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Pablo Gavira:

Aquilo havia sido uma das piores coisas que eu já tinha visto em minha vida, e também uma das que mais me deixaram com raiva, Lana estava quase o boqueteando, talvez eu acreditasse que ela não tinha culpa que ele a obrigou, mas mesmo assim, eu estava com raiva dela, com raiva de tudo, ela não tinha nada que ter sido teimosa e eu não tinha que ceder deixando ela ir na droga da boate que agora eu perdi, se ela não fosse, eu não seria obrigado à ver aquela puta quase caindo de boca na verruga mijadeira do boiola do Bellingham, só lembro-me que fiquei sem reação, tentando me controlar perante aquilo, ela sentada na ponta da cama e ele de pé na frente da mesma com seu palito de fósforo para fora, droga, merda, porra, ela é minha, caralho, minha.

Eu sou a única droga de pessoa que ela pode boquetear e fazer o caralho á quatro, confesso que aquilo me deixou mais puto da vida do que Jude ter ido em minha boate e fodido com tudo, matando e ferindo homens meus, eu precisava matar Bellingham, aquela vontade estava ainda maior.

Lana tinha pânico em seus olhos, percebi isso quando ela veio correndo até mim me abraçando, logo após de dar um mordidão na benga pequena daquele cuzão, não correspondi a porra do abraço, era mais fácil eu bater nela, por mais que não fosse culpa dela eu estava bravo, estava me sentindo traído, por mais que não fosse por sua própria vontade.

Eu estava com raiva, muita raiva. Ela foi para trás de mim junto com os garotos e ouvi eles conversando algo, mas eu não estava prestando atenção, meu olhar de ódio ainda estava em cima de Bellingham que agora estava atirando no chão gritando de dor por causa de sua piroquinha ferida, saí do transe no momento em que Ansu disse que a levaria para o carro.

— Vamos para o carro, Lana. — Ouvi Ansu falar.

— Isso mesmo. — Falei pela primeira vez desde então. — Leva ela para o carro, Ansu. Ela não vai gostar nem um pouco de ver o que vai acontecer. — E assim ele fez, na real, Pedri e Ferran saíram também, ficando naquela quarto apenas eu e Jude, desculpa Lana, mas seu amiguinho já era. — Agora é sua hora. — Falei dando passos lentos em direção a aquele cuzão que ainda se mantinha de joelhos no chão segurando seu pênis, pude ver que sangrava, é, Lana não era fácil. Ela soube foder direitinho com a vida do cara. Mas eu foderia mais.

Puxei seu cabelo com extrema violência, fazendo aquele cuzão olhar para cima, ou seja, olhar para mim, tirei minha fiel companheira da cintura, colocando seu cano dentro da boca de Bellingham, comecei à passar meu dedo indicador levemente pelo gatilho, dei um sorriso maldoso e... Tirei o cano de sua boca, apontando o revólver para a sua cabeça, eu não teria dó, nem piedade, eu nunca tive isso com os meus inimigos, eu já havia deixado esse otário vivo por muito tempo, era a hora dele.

— Sabe, Jude... — Claro que eu tinha que dar um discurso. — Você é muito otário. — Ri pelo nariz, logo batendo com o cano de minha arma fortemente em seu rosto, fazendo escorrer muito sangue, ri novamente. — Se meteu com a pessoa errada, mané. Mas vamos acabar logo com isso porque eu estou cansado, o dia já está clareando e eu quero ir para o meu confortável apartamento dormir, enquanto você, ah... você irá para o inferno. — Falei em seguida dando um tiro em sua perna, fazendo-o gritar mais uma vez. — Vou ficar só por essa, por enquanto... Sabe por que, Jude? — Perguntei, mas ele não conseguiria me responder, seu estado era deplorável. — Hein, porra, sabe por que? — Gritei dando um chute em seu estômago, fazendo-o cuspir sangue. — Para quando eu estiver entediado, te derrotar mais vezes. — Falei e dei uma gargalhada. Dando meia volta indo em direção a porta, mas antes, tive que deixar mais um recado. — Nunca mais, nunca mais mesmo, encoste em Lana, ela é minha. Somente minha, juro que na próxima vez que você tentar dar uma de espertinho, você morre, aliás, se tiver próxima vez, até porque você está perdendo muito sangue, não sei se sai vivo dessa. — Ri ao vê-lo atirado naquele chão, com uma das mãos em cima do tiro que levara na perna e seu rosto todo estolado, seu corpo era um rio de sangue.

— Até que por enquanto quero você vivo, para você gravar bem quem realmente é patrão nessa porra. — Falei rindo e em seguida saindo pela porta, deixando aquele filho da puta lá, tudo o que eu havia dito era verdade, Jude era meu inimigo, eu poderia tê-lo matado na facilidade, mas eu quero que ele esteja bem vivo para ver todas as minhas conquistas, conquistas que ele nunca terá. E claro, quero que ele veja quem realmente pode ter Lana. Bom, mas agora, se ele vai sobreviver ao tiro que levou e a algumas pancadas que eu o dei, aí já é outros quinhentos.

Se continuar vivo, só espero que ele tenha aprendido a lição, porque na próxima vez, eu não vou ser tão bonzinho assim. E se morrer... Tanto faz.

Fui ao banheiro e me lavei o máximo possível, tirando minha camiseta e limpando todos os rastros de sangue daquele mané do meu corpo, desci e encontrei os garotos na sala batendo um papo, enquanto havia vários homens mortos e impossibilitados atirados no chão, revirei os olhos logo sorrindo para eles, e assim saímos daquela casa, logo atrás vinham os outros
Barcelonars.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora