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Lana Martínez:

— Droga, não tenho nada para oferecer. — Cecília disse. — Ah, espera... Acho que eu tenho uma água. — Eu ri. — Aceitam?

— Claro, adoro água. — Falei.

— Desde que pegar a água não canse sua beleza. — Meu pai disse e sem querer eu dei uma gargalhada por causa daquela cantada horrível, ele me olhou sério e eu encerrei a risada.

— Tá frio, né pai? — Falei para tontear o assunto. — De tarde a temperatura estava agradável, não acha?

— Não adianta tentar tontear o assunto, para que rir daquele jeito? — Ele me repreendeu.

— Desculpa, minha felicidade falou mais alto. —
Logo Cecília veio com dois copos d'água.

— Obrigada. — Falei pegando o copo que Belen me entregou e dando um gole. — Hmm... Essa água tem um gosto diferente, né? — Tentei ser agradável, mesmo água tem gosto de... água.

— Você é tão linda... — Cecília me elogiou novamente. — Pena que meu filho é tão inconsequente, se não, eu te apresentaria ele. — Ela deu um sorriso.

— Não seria necessário. — Meu pai interferiu novamente.

— Pai... — O repreendi.

— Pais são sempre assim... A sorte de Pablo foi que ele nasceu homem. — Quando ouvi aquele nome cuspi toda a água. — Está tudo bem? — Ela perguntou.

— Sim... Acho que me afoguei... — Ri sem graça.

— Desculpa, eu não consegui fazer uma filha normal. — Meu pai disse e sorriu para Cecília.

— Pablo? — Criei coragem para perguntar. — Pablo do que?

— Pablo Gavira. — Ela sorriu e meu estômago se revirou. — O conhece?

— É... já devo ter ouvido falar... Não sei muito bem.

— Ah, deve ter ouvido o nome dele na boca de alguma amiga sua, ele sempre faz sucesso com o sexo feminino. — Ela riu, Cecília se esqueceu de dizer que ele é cafajeste. — Me mudei hoje e amanhã vou até seu apartamento, o qual eu tenho o endereço... Quero fazer uma surpresa, ele nem sonha que eu estou aqui. — Ela disse feliz, será que ela sabia que ele era um gangster?

— Ele vai adorar. E você é uma avó muito linda.

— Na verdade, acho que não. Gavi é um pouco difícil. — Eu sei bem sobre isso..

— Difícil, por que? — Perguntei como se eu não soubesse de nada.

— Ah, meio rebelde, você sabe... Mas nada que uns gritos e uns puxões de orelha não resolvam. — Cecília riu e eu ri mais ainda ao imaginar o "fodão" Pablo Gavira levando puxões de orelha da mamãezinha.

— Vamos indo, Lana? Acho que já incomodamos demais. — Ouvi a voz de meu pai.

— Nossa, claro que não. — Cecília disse toda simpática, nem parecia que era mãe daquela coisa. — Se eu soubesse cozinhar, juro que eu convidaria vocês para jantar. — Ela riu. — Mas vou convidar assim que eu contratar uma empregada.

— É, pai, por que você não contrata uma empregada também? — Falei cruzando os braços.
— Ou eu cozinho ou temos que encomendar a refeição.

— Na verdade, filha. É só a última opção. — Ele disse e piscou. — Agora, vamos!

— Tá, tá... — Falei.

— Muito obrigada por nos receber, Cecília. — Estávamos na frente da casa dela. — Quando quiser algo, é só atravessar a rua. — Ele disse.

— Sim, ah... a água estava ótima. — Falei. — Tchau! — Atravessei a rua correndo, deixando os dois lá sozinho sentindo a química, entrei e casa e joguei-me no sofá rindo igual à uma louca ao imaginar a cara de Gavira recebendo a surpresa.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora