Possessivo - Pablo Gavira

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Lana Martínez:

— Vamos de uma vez, Martínez. — Ansu disse quando eu saí do banheiro. - com certeza já anunciaram nosso voo. — Parei por um instante.

— Para onde nós vamos?

— Você está ridícula. — Ansu me analisou e eu mostrei o dedo do meio para ele.

— Me diz que você está com os seus documentos aí. — Ferran disse assustado, olhei em volta de mim e vi minha bolsa atravessada na cintura, era ali que estava meus documentos.

— Para onde nós vamos? — Perguntei mais uma vez.

— Vamos, rápido. — Ferran me puxou e nós começamos à correr.

— Onde está Balde? Meu segurança. — Perguntei ofegante enquanto corríamos.

— Félix deu um jeito nele. — Ferran disse simples. Em seguida paramos de correr, assim que chegamos perto da sala de embarque.

— Ali está seu pai. — Ansu apontou para um cara que estava para lá e pra cá na frente da sala de embarque, como se estivesse nervoso por eu ter sumido. Koundé não estava mais ali, com certeza havia ido atrás de mim.

— E é por isso que você está com esse disfarce. Teremos que passar por ele. — Ferran disse. — Tome esse óculos. — Ele me deu um óculos escuros e eu coloquei. Eu estava com uma legue extremamente colorida e uma blusa amarela com alguns desenhos na frente, eu calçava um sapato horrível e tinha uma peruca cujo o cabelo era liso e escorrido, eu estava irreconhecível.

— Mas e vocês? Meu pai conhece vocês. — Falei e em seguida eles colocaram um boné horrível de aba torta e óculos. Eu dei uma risada. — Não sou só eu que estou horrível agora.

— Bom dia, senhor. — Ferran cumprimentou meu pai com um sotaque britânico horrível, enquanto passávamos, o mesmo nem deu bola, ele estava com cara de preocupado e intrigado, eu passei durinha, estava com medo de ser reconhecida, mas quando vimos, já estávamos quase lá dentro.

— Vamos antes se não iremos perder o voo. — Nós não tínhamos nenhuma mala, avistei minha mala ali perto de meu pai livre, mas os garotos acharam melhor eu não pegar, depois eu comprava roupas novas, não podíamos fazer nada que nos comprometesse.

A hora do check-in foi tranquila até porque, como eu disse, não tínhamos muita coisa, a não ser a bolsa que estava em volta da minha cintura, confesso que fiquei até assustada que os garotos pudessem estar com armas, mas eles não seriam tão idiota, a hora que eles viram os documentos já foi um pouco tensa, mas logo estávamos liberados para entrar no avião, eu não consegui nem ver para onde estávamos indo, já haviam anunciado o voo e os garotos me puxaram para dentro do avião sem deixar nem eu ver o local pela tela que mostrava os destinos. Tomamos nosso lugar no avião. Assim que o capitão de cabine foi anunciar para onde estávamos indo, Ferran deu um grito:

— AMENDOIM, adoro amendoins, eu quero, vem aqui, gostosa. — Sim, ele disse isso para a aeromoça que o olhou com cara de nojo, enquanto eu o tapeei.

— Vocês não vão deixar mesmo eu saber para onde estamos indo? — Cruzei os braços.

— Pensa, eles pediram para ver documentos que não seriam necessários se você fizesse uma viagenzinha para outra cidade, então com certeza é para fora do estado. — Ansu deu de ombros.

— Que estado especificamente? — Perguntei. — Vocês não podem me levar para muito longe, eu pretendo cursar a universidade. — Falei. — Quem vai morar comigo? Eu vou ficar num estado estranho sozinha? Como assim? Esqueceram que nem Gavira eu tenho mais?