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Lana Martínez:

— Seus filhos da puta, PAREM. — Gritei ali mesmo da sacada e logo saí correndo, com tanto lugar para brigar, eles resolveram brigar logo na frente da minha casa, se meu pai estivesse presente eu estava totalmente ralada.

Abri a porta e logo avistei uma multidão em volta dos dois, mas não eram gangsters, eram vizinhos fofoqueiros e curiosos. Merda, merda, merda.

— É SÉRIO, PAREM. — Gritei novamente, enquanto Gavi e Bellingham quase se esfolavam, os dois estavam no osso, mas eles pararam e me olharam.

— Esse veadinho que começou, eu estava aqui de boa na minha... — Gavi disse como uma criança, mas sempre com o seu típico sorriso debochado.

— Esse pau no cu queria entrar na sua casa para falar com você, esse cara é perigoso para você, Martínez. Vai saber o que ele queria... — Jude falou ofegante e quase que eu disse "continuem aí brigando por mim, feras, a diva aqui vai voltar para seu sono de beleza" mas não, invés nisso, apenas disse:

— Está tudo bem, Jude. Para mim Gavi não é nem um pouco perigoso, mas agradeço por bater nele, quando quiser fazer isso mais vezes... Fique a vontade.

— Esse garoto não consegue encostar nem um dedo em mim, você sabe bem que é mais fácil EU bater nele. — Gavi disse como se estivesse ameaçando Bellingham e ele estava.

— Tem certeza, flor? — Bellingham debochou. — Então vem, guerreiro. Quero ver se cê é foda mesmo.

— Você sabe muito bem que eu sou, sua bichinha. — Gavi disse. — Quer que eu esfole sua cara de novo? É isso? Então tá. — Gavi disse e partiu para cima de Jude, mas antes eu me meti no meio dos dois em uma rapidez assustadora.

— Eu vou falar só mais uma vez... — Respirei fundo tentando me controlar, pois os dois souberam me irritar. — PAREM. — Gritei novamente. — Senão, eu corto o bem mais precioso de vocês... Com aquelas tesouras normais ainda, para a dor ser bem mais intensa. — Gavi e Jude se olharam rapidamente.

— Você me assusta, Lana... E olha que ninguém me assusta. — Jude disse.

— Cala a boca, você é um cagão em todos os sentidos. — Gavi implicou. — Mas enfim... Para que que cortar gata? Se você pode fazer outras coisas... — Gavira disse mordendo os lábios, totalmente malicioso. Foi aí que Jude tentou ir para cima dele novamente, mas eu o impedi.

— Tá, gente... Acabou o show. — Me dirigi aos vizinhos. — Podem voltar para suas casas, ver suas novelas chatas, tricotar, não interessa...
MAS VOLTEM. Dona Isabela, vai lá fazer sua sopinha que a senhora não abre mão, já veio quinhentas vezes aqui em casa oferecer essa água com legumes... — A senhora fez uma cara ofendida e saiu. — Seu Jorge, vá lá continuar a fazer o que o senhor estava fazendo.....

— Mas eu não estava fazendo nada. — O homem retrucou.

— Então volte a fazer nada, mas na sua casa.
Obrigada. Vão indo todo mundo, que o show dessas "garotas" já acabou, obrigada por comparecerem. — Os vizinhos estavam dando meia volta e voltando para suas casas, enquanto Gavi e Bellingham discutiam. Me virei para os dois. Pronto, agora vai cada um para um lado e parem com essa porra de infantilidade. — Falei.

— Mas eu quero falar com você. — Gavi insistiu sério. Nunca abrindo mão do seu jeito "bad boy".

— Mas ela não quer falar com você. — Jude decidiu por mim.

— Cara, você já experimentou transar? Essa sua virgindade está te deixando muito nervoso, relaxa e pegas umas minas. — Nossa, olha quem tá falando, Pablo Gavira, o garoto mais nervoso que eu conheço. Mas ele falou aquilo apenas para implicar.

— Eu não sou virgem, cara. Comi sua mãe, lembra? — Porra, agora o bagulho ficou sério. Vi Gavi mudar sua expressão suave, para o
VERDADEIRO Gavi.

— O que você disse, seu cuzão? Repete, quero ver... — Gavi disse.

— Comi sua mãe. — Jude repetiu então Gavi partiu para cima dele e os dois se embolaram novamente, que inferno de vida mesmo. Eu já estava quase desistindo, poderia deixar os dois se matarem ali mesmo e boa ideia, virei as costas abrindo o portão de casa para voltar aos aconchegos da minha linda cama.

Deixei ele lá, eu já estava ficando com muita raiva e daqui a pouco seria nós três na tal pauleira.

Havia uma mensagem de meu pai dizendo que ele "dormiria no escritório"... Dormir no escritório? Mas que merda de vida, falei comigo, jogando o celular em um canto qualquer do sofá.

Ouvi o barulho da porta se abrindo e logo
Ana entrou, droga, não podia piorar... Ela estava com uma calça branca super justa, que dava até para ver seus órgãos, uma blusa vermelha justa também e um salto que deixava ela com três metros de altura mais ou menos...

Sem contar a maquiagem extremamente exagerada, do tipo "sou vadia".

— Oi, pirralha, a janta está pronta? — Ela perguntou e eu ri ironicamente.

— Quem deveria cozinhar para mim era você, até porque você está na casa da MINHA mãe.

— Ah, sim. — Ela debochou. — Mas agora... Eu mando aqui.

— Não sonha Ana... Um dia sua máscara cai. — Falei.

— Deus me livre da minha máscara facial cair. — Ela disse massageando o rosto. — Imagina só, eu cheias de rugas. Não consigo nem pensar... — "Oi, burrice", pensei comigo — Então pirralha... Já que você não fez minha janta, pode deixar que eu vou sair para comer fora. — Isso foi um pretexto para ela pular a cerca e meter vários chifres em meu pobre pai. — Ah, depois vou para a casa da minha querida vó. — Mentira. — Só volto amanhã.

— Você vai é pro seu ponto que eu sei. — Impliquei.

— Olha o respeito, pirralha. — Ela disse.

— Desculpa, é que eu não consigo ver a diferença entre você e uma prostituta. — Falei enquanto pegava uma maçã e a mordia. Ana ficou vermelha, mas ela não disse nada, apenas foi até a porta e saiu. "Vá pela sombra". Na verdade, eu queria que ela fosse pelo sol e tivesse um câncer de pele bem forte, mas estava noite.

E era nessas horas que eu me sentia a pessoa mais solitária do mundo, fui para o meu quarto, mas o sono eu já havia perdido. Apenas me joguei de qualquer jeito na cama e viajei para outro mundo e sem querer, vi Gavi nesse outro mundo. Droga, não, nunca. Sacudi a cabeça tentando fugir daquilo, eu e Gavi vivíamos em mundos completamente diferentes, ele estava fora de cogitação.

Tirei os fones, porque ouvir música não estava dando certo e fiquei ali, no silêncio. Até ouvir um barulho, tipo um estrondo, me levantei da cama praticamente voando e totalmente assustada.

Abri a porta do meu quarto de meu pai, pegando seu revólver de emergência. Fui passo a passo pelo corredor tentando fazer o mínimo de barulho possível, cheguei nas escadas e fui descendo de fininho, degrau por degrau, com o coração quase saindo pela boca.

Assim que cheguei no último degrau da escada, avistei algo, algo nojento... Eca...

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora