rapidinho. — Ansu disse.

— Deixa Ansu... Mal sabe ela que está brincando com a própria vida. — Pedri tentou me colocar medo, mas não colou, apenas revirei os olhos.

Ouvi um barulho de porta se abriu, era três e meia da madrugada pelo que mostrava o relógio que tinha ali. Quem poderia ser? Merda... Não poderia piorar.

— E aí Gavi, pensei que iria voltar só mais tarde... O que aconteceu? Você não deu conta da vadia? — Ferran falou, Ansu e Pedri riram. Eu apenas observei tudo, Gavi não tinha colocado os olhos em mim ainda.

— Logo você Gavira, por essa eu não esperava... — Ansu disse.

— Calem a boca, seus merdas. A gatinha já está bem satisfeita, depois eu deixo vocês se ajoelharem para mim também, mas agora o Gavira aqui precisa de descanso... — Gavi não tinha me visto atirada no sofá.

— Então, né... — Cocei a garganta. — Agora que você chegou... posso ir embora? — Falei trazendo os olhos de todos para mim.

— Ah, você... Acho que temos algo a resolver, não? — Gavi disse totalmente sedutor e vindo em minha direção, e sentando ao meu lado naquele sofá. Senti seu forte perfume invadir minhas narinas, e aquilo me deixou meio... Fora de mim.— Você sabe que eu poderia te matar facilmente, né? — Ele disse tranquilamente, colocando um de seus braços ao meu redor.

— Não encoste em mim. — Disse seriamente.

— Ui, as bravas são as melhores. — Ele zombou. — Você não acha, Ansu?

— Lógico, e você sabe né parceiro, onde come um, come dois... — Ansu disse com segundas intenções.

— Calem a boca, vocês não vão encostar um dedo em mim, e Gavi, se esse é o seu medo, eu não vou contar para ninguém quem são os membros de Os Barcelonas. Vai continuar em segredo. — Falei me levantando daquele sofá.

— Claro que não vai, se contar... Você morre.
Simples. — Ele disse.

— Agora, me deixem ir.

— Mas já? Eu ainda nem aproveitei. — Gavi fez sinal para os garotos saírem, ficando apenas eu e ele naquela enorme sala. Ele se aproximou, colocando as mãos em minha cintura e logo havia uma distância mínima entre a gente, podia sentir sua respiração e seu hálito enquanto ele sussurrava: "Eu sei que você quer".

— Me larga, Gavi. — Consegui me recompor. — Eu não quero saber de você e nem da sua ganguezinha de merda. — Falei o empurrando.
Sua expressão mudou, agora ele me olhava com raiva, poderia levar outro tapa a qualquer momento.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora