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Lana Martínez:

Que roupa eu colocaria? Que roupa se colocava para ir à uma boate cheia de gangster importantes, ou pior, para chegar com gangsters importantes? Tirei todas as minhas roupas daquela mala, espalhando tudo em cima da cama, eu precisava de algo elegante para usar, porém eu não era muito de ir em festas.

— Lana? — Pablo bateu na porta.

— Entra. — Falei.

— A porta está trancada, se não eu já tinha entrado. — Ele disse grosso e eu abri. — Você deve estar meio sem saber com que roupa ir, não é? — Ele adivinhou.

— Meio? Totalmente. — Falei.

— Bom... — Ele disse e eu pude sentir certo nervosismo em sua voz. — Acho que vai ajudar. — Ele me entregou uma caixa linda, com um laço perfeito em seu centro.

— O que é isso? — Perguntei sem tirar os olhos da caixa incrédula.

— Apenas pegue. — Ele disse autoritário, peguei a caixa e ele se retirou.

Fui correndo para a cama a fim de descobrir o que havia naquela caixa, desenrolei o laço como uma verdadeira ogra, em momento nenhum tirei o sorriso de meus lábios, finalmente consegui abrir aquela droga e nossa... Era lindo.

Dentro dela, havia uma vestido, fiquei observando por um tempo até voltar ao normal novamente, de onde ele havia tirado aquele vestido? Bom, por enquanto isso não interessava, era perfeito. Era Preto e justo, pelo o que eu pude observar ele valorizaria bastante minhas curvas e mostraria um pouco a mais das minhas coxas, tinha brilho por todo ele, e tinha apenas uma manga, deixando meu braço esquerdo nu.

Tomei um banho e vesti-me, mas ao sair do banho, percebi que ainda faltava algo. Um par de sapatos. Droga.

Procurei pela a mala inteira se eu havia colocado um sapato que prestava nela e achei meu salto-alto preto que eu havia usado nos dezesseis anos, eu odiava salto, mas era o jeito. Coloquei-o.

Me maquiei, algo bem básico, pois não queria parecer aquelas putas que lá teriam. Arrumei meu cabelo, o deixando levemente bagunçado e pronto.

— Vamos, Lana. Que porra de demora. — Gavi gritou impaciente, saí do quarto em direção à sala.

— Estudos comprovam que a palavra que mais sai de sua boca é "porra". — Falei, parando em frente de Gavi e dos garotos que esperavam impaciente.

Vi Gavi morder o lábio inferior e ficar sem reação alguma, ele abria a boca mas nada saía.

Os garotos estavam quase da mesma forma.

— Bom, já que ninguém consegue falar, eu falo. — Ferran disse. — Esquece o Gavira e seja minha, por favor. — Eu fui obrigada a rir, Gavira continuava sem dizer nada, apenas me olhando.

— Nem Gavi, nem Ferran. — Ansu falou. — E sim, o gatão aqui. — Ele apontou para si mesmo.

Pedri apenas tentava não olhar, o que não estava adiantando muito.

— Gavira? — O chamei a atenção, eu queria ouvir algo dele. Era ele quem me interessava.

— O que? — Ele perguntou sério.

— Não tem nada a dizer? Você não gostou?

— Você é... Você está perfeita. — Ele disse olhando profundamente em meus olhos, fazendo minhas pernas ficarem bambas e meu coração disparar. Merda, olha o que ele faz comigo. — Vamos. — Ele disse autoritário tentando tirar seu olhar de mim com certa dificuldade.

— E aí, vamos no mesmo carro ou cada um por si? — Pedri perguntou.

Eu achava os três carros de Gavi de mais, mas olhando ao redor da garagem e pelo o que os garotos falavam, percebi que havia outros carros pertencentes a eles.

— A garagem do condomínio é praticamente de vocês, né? — Falei olhando em volta e os garotos riram.

— Vamos cada um em seus carros, até porque, temos que jogar na cara dos comédias que nós podemos. — Gavi disse rindo.

— E eu vou com quem? - Perguntei pagando de confusa. — Até onde eu sei, Gavi não quer chegar com uma garota na boate. — Falei. — Ansu, posso ir com você? Ferran? — Os dois me olharam e olharam para Gavi.

— Larga de drama, Lana. E entra logo, odeio quando você faz isso. — Ele entrou irritado no carro e bateu a porta, dei uma gargalhada alta.

— Ah não, cavalheirismo, por favor. — Exigi. — Sai daí e abre a porta para mim.

— Mas eu tô fraco mesmo. — Gavi disse dando um tapa no volante. — Entra de uma vez, garota.

— Já disse, abre a porta que eu entro. — Falei me fazendo de boba. Gavira desceu do carro revirando os olhos. — Vai ter uma convulsão? — Impliquei.

— Para de graça e entra. — Ele abriu a porta e eu entrei, logo ele bateu com força. — Satisfeita, madame? — Ele perguntou irônico.

— Não, você é um empregado muito rude.

— Não viaja, Lana. Puta que pariu. — Eu ri e ele deu a volta, entrando no carro e tomando seu lugar.

Me inclinei para o lado e lhe dei um beijo suave no pescoço, a fim de fazer ele se acalmar, pois eu sabia como irritá-lo. O silêncio permaneceu, até eu quebra-lo.

— De quem é o vestido? — Perguntei olhando para o meu corpo.

— Seu. — Ele disse simples.

— Não se faz, Gavira. Da onde você tirou ele?

— Eu tinha guardado.

— Você era algum tipo de drag-queen?

— Porra. Você só fala merda. — Ele disse grosso.

— Desculpa. Mas é meio estranho um homem ter um vestido guardado. — Ele me olhou se rendendo.

— Esses... — Ele começou a falar. — Não, eu não vou falar isso, isso é gay. — Ele disse.

— Fala, Gavira. Deixa de babaquice.

— Eu estava na correria e passei em frente a uma loja, onde esse vestido estava na vitrine... Eu achei que ele apenas ficaria perfeito em você... — Ele me olhou e eu comecei a perder o ar.

— Em mim?

— Sim...

— Nossa, eu não esperava isso.... — falei fitando minhas coxas, meio tímida. — de você.

— Nem eu, Lana. Nem eu. — Ele disse olhando para a direção.

Gavi parou no sinal vermelho, o que era raro e pegou minha mão que estava apoiada em minha coxa, o que era mais raro assim.

Estremeci ao sentir seus dedos indo de encontro com os meus, ele a apertou, me fazendo estremecer, eu não estava o reconhecendo, não estava mesmo. Geralmente, ele pegaria em minhas coxas mesmo. Confesso que aquilo foi perfeito.

— Então quer dizer que você ia me matar? — Gavi lembrou do fato que havia ocorrido hoje à tarde, dei um riso tímido.

— Aquela não era eu. — Me defendi.

— Você estava estranha, se eu não fosse eu, até ficaria com medo. — Rimos e ficamos em silêncio até chegar na boate.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora