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Lana Martínez:

— Entre, Lana. Está parada na porta por quê? — Meu pai falou me empurrando de leve.

— Oi, você chegaram? Eu estava no banho. — Cecília nos cumprimentou e sorriu. — Mateus, esse é Pablo, meu filho. — Logo Cecíloa se ligou que não havia me apresentado à Gavi, para não levantar suspeitas, mas eu fiz um sinal dizendo que estava tudo bem.

— E aí. — Meu pai disse e os dois cumprimentaram-se com as mãos. — Você é o famoso Gavira? — Eu tinha todos os motivos do mundo para querer ir embora dali. — E essa deve ser a pequena Luara. — Ele disse abaixando-se até ela e fazendo algumas brincadeiras. Já eu, fui até Luara e a peguei no colo ligeiramente, eu senti saudades daquela pequena.

— Oi, linda. — Falei e ela começou a dizer umas coisas esquisitas. — Cara, eu babo em você. — Falei e Cecília riu, Gavi nem se movia, continuava naquele sofá sem expressão alguma, eu podia ver alguns efeitos das drogas nele, sua pele estava mais branca que o normal e suas olheiras eram profundas. Meu coração doeu.

Brinquei mais um pouco com Luara e a coloquei no chão, porém ela queria continuar em meu colo, então a peguei novamente.

— Lana, você pode vir aqui me ajudar rapidinho? Não sei que sapato colocar... — Cecília disse, mas vi que era um pretexto para ela falar comigo, a segui por aquele enorme corredor e fomos parar em seu enorme quarto.

— Espero que não tenha nenhum problema...

— Gavi? Não claro que não, é passado. — Tentei dar meu melhor sorriso.

— Ah, que ótimo. — Ela sorriu. — Vou colocar esses chinelos mesmo, estou nem aí. — Ela disse.

— Chinelos são maravilhosos. — Falei e nós rimos, logo voltando para a sala de jantar.

Sentei-me no outro sofá que havia ali, garanto que se eu sentasse ao lado de Gavira ele explodiria.

— Cecília, eu tenho um presente para você... — Meu pai disse. — Pena que eu deixei dentro do meu carro. Droga. Vou ter que ir lá pegar. — Vamos juntos? — Meu pai sugeriu e Cecília assentiu meio tensa por ter que deixar eu ali com Gavira, mas eu sorri a tranquilizando e logo os dois saíram.

Gavi parecia estar em outro mundo ali sentado naquela sofá, ele não estava nem ligando para a minha presença, ele não tinha expressão alguma e aquilo já estava me assustando.

Luara estava sentada no chão brincando com alguns brinquedinhos seus de borracha que faziam um barulho estranho.

— Pablo... — Minha voz saiu quase um sopro, ele virou-se para mim lentamente, quase um robô.

— Por que você faz isso consigo mesmo? — Me referi as drogas. Ele não respondeu, permaneceu quieto. Levantei-me. — Hein, Pablo? Me diz. Por que você faz isso consigo mesmo? — Dessa vez eu quase gritei. — Olha o seu estado, você acha que ninguém percebeu?

— Eu não estou afim de ouvir sermões. — Ele disse agressivamente. — Cala a porra da boca.

— Não, Gavi. Olha para você. — Falei me avançando em sua direção e o levantando daquele sofá. — Você está horrível. — Horrível ele não estava, para mim continuava lindo. — Olha essas olheiras, você está pálido... magro. Que porra. — Falei quase chorando ao vê-lo nesse estado. — Para com isso, por favor. Eu imploro.

— Não finja que você se importa. — Ele riu debochado.

— Eu não estou fingindo, você sabe muito bem disso. — Falei.

— Foda-se, Lana. Eu não preciso de você tentando me ajudar.

— Mas eu quero ajudar você, seu filho da puta. — Falei. — Eu... te amo. — O puxei para mim, o abraçando fortemente, pensei que ele iria me empurrar, mas ele foi capaz de corresponder o abraço, ele me apertava tão forte, fazendo eu me sentir tão segura, lágrimas começaram a escorrer, só não sabia se era de felicidade ou tristeza.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora