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Pablo Gavira:

Falei para Ansu cuidar de Luara até que a nova babá que contratei chegasse, entrevistei ela no dia anterior e ela era uma delícia, quem sabe ela não serviria apenas para cuidar da pequena.

Eu estava prestes à sair de casa, peguei minha jaqueta de couro e em seguida as chaves, assim que abri a porta do apartamento dei de cara com minha mãe me olhando com os braços cruzados e uma cara nada boa, travei o maxilar sabendo que iria ouvir algum tipo de discurso, só não sabia o porque.

— Não pode voltar mais tarde, dona Cecília? Tenho que sair agora.

— Só vai sair depois que nós tivermos uma conversinha. — Preferi fazer o que ela mandou, pois com minha mãe não tinha nem como discutir, esse meu gênio forte eu tinha herdado dela.

— Ah, sei que não vai ter jeito mesmo... — Me rendi. — Entre. — Quando eu terminei de falar
"entre" ela já estava sentada no sofá.

— Cecília linda... — Ansu apareceu todo sorridente na sala, ele era um baba-ovo da minha mãe.

— Oi, Ansu... Como você está querido? — Ela o beijou.

— Estou bem, melhor agora, tia. — Ele piscou para ela e eu já não estava gostando dessa palhaçada.

— Tá, tchau, Ansu. Larga daqui. — Falei o expulsando e ele deu um último beijo na bochecha de minha mãe e saiu. — Então, mãe. O que te traz aqui? — Perguntei meio impaciente.

— Sua mentira. — Ela disse firme e eu a olhei rapidamente pensando em quais delas.

— Que mentira? Tá viajando?

— Olha o respeito, menino. Se não já te dou agora as palmadas que eu não te dei a vida inteira. — Revirei os olhos, ela sempre vinha com esse papo. — Você sabe muito bem do que eu estou falando. — Eu nem fazia ideia.

— Não, eu não sei e você está me atrasando.

— É, pois vai saber agora. Eu estou falando sobre Luara ser minha neta. — Puta que pariu, como ela havia descoberto, que caralho mesmo, agora ela iria encher meu saco.

— O que? Quem te falou isso?

— Não interessa, Pablo Gavira. Eu quero saber por que não me contou a verdade? Você tem que aprender à confiar mais em sua mãe...

— Quem te contou isso? — Quase gritei. — Ah, claro, já sabia que havia contado. — Foi Lana, não? Ah, eu vou matar ela.

— Não mude de rumo, por que não me contou antes? Hein?

— Para não ser obrigado a ouvir sermão, mas não adiantou muito, pois estou ouvindo agora. — Eu já estava me irritando com essa palhaçada.

— Olha só, Pablo. Você foi um irresponsável, mas isso é da sua natureza, só não vou te julgar porque tive você nova, eu não estaria fazendo certo. Mas o que eu não admiti, foi o fato de você ter mentido para mim.

— Tá, mãe. Agora você já sabe, sem drama, por favor. — Falei, querendo que aquilo acabasse logo.

— Onde está Luara?

— No quarto com Ansu.

— Vou levar minha neta para passear. — Ela disse passando em minha frente com sua típica pose de mãe durona e logo foi em direção ao quarto.

— Mas eu contratei uma babá, e ela está vindo cuidar de Luara.

— Desmarque. — Ela disse simples e entrou no quarto, eu bufei, logo pegando o celular e desmarcando.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora